O ogro é uma figura mitológica voraz e insaciável, cuja
particularidade é devorar tudo e a todos. A palavra ogro vem do latim, orcus,
que significa inferno. Filantrópico vem de filantropia, o ato de se fazer
caridade, ajudar o próximo sem desejar nada em troca. O vosso Dr. Lula, devoto
da luta de classes, não é propriamente um filantropo, mas, sim, como sabido, um
pilantra ambulante, tipo refinado na arte de passar a perna na patuleia ignara
(o que vem fazendo, sem pudor, há mais de três décadas). Por oportuno, vamos
tratar de algumas facetas deste assombroso personagem.
Antes de mais nada convém anotar que o ogro do ABC não seria
mais que fenômeno passageiro caso não fosse incensado pela mídia amestrada, dia
e noite, desde que pintou no pedaço. Diga-se, de passagem, que a imprensa
cabocla, totalmente dominada pelo ativismo esquerdista, encampa, por tradição,
todo tipo de fanático ou picareta capaz de entoar a cantilena comunista (seja
leninista ou gramsciana).
No histórico, essa gente nunca vacilou em alardear a “liderança carismática” do ogro
pilantrópico, logo reconhecido como um “quadro genuíno” a ser cooptado a todo
custo. Além de astuto, ambicioso e ignorante, o operário relâmpago seria capaz,
segundo o comparsa Leonel Brizola, de “pisar o pescoço da própria mãe para
chegar ao poder”.
A figura foi um achado para as hordas comunistas,
aparentemente esfaceladas pelos milicos. Cevado nos antros da teologia da
libertação e da “intelectuária orgânica” da USP, o títere de pronto foi enviado
para a Alemanha Oriental, onde recebeu tratamento de choque em cursilhos
ministrados pela ortodoxia da STASI. No
regresso, mostrou-se afiado no vociferar da decoreba vermelha. Daí a fundar um
partido “hegemônico” e chegar ao poder, “pisando o pescoço da própria mãe”, foi
um passo. Em seguida, para mantê-lo, o ogro “fez o diabo” e armou com mão de ferro o Estado
Socialista do PT, hoje considerado o mais corrupto do mundo, embora atravesse
fase agônica.
O exemplo de como a imprensa amestrada venera ídolos de pés
de lama verificou-se quando o puxa-saco Roberto D’Ávila, outro membro da
patota, entrevistou o companheiro Lula na Globo News, uma emissora a serviço da
desinformação. Nela, o ogro pilantrópico, no momento às voltas com inúmeras
denúncias da operação Lava-jato, mentiu adoidado, distorcendo os fatos mais
notórios ao sabor da sua completa amoralidade. Diante das câmeras, com
irrefreável lógica de botequim, o ogro atropelou como quis o falso
entrevistador que, de resto, manteve-se fiel ao hábito de “levantar a bola”
para o arremate dos companheiros de viagem.
Lula vociferou tal qual a figura do fingidor histérico,
tipificado na patologia como o doente que diz uma coisa que sabe que é mentira
e a sustenta, publicamente, na maior cara de pau. Escondido no bunker do
Instituto Lula, onde armou a entrevista-farsa, o ogro mentiu desvairado, o
quanto pôde, para eventuais telespectadores, sempre rodeado pelos cupinchas da
CUT, UNE e MST, claque cativa e bem remunerada. Em determinado instante, Lula,
um sujeito rico com milhões de reais investidos em especulações financeiras,
chefe de família dona de 17 empresas capitalistas, garantiu que ninguém
apareceu quando era presidente para lhe oferecer sequer “uma pêra”. Em ato
falho, porém, sofismou em defesa própria: no Brasil, “... aquele cara que
parece um santo, na verdade é um bandido. O que parece bandido é um santo”. É
preciso mais?
Na dura realidade, no País conflagrado pelo socialismo
petista, as chamadas instituições oficiais afundam na desídia e na dissolução,
o desemprego ultrapassa a casa dos 10%, a inflação galopa em dois dígitos, o
PIB desaba, o descrédito externo avança e a dengue, a zika e a chikungunya
massacram a população carente. Numa reação previsível, a maioria indignada,
mesmo descrente, manifesta nas ruas sua repulsa contra o governo corrupto
ostentando o boneco ladravaz de Lula, símbolo da miséria física e moral que
estigmatiza a nação.
Enquanto isso, nos palácios de Brasília, a caricata Dilma
Rousseff, factotum de Lula, se aferra ao poder contra a vontade de 84% da
população. Com o governo falido pelo roubo público, ela informa que o País
atravessa crise passageira e promete mundos e fundos, inaugurando obras
inexistentes em viagens dispendiosas nas quais se vende como vítima de golpes
tramados pelos adversários políticos.
Quer dizer: estamos ferrados.
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Ipojuca Pontes é Jornalista, Escritor, autor teatral e
cineasta.
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