Por General Gilberto
Pimentel
Presidente do Clube Militar
Quem pode duvidar
que uma das mais importantes e delicadas tarefas de um governante, em especial
numa democracia, seja a escolha dos seus auxiliares? É uma responsabilidade e
tanto. Se falha nesse mister ele vai pagar caro, nas urnas quando se constata a
pura incompetência dos escolhidos, ou em outras instâncias, incluída aí a
criminal, se os danos causados aos governados for produto de dolo, que é
definido como a violação consciente da lei, por ação ou omissão. Há, nesse
caso, pleno conhecimento do crime que está sendo praticado.
Para conhecimento
dos menos informados, é muito importante enfatizar que o Presidente da
República do Brasil dispõe de um eficiente e muito bem montado sistema de
inteligência capaz de assessorá-lo com alta margem de confiabilidade quanto aos
antecedentes dos indicados aos postos da administração pública, não somente
quanto a aspectos relativos à sua honestidade, honradez, mas até mesmo quanto à
experiência e competência para o exercício do cargo.
Equívocos eventuais
existem e sempre existirão. Esses devem ser vistos como exceções. Desenganos e
desilusões são próprios da natureza humana. O caso em questão, no entanto, é
absolutamente único. Sem precedentes. O presidente Lula, nos seus dois
mandatos, nomeou para os mais altos postos de mando a pior espécie de gente que
se possa imaginar.
Os mais influentes
e poderosos deles estiveram sempre no seu entorno imediato, em postos chaves,
muitas vezes dentro do próprio Palácio, vizinhos do seu gabinete. Também no seu
círculo de amizades pessoais, funcionou assim. Empresários hoje envolvidos em
atos de corrupção gozavam da prerrogativa do acesso livre ao ambiente de
trabalho presidencial.
A lista dos
marginais é longa, conhecida de todos, e seria exaustivo repeti-la na
oportunidade. Alguns deles foram alcançados pelo Mensalão, outros pela operação
Lava-Jato, e outros, ainda, nos dois escândalos. Parte cumpre pena ou já
cumpriu e muitos, ainda, permanecem sob investigação.
Ladrões dos cofres
públicos, distribuídos cirurgicamente em todas as instâncias do governo,
quebraram o País, apoiados no maior esquema de corrupção conhecido e montado a
partir da esfera oficial do Poder. Algo inacreditável que ainda está para ser
avaliado em toda a sua extensão.
Inúteis os
argumentos e equações para explicar a crise atribuindo-a a causas externas ou
quaisquer outros fatores. O sentimento geral da Nação, excluídos os ingênuos e
mal-intencionados, é de que a tragédia econômica é, sobretudo, produto do
roubo. Foram bilhões de dólares. Mais, talvez, do que tenta hoje o governo
arrancar do povo empobrecido sob a forma de impostos para tapar os buracos que
ele próprio ocasionou.
Outro sentimento
coletivo é o de que o presidente Lula tem, sim, contas a pagar por tudo o que
ocorreu durante os mandatos que exerceu. E muitas contas! O que resta e se
impõe é apurar o grau de seu envolvimento pessoal nos crimes praticados. Se
ex-presidentes não podem ser julgados por crimes de responsabilidade, como
deliberou recentemente a Justiça, eles podem e devem, como qualquer mortal, ser
responsabilizados por crimes comuns que tenham praticado.
Há muito Lula
deveria estar sendo investigado.
Fonte: Clube Militar
Nenhum comentário:
Postar um comentário