quarta-feira, 20 de abril de 2016

A cafetina do passado trucida o presente e o futuro. Os torturados somos nós

Por Augusto Nunes - Veja

A conversa fiada de Dilma Rousseff informa: sai o coração valente, entra a coitadinha perseguida desde a juventude. Nesta segunda-feira, com olheiras de quem atravessou a madrugada ouvindo gritos de SIM em todos os sotaques, reapareceu para ensinar que impeachment e tortura são a mesma coisa. É a vítima banalizando a violência que sofreu ─ violência execrada por todos os homens de bem ─ para transformá-la em pilantragem marqueteira.

“Eu estou tendo meus sonhos torturados”, choramingou a cafetina do passado. (Por falta de ensaio, a lágrima furtiva não caiu). “Mas não vão matar em mim a esperança, porque eu sei que a democracia é sempre o lado certo da história”. Se não mentiu, é uma conversão e tanto: ela esteve do lado errado da história desde a virada dos anos 70, quando resolveu derrubar a bala o governo dos generais e trocar a ditadura militar pela ditadura comunista.

A comparação absurda, constata o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, é apenas uma vigarice abjeta, que torna uma torturada tão desprezível quanto seu torturador. Enquanto evoca sevícias sofridas nos anos 70, a mulher que faz qualquer negócio para escapar do despejo decretado pelo povo trucida o presente de milhões de brasileiros e agride com selvageria o futuro da nação.


É Dilma a torturadora. Os torturados somos nós.

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