O MEMRI traduziu do árabe para o francês (que verto aqui
para o português) um documento de extremo interesse para quem acompanha o
conflito entre o Estado de Israel e os terroristas do Hamas, que controlam o
território de Gaza, fazendo do povo palestino uma vítima das conhecidas
barbáries perpetradas pelo fundamentalismo islâmico travestido de
“resistência”:
MENSAGEM PARA OS ATIVISTAS DO FACEBOOK NO SITE DO MINISTÉRIO
DO INTERIOR DO HAMAS
EXCERTOS DAS DIRETRIZES DO DEPARTAMENTO:
Toda pessoa morta ou caída como mártir deve ser chamada de
“civil de Gaza ou Palestina”, antes de especificar o seu papel na Jihad ou
posto militar. Não se esqueçam de sempre acrescentar as palavras “civis
inocentes” ou “inocentes”, referindo-se às vítimas dos ataques de Israel em
Gaza.
Comecem [seus relatórios sobre] as ações de resistência pela expressão “em resposta ao cruel ataque israelense” e concluam com a frase: “essas numerosas pessoas são mártires desde que Israel lançou sua agressão contra Gaza.” Sempre se certifique de manter o princípio: “o papel da ocupação é atacar, e nós na Palestina estamos sempre no modo reativo.”
Tenham cuidado para não espalhar boatos de porta-vozes israelenses, especialmente aquelas que afetam o front interno. Cuidado para não adotar a versão [dos acontecimentos] da ocupação. Vocês devem sempre emitir dúvidas [sobre a versão deles], refutá-la e considerá-la como falsa.
Evitem postar fotos de ataques de foguetes sobre Israel a partir dos centros da cidade de Gaza. Isso [serviria] de pretexto para atacar áreas residenciais da faixa de Gaza. Não publiquem ou não partilhem fotografias ou clipes de vídeo mostrando locais de lançamento de foguetes ou [as forças] do movimento de resistência na faixa de Gaza.
Para os administradores de páginas de informações no Facebook: não publiquem fotos de homens mascarados com armas pesadas em grande plano, para que sua página não seja fechada [pelo Facebook] sob o pretexto de incitamento à violência. Em suas informações, certifique-se de especificar: “os obuses localmente manufaturados usados pela resistência são uma resposta natural à ocupação israelense que deliberadamente dispara foguetes contra civis na Cisjordânia e em Gaza”…
Comecem [seus relatórios sobre] as ações de resistência pela expressão “em resposta ao cruel ataque israelense” e concluam com a frase: “essas numerosas pessoas são mártires desde que Israel lançou sua agressão contra Gaza.” Sempre se certifique de manter o princípio: “o papel da ocupação é atacar, e nós na Palestina estamos sempre no modo reativo.”
Tenham cuidado para não espalhar boatos de porta-vozes israelenses, especialmente aquelas que afetam o front interno. Cuidado para não adotar a versão [dos acontecimentos] da ocupação. Vocês devem sempre emitir dúvidas [sobre a versão deles], refutá-la e considerá-la como falsa.
Evitem postar fotos de ataques de foguetes sobre Israel a partir dos centros da cidade de Gaza. Isso [serviria] de pretexto para atacar áreas residenciais da faixa de Gaza. Não publiquem ou não partilhem fotografias ou clipes de vídeo mostrando locais de lançamento de foguetes ou [as forças] do movimento de resistência na faixa de Gaza.
Para os administradores de páginas de informações no Facebook: não publiquem fotos de homens mascarados com armas pesadas em grande plano, para que sua página não seja fechada [pelo Facebook] sob o pretexto de incitamento à violência. Em suas informações, certifique-se de especificar: “os obuses localmente manufaturados usados pela resistência são uma resposta natural à ocupação israelense que deliberadamente dispara foguetes contra civis na Cisjordânia e em Gaza”…
Além disso, o Ministério do Interior preparou uma série de
sugestões destinadas aos ativistas palestinos que interagem com os ocidentais
através das mídias sociais. O Ministério sublinha que essas conversas devem
diferir das trocas com outros árabes:
Quando vocês falam para o Ocidente, devem usar um discurso
político, racional e convincente e evitar o palavreado emotivo choramingas da
empatia emocional. Alguns ao redor do mundo estão dotados com uma consciência;
vocês devem manter contato com eles e usá-los em benefício da Palestina. O
papel deles é provocar vergonha pela ocupação e expor suas violações.
Evitem entrar numa discussão política com um ocidental para
convencê-lo de que o Holocausto é uma mentira e uma enganação; por outro lado,
associe-o aos crimes de Israel contra civis palestinos.
A narrativa da vida em comparação com a narrativa do sangue:
[falando] para um amigo árabe, comecem com o número de mártires. [Mas falando]
para um amigo ocidental, comecem com o número de mortos e feridos.
Certifiquem-se de humanizar o sofrimento palestino. Tentem retratar o
sofrimento dos civis em Gaza e na Cisjordânia durante as operações da ocupação
e seus bombardeios de cidades e vilas.
Não postem fotos dos comandantes militares. Não mencionem
seus nomes em público, não louvem os sucessos deles nas conversas com amigos
estrangeiros! [1]
A “Mensagem para os ativistas do Facebook” postada no site
do Ministério do Interior do Hamas revela com clareza que esse grupo terrorista
possui uma estratégia de propaganda digna de um Josef Goebbels, mesclada,
contudo, a uma ingenuidade que chega a ser infantil (Goebbels jamais divulgava
publicamente suas estratégias de propaganda), que a torna ainda mais fascinante
para os que sofrem de esquerdismo, essa “doença infantil do comunismo” (nas
famosas palavras de Lenin) e que adotam a estratégia proposta pelos terroristas
islâmicos mesmo sabendo tratar-se de mentiras puras, distorções da verdade e
falsificação dos fatos.
Especialmente no Brasil a estratégia perversa do Hamas
alcançou um alto índice de popularidade junto à população letrada, sendo
adotada por toda a esquerda idiotizada pela ideologia (a “falsa consciência”,
na célebre definição de Marx), pelas “mídias independentes” e muito
frequentemente pelas mídias de consumo, e agora até pelo próprio governo. Numa
nota divulgada a 23/07/2014, o Itamaraty fez um de seus pronunciamentos mais
lamentáveis, igualmente digno de Josef Goebbels:
O Governo brasileiro considera inaceitável a escalada da
violência entre Israel e Palestina. Condenamos energicamente o uso
desproporcional da força por Israel na Faixa de Gaza, do qual resultou elevado
número de vítimas civis, incluindo mulheres e crianças. O Governo brasileiro
reitera seu chamado a um imediato cessar-fogo entre as partes. Diante da
gravidade da situação, o Governo brasileiro votou favoravelmente a resolução do
Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas sobre o tema, adotada no dia de
hoje. Além disso, o Embaixador do Brasil em Tel Aviv foi chamado a Brasília
para consultas. [2]
Mais uma vez, por obra desse governo, o Brasil se viu
exposto ao ridículo e ao vexame mundiais. Quer dizer então que um país em
eterna guerra civil, onde a cada ano 50 mil pessoas morrem assassinadas,
incluindo mulheres e crianças, quer se alçar como árbitro de um conflito
externo sobre o qual nada entende? Chamar o embaixador do Brasil em Tel-Aviv
para consultas?! O Brasil quer romper relações diplomáticas com Israel? Já
fomos promovidos ao status da Venezuela?
A Chancelaria de Israel respondeu à altura: “Esta é uma
lamentável demonstração de por que o Brasil, um gigante econômico e cultural,
continua a ser um anão diplomático. O relativismo moral por trás deste
movimento faz do Brasil um parceiro diplomático irrelevante, que cria problemas
ao invés de contribuir para soluções.”, declarou o porta-voz do Ministério das
Relações Exteriores de Israel, Yigal Palmor [3], que ironizou a derrota
brasileira na Copa como exemplo de desproporcionalidade, explicando que a
guerra não é uma partida de futebol, e que só não há centenas de mortos em
Israel porque esse país construiu um sistema anti-mísseis eficiente, e não se
desculpará por isso. [4]
O embaixador brasileiro respondeu dizendo em tom bovino que
seu país reconhecia o direito de defesa de Israel, mas não aceitava a
desproporção das mortes palestinas. Ou seja, Israel pode se defender dos
ataques terroristas palestinos desde que morra de seu lado um número igual ou
próximo. Infelizmente, Israel zela pela vida e pela segurança de seus cidadãos
e, por isso, não pode oferecer centenas de mortos para satisfazer o senso de
proporcionalidade dos antissemitas.
A posição alucinada do Itamaraty foi criticada pela CONIB
(Confederação Israelita do Brasil) e pela ANAJUBI (Associação de Advogados
Brasil-Israel), mas louvada, é claro, na Faixa de Gaza: “O Brasil é melhor do
que os países árabes, como o Egito, que não fazem nada”, reportou o
correspondente Diogo Bercito da Folha de S. Paulo [5]. Estamos mal mesmo, nos
alinhando com os terroristas palestinos que nem os países árabes apoiam mais, e
seguindo à risca as diretrizes dos Pinóquios do Hamas…
______
Fontes:
[1]:
http://www.memri.fr/2014/07/22/directives-du-ministere-de-linterieur-du-hamas-aux-activistes-en-ligne-parlez-toujours-de-civils-innocents/
[2]:
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2014/07/1490447-israel-repudia-critica-do-brasil-sobre-bombardeios-na-faixa-de-gaza.shtml?cmpid=%22facefolha%22
[3]
http://www.jpost.com/Operation-Protective-Edge/Brazil-recalls-ambassador-for-consultations-in-protest-of-IDF-Gaza-operation-368715
[4]: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/07/porta-voz-de-israel-reage-e-afirma-que-desproporcional-e-7-1.html
[5]:
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2014/07/1490447-israel-repudia-critica-do-brasil-sobre-bombardeios-na-faixa-de-gaza.shtml?cmpid=%22facefolha%22
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