Foi um deus nos acuda a notícia de que o governo do Brasil é
outra vez considerado um devedor de risco, talvez mau pagador. Pode ter passado
a impressão de que ocorreria uma catástrofe no dia seguinte.
Como o dólar não subiu muito mais além das alturas em que
estava, parece que não aconteceu grande coisa.
Mas aconteceu e está acontecendo. Os grandes bancos
acreditam agora que o dólar vai a pelo menos R$ 4 até o final do ano. Só pra
lembrar. O dólar está em R$ 3,87. Faz um ano, custava R$ 2,30. Um aumento de
quase 70%.
Se nada mudar radicalmente no governo da economia, o dólar
continua subindo, para R$ 4,30 no ano que vem, no mínimo.
Não é apenas a viagem para o exterior ou o produto importado
que vão ficar mais caros. Tudo o que o Brasil vende no exterior vai ficar mais
caro, até a carne.
Assim, as previsões de inflação do ano que vem voltaram a
subir. Previa-se a que a inflação cairia para uns 5% em 2016, até a semana
passada. Agora, a previsão é de 6,5%. Assim, os juros influenciados pelo Banco
Central não caem. Além do mais, o dólar é apenas um dos sintomas da piora
financeira. As taxas de juros de empréstimos de longo prazo negociadas no
mercado financeiro continuam a disparar.
Assim, a economia não cresce. Os economistas do banco Itaú
preveem agora recessão de quase 3% este ano e de 1% no ano que vem. Se
confirmadas as previsões, o Brasil terá o pior triênio de crescimento desde a
hiperinflação do final do governo Sarney, de 1988 a 1990.
Não vamos ter hiperinflação, claro que não é isso. Mas vamos
ter pelo menos três anos de queda da renda média do país, da renda per cabeça,
vamos ter provavelmente desemprego de 10% no ano que vem _no ano passado,
chegou a apenas 5%.
O futuro não está escrito em pedra, muito menos em previsões
de economistas. Dá para mudar a situação, dá pare remediar, dá para vira parte
do jogo. Mas dependemos da capacidade de Dilma Rousseff de botar ordem nas
contas do governo. É nisso que é mais difícil de acreditar.
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