Tão imaginosos na execução das roubalheiras monumentais, os
comandantes do esquema do Petrolão merecem zero em criatividade num quesito
bastante valorizado no submundo da corrupção: escolha de codinomes destinados a
camuflar a real identidade dos comparsas. Duas invenções do empreiteiro Leo
Pinheiro, por exemplo, são tão misteriosas quanto o nome que aparece na
certidão de nascimento do parceiro de patifarias.
A primeira ideia de jerico foi transformar Lula em “Brahma”.
(É possível que menções a um Luiz Inácio deixassem intrigados muitos
brasileiros. Brahma até bebê de colo sabe quem é). O segundo surto de
inventividade, revelado nesta semana pela Polícia Federal, levou-o a exumar o
músico alemão Richard Wagner para transformar Jaques Wagner num certo
“Compositor”. (A sorte do ex-governador baiano é que Leo Pinheiro preferiu
música clássica a futebol. Se ocorresse o contrário,correria o risco de ser
chamado de “Love”).
O benfeitor da Famiglia Lula deve achar que ninguém no
Brasil nunca ouviu falar no Wagner de lá, cuja obra mereceu de Adolf Hitler o
mesmo apreço que Lula demonstra pelas coisas que faz o Wagner daqui. A
associação ao pesadelo nazista não melhorou a imagem de Richard Wagner entre os
compatriotas. Pode acabar condenado à danação eterna se os alemães descobrirem
que acabou de entrar no palco do Petrolão.
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