segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Renan quer mudar regra do Impeachment aos 45 minutos do segundo tempo

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Líder do Democratas no Senado Federal, Ronaldo Caiado (GO) criticou a postura do presidente do Parlamento, Renan Calheiros (PMDB-AL), que apresentou parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) defendendo interpretação alternativa ao processo de impeachment de Dilma Rousseff no Senado.

“O trâmite já foi aplicado de forma constitucional não pode ser alterado de acordo com o que pensa o PT e o governo. Isso é tapetão, enfraquece as instituições. Quer mudar a regra aos 45′ do 2º tempo? Cada Casa tem uma função. Se fosse assim, seria votação do Congresso? Daqui a pouco a Câmara vai se achar no direito de julgar o mérito? Acredito que o STF não vá concordar com essa tese esdrúxula”, afirmou o democrata.

Para Caiado, o presidente do Senado age como “líder do Governo” ao tentar modificar o rito do impeachment como forma de salvar a presidente Dilma de um afastamento inevitável. Ele alega que a Constituição é clara ao determinar o afastamento pela Câmara como forma de impedir que um presidente da República uso o cargo para interferir no julgamento.

“Renan não pode usurpar prerrogativas da Câmara nem atuar como líder do Governo. O afastamento é uma precaução para que Dilma não use o cargo para atrapalhar e interferir no julgamento do Senado. Se enquanto se discute a admissibilidade ela continua a usar o Palácio para interferir e o Brasil parado, imagine se isso ocorrer?”, questionou.

Último moicano

A estratégia do Palácio do Planalto para sufocar o processo de impeachment de Dilma Rousseff é simultaneamente equivocada e absurda, pois coloca o PMDB, maior partido da base aliada, cada vez mais contra um governo corrupto e paralisado que esfarela no rastro da incompetência dos seus integrantes.

O último bastião de Dilma no Senado continua sendo o alagoano Renan Calheiros, que ainda alimenta esperança de se safar da investigação que tramita no STF no âmbito da Operação Lava-Jato. Renan, que espera um movimento palaciano para escapar da lama do Petrolão, ignora a pressão da opinião pública, que deve aumentar nos próximos dias.


A presidente da República, truculenta e estabanada, quer a qualquer preço salvar o próprio mandato, mas tem adotado medidas obtusas nesse sentido. No momento em que coloca Ciro Gomes contra o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), a presidente, que peca em suas avaliações políticas, perde o apoio da bancada do partido no Senado, onde, por enquanto, pode contar apenas com Renan. E como se sabe, uma andorinha não faz verão.

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