Continuou hoje a boataria sobre a queda do ministro da
Fazenda, Joaquim Levy, apesar de a presidente Dilma Rousseff dizer que o
ministro não está isolado nem desgastado. Ficou um pouco a impressão de um
técnico de futebol de time em crise, dizendo que o "técnico está
prestigiado".
Continuou também hoje a dúvida sobre como o governo vai
fazer para cobrir o rombo em seu orçamento. Mais impostos? Mais cortes de
gastos? Mas cortar onde? Aumentar quais impostos? Politicamente, está difícil
tanto cortar gasto social, o maior, quanto aumentar imposto. Assim, a dívida do
governo continuará a crescer. Assim, assim, continuarão a subir as taxas de juros
no mercado e o dólar.
É o que está acontecendo. O dólar continua sua disparada. Os
juros de mercado foram para os níveis mais altos desde 2008. Quando há dúvida
sobre a capacidade de um governo pagar suas contas, o credor eleva os juros.
Quando há dúvida sobre o futuro econômico de um país, os investidores vendem a
moeda desse país. O real. O dólar sobe.
Se o futuro é incerto, o presente é evidentemente de
recessão que se aprofunda. As vendas de carros cairam neste ano 20% em relação
a 2014. A produção da indústria cai faz 17 meses, em relação ao mesmo mês do
ano anterior. A indústria brasileira agora regrediu ao nível de produção de
2009, de seis anos atrás, quando aliás também estava meio mal, ainda se
recuperando da crise mundial de 2008.
Com juros na praça subindo e dólar em alta excessiva,
ameaçando mais a inflação, entre outros problemas, essa situação apenas piora.
Como o governo ainda não tem a menor ideia de como vai fechar as suas contas, o
nervosismo dos donos do dinheiro grosso, o chamado mercado, os credores do
governo, aumenta. Como não se sabe nem quem será o ministro da Fazenda na
semana que vem, não há limite para o nervosismo. Atualmente, no que diz
respeito às finanças do governo e do mercado, estamos à deriva, sem rumo. O que
agrava a situação de crise real, aquela que tira emprego, reduz salário e
sufoca os negócios.
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