A Corregedoria da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro
(Alerj) enviou ofício hoje (22) à deputada estadual Janira Rocha (PSOL). No
documento, o corregedor, deputado Comte Bittencourt (PPS), pede que Janira
explique a participação dela na saída de dois ativistas, investigados de
participação em atos violentos em manifestações, do Consulado do Uruguai ontem
(21), onde pediram asilo político.
O asilo político foi negado aos manifestantes, segundo a
deputada. Agora, eles são considerados foragidos, já que tiveram a prisão
decretada pela Justiça.
“Se for confirmada
por ela à Casa, vamos analisar o que fazer dentro do Código de Ética”, explicou
o deputado. Ele disse que não pode antecipar quais medidas podem ser tomadas
contra a deputada, que confirmou ter colaborado no transporte da advogada
Eloisa Samy, do ativista David Paixão e da namorada do jovem na saída do
consulado ontem à noite. “Não posso antecipar nada. Tenho que esperar a
resposta dela que, espero, seja em 48 horas”.
Durante ato na manhã de hoje (23), na Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB), a deputada Janira Rocha contou que saiu com os três depois que o
Consulado do Uruguai ameaçou chamar a Polícia Federal para retirá-los do local.
“Saí com eles pela porta da frente, todos os corredores
filmados, com câmeras, elevadores e, inclusive com uma viatura da Polícia
Militar ao lado. Saímos com eles dizendo que iriam encontrar parentes e
advogados e definir o que fazer”,
explicou. A deputada afirmou que esteve no consulado para prestar apoio aos
ativistas. “Para concluir, fiz e faria de novo”, declarou, confirmando que usou
o carro oficial da Alerj para transportar os manifestantes. Se o processo na
corregedoria for aberto, será o segundo que Janira responderá no órgão.
“O carro da Alerj pertence ao povo, sou uma parlamentar e a
Constituição diz que tenho prerrogativas para exercer minha ação política e vou
fazer isso até o final. Para mim, o mais importante não é a garantia do meu
mandato ou minha foto na urna na próxima eleição, o mais importante é a
democracia pela qual eu lutei”, disse no plenário da OAB.
Mais cedo, em ato de desagravo à condução dos processos dos
ativistas presos no Rio, organizações da sociedade civil, como a OAB e Justiça
Global, disseram que as garantias legais de defesa dos acusados não estão sendo
asseguradas pela Justiça.
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