William Waack anuncia, no “Jornal da Globo”, que
Dilma se
recusou a comparecer para a entrevista
(Foto: Reprodução/TV Globo)
|
Tal como previsto, a presidente Dilma Rousseff não
compareceu à entrevista que, por sorteio entre os principais presidenciáveis,
deveria ter concedido ao Jornal da Globo, iniciado às 00h05 de hoje,
quarta-feira.
O âncora William Waack — sem dúvida um dos melhores
entrevistadores do país, que conhece em profundidade os temas de que trata e
não faz média com personalidades de qualquer tipo — anunciou, após o noticiário
diário das atividades dos três candidatos mais bem situados nas prévias, que a
presidente “se recusou” a dar a entrevista, acrescentando: “Naturalmente, um
direito dela”.
Explicou que, com as entrevistas — a de hoje será com Aécio
Neves (PSDB) –, o telejornal pretende “ajudar os eleitores” em sua escolha.
Se fosse uma candidata à Presidência que tivesse
efetivamente o que dizer aos brasileiros, sem os floreios, recursos técnicos e
fantasias do horário eleitoral obrigatório, Dilma consideraria haver perdido 23
preciosos minutos — tempo que o JN dedicou a Marina Silva, na madrugada desta
terça-feira — de exposição livre e sem rodeios ao eleitorado.
Como demonstrou no debate transmitido pelo SBT, porém, a
presidente não consegue se dar bem com perguntas e precisa consultar papelada
preparada para sua assessoria para não tropeçar.
Waack e sua colega de bancada mostraram ao público as
perguntas que fariam à presidente, caso ela não houvesse fugido da raia. É
claro que, como sempre ocorre, as respostas propiciariam novas perguntas e que
o elenco, portanto, seria maior do que o de abaixo.
Mas vejam como havia temas difíceis para Dilma:
1. Os últimos índices oficiais de crescimento indicam que o
país entrou em recessão técnica. A senhora ainda insiste em culpar a crise
internacional, mesmo diante do fato de que muitos países comparáveis ao nosso
estão crescendo mais?
2. A senhora continuará a represar os preços da gasolina e
do diesel artificialmente, para segurar a inflação, com prejuízo para a
Petrobras?
3. A forma como é feita a contabilidade dos gastos públicos
no Brasil no seu governo tem sido criticada por economistas, dentro e fora do
país, e apontada como fator de quebra de confiança. Como a senhora responde a
isso?
4. A senhora prometeu
investir R$ 34 bilhões em saneamento básico e abastecimento de água até o fim
do mandato. No fim do ano passado, tinha investido menos da metade, segundo o
Ministério das Cidades. O que deu errado?
5. Em 2002, o então candidato Lula prometeu erradicar o
analfabetismo, mas não conseguiu. Em 2010, foi a vez da senhora, em campanha,
fazer a mesma promessa. Mas foi durante o seu mandato que o índice aumentou
pela primeira vez, depois de 15 anos. Por quê?
6. A senhora considera correto dar dentes postiços para uma
cidadã pobre um pouco antes de ser feita com ela uma gravação do seu programa
eleitoral de televisão?
Nenhum comentário:
Postar um comentário