A presidente Dilma fez um longo pronunciamento em cadeia
nacional de televisão e rádio nesse Dia Internacional da Mulher. Como não
poderia deixar de ser, vindo de quem vem, houve um abuso da “cartada sexual”
logo no começo, com Dilma se colocando num papel especial só por ser mulher. Ou
seja, esqueçam os argumentos, os fatos, pois o importante é “sentir”, algo que
todas as mulheres podem compreender.
Em seguida, Dilma mostrou porque jamais poderia ser uma
estadista, sendo apenas uma populista de quinta categoria. Vive em campanha
eleitoral, não pensa no longo prazo, quer apenas ludibriar o eleitor. É incapaz
de reconhecer um único erro. Conseguiu colocar até a alta das tarifas de
eletricidade na conta de uma seca, ou seja, não tem nada a ver com a
desorganização no setor após várias decisões demagógicas tomadas por seu
governo, que resolveu reduzir na marra as tarifas antes, de olho nas eleições.
Dilma insistiu na desculpa esfarrapada da crise
internacional, a “mais severa desde a crise de 1929″. Segundo ela, ainda
estamos pagando o custo dessa crise, e o momento difícil que o Brasil vive hoje
é apenas conjuntural e não tem ligação alguma com seu governo. Para “comprovar”
isso, ela citou a situação na União Europeia. Ou seja, o Brasil não vai mal
coisa alguma, quem diz o contrário mente, exagera, e basta olhar para o baixo
crescimento da Europa para ver como estamos, na verdade, muito bem, obrigado.
Haja cara de pau!
Foi repetido duas vezes que desta vez, ao contrário das
crises passadas, o país não parou nem vai parar. Como é? Então quer dizer que a
recessão que experimentamos já em 2014, e que será repetida em dose maior este
ano, não é coisa de um país parado? De fato, é coisa de um país que está
andando para trás, isso sim! Mas Dilma tentou vender novamente a ilusão de um
país que não existe, ou que só existe na cabeça de seu marqueteiro. Tudo pela
propaganda.
Enfim, tratou-se de um discurso típico de uma líder
medíocre, incapaz de um ato de sinceridade para com o povo, incapaz de
reconhecer seus equívocos. Dilma se pega na cartada sexual – é uma mulher,
logo, merece créditos – e também num apelo nacionalista – precisamos ter fé
pois tudo será melhor amanhã. A realidade é bem diferente, e subtraí-la do
brasileiro é um absurdo.
Não sofremos efeitos de uma suposta crise internacional,
pois os países emergentes estão em situação muito melhor e nossos problemas
foram produzidos em casa. Não são problemas conjunturais, mas estruturais. E
não serão resolvidos rapidamente; levarão muito tempo até serem digeridos, se o
governo realmente mudar o rumo. O discurso eleitoreiro e mentiroso da
presidente mostra que a ficha ainda não caiu, que Dilma ainda prefere culpar os
astros pelos problemas que sua incompetência produziu.
É covardia, ou pior, é uma insistência asinina no erro.
Afinal, talvez Dilma, uma desenvolvimentista, acredite mesmo em suas
baboseiras, ache mesmo que fez tudo certo e que agora deve apenas fazer pequenas
correções, pois o cenário mudou. Se os investidores acharem que essa é a crença
de Dilma, aí é que vão retirar investimentos do país mesmo, pois sabem que
somente uma mudança radical de postura pode salvar nossa economia, e não sem um
grande custo a ser pago no curto prazo.
Por fim, e no auge da vigarice, Dilma citou o “lamentável
episódio com a Petrobras”, como se fosse algo totalmente sem relação com o seu
partido, com a quadrilha que o PT montou dentro da estatal, sendo que a própria
Dilma fora presidente do Conselho da empresa e ministra de Minas e Energia,
além de ter indicado para o comando da empresa Graça Foster, incapaz, por
incompetência ou conivência, de identificar a roubalheira bem debaixo de seu
nariz.
É tratar o povo brasileiro como idiota. Só que o povo parece
ter acordado, e enquanto Dilma mentia em seu discurso, buzinas e “panelaços”
podiam ser ouvidos por várias capitais do país, como protesto. O povo está
cansado de tanta canalhice, e talvez o tiro saia pela culatra. Afinal, dia 15
de março está logo ali, e o pronunciamento hipócrita da presidente pode muito
bem ter jogado mais lenha na fogueira das manifestações…
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