Um corso, ou corsário, (do italiano corsaro, comandante de
navio autorizado a atacar navios) era alguém que, por missão ou “carta de
corso” (ou “de marca”) de um governo, era autorizado a pilhar navios de outra
nação (guerra de corso), aproveitando o fato de as transações comerciais
basearem-se, na época, na transferência material das riquezas. Os corsários
agiam de acordo com seu soberano, exclusivamente em período de conflito. Seus
navios eram armados por particulares, mas com autorização concedida pelo
governo, e compunham os quadros da Marinha nacional.
Já os piratas agiam ilegalmente em tempo de guerra ou de
paz, sem qualquer regra, sem pertencer a reis ou a qualquer governo.
Em comum, o fato de seus ataques causarem o apresamento ou
afundamento do navio atacado, que tinha sua carga roubada e sua tripulação e
passageiros morta ou aprisionada para posterior pagamento de resgate. Para as
vítimas, ambos eram bandidos.
Também não era raro que um corsário desviasse parte do botim
para seu próprio enriquecimento, escondendo-o em alguma fortaleza ou remota
ilha – a ilha do tesouro, tema de tantos livros de aventuras.
Nos dias de hoje, corsários e piratas agem de outra maneira,
mas ainda existem. Podem desviar recursos ou informações valiosas das vítimas,
material ou virtualmente, pela pirataria das redes de informática. Podem agir
por interesse próprio, por interesse de governo ou empresa poderosa, ou ambos.
Podem até assaltar navios na costa da Somália.
No Brasil esses bandidos têm agido intensamente, em especial
nos governos petistas, para quem os fins justificam os meios e tudo é válido,
desde que colabore para a manutenção do poder pelo partido.
Há corsários, que cumprem missão para autoridades ou
partidos, infiltrando-se em grandes empresas públicas (Petrobras), em
ministérios (Transportes, Saúde, Cidades) ou outros órgãos do governo (BNDES).
Sua missão envolve fraudes em licitações, pagamento de obras inacabadas ou serviços
não prestados, aditivos milionários aos contratos firmados, na guerra sem
quartel entre os aproveitadores políticos e a população indefesa, que sempre
leva o prejuízo.
Já os piratas modernos tiram proveito de sua posição na
hierarquia dessas empresas e órgãos para se locupletarem, enriquecendo
ilicitamente às custas do mesmo povo.
Para as vítimas, como nos tempos coloniais, não há
diferença: todos são bandidos, pois seus roubos tomam recursos que deveriam ser
empregados na melhoria das condições de vida da sociedade espoliada.
Antigamente, os corsários e piratas aprisionados eram
julgados pelo Almirantado Britânico, para verificar sua situação legal e
decidir seu destino, em geral a forca.
Hoje vivemos tempos mais civilizados, onde os flibusteiros
descobertos têm direito a longos julgamentos, defendidos pelas mais caras
bancas, protegidos por autoridades que não querem ser envolvidas no escândalo,
ampla defesa, contraditório, mil recursos e delongas, na esperança de que seu
crime prescreva.
Há muita gente com saudade do velho tempo da forca…
Nenhum comentário:
Postar um comentário