O dia inteiro de hoje foi de boataria sobre a saída do
ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Até agora pouco, Levy esteve reunido com a
presidente para tratar das contas do governo neste ano. Mas no Congresso, no
PT, no PMDB e no mercado, desde a manhã se especulava que o ministro faria um
pedido de demissão.
O que está acontecendo? Por que isso importa tanto?
O ministro está sendo fritado pelo PT. Existe uma campanha
quase aberta, em parte estimulada por Lula, contra o ministro. Para resumir, o
PT, mas não apenas, acha que o ministro não sabe falar ou fazer outra coisa a
não ser de "ajuste", de arrumação das contas esburacadas do governo,
e de outros problemas da economia.
Essa arrumação piora, é claro, a situação econômica, que não
seria boa de qualquer jeito, dado o grande estrago feito no primeiro governo de
Dilma Rousseff. Pior, faz com que a popularidade da presidente continue no chão
e ajuda a dar força às campanhas de impeachment da presidente da República.
O desempenho do ministro da Fazenda pode ser criticado. Mas,
por enquanto, ele é o defensor quase solitário da arrumação da casa que o
governo Dilma 1 bagunçou. Sem essa arrumação, que inclui aumento de impostos, a
recessão vai continuar se aprofundando.
O ministro está de fato no limite. O Congresso não aprovada
medidas do pacote de arrumação da casa nem propõe alternativa. O PT faz
campanha contra ele. Parte do governo quer aceitar um déficit nas contas do
governo neste ano e, talvez, no que vem. Levy não concorda.
Nos bastidores, reconhece-se que o ministro foi à presidente
reclamar da sabotagem. Que precisa de apoio. Sem apoio mesmo dentro do governo,
não tem o que fazer lá.
Como o ministro é visto pelo "mercado" como o
último defensor da arrumação da casa, se Levy cair, a casa cai também. A não
ser que se arrume alguém parecido com ele. Por ora, dada a pindaíba do governo,
não há muita alternativa a política econômica que ele defende, mesmo com seus
defeitos. A situação é de emergência.
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