quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Falta um plano de arrumação geral do governo



Hoje, quase ninguém no Congresso se arriscava a dizer se a CPMF vai voltar ou não. A CPMF é um imposto sobre qualquer movimentação financeira.

Sem dinheiro, o governo propôs a volta do imposto, no pacote que anunciou na segunda-feira. A alíquota seria de 0,20%. Quer dizer, a cada mil reais de movimentação financeira, você paga dois reais. Se você sacar mil reais da sua conta, paga dois reais de imposto.

A CPMF vai vingar? Se não vier a CPMF, o que acontece?

No Congresso, além da má vontade com mais imposto, há má vontade com o governo Dilma. A aprovação da CPMF é difícil, é mudança na Constituição.

Em vez de aumentar imposto, o governo não pode só cortar gastos? Não. Os cortes são necessários, mas os mais fáceis de fazer agora são poucos. Outros dependem de mudanças de leis complicadas.

Dado o tamanho do buraco e da urgência, com ou sem Dilma, vai ser preciso aumentar imposto. Se não aumentar, o que acontece? Sem a CPMF, o governo deve recorrer a um outro imposto, mais fácil de passar, como a Cide, o imposto da gasolina, embora não vá arrecadar tanto.

Não arrecadando mais, a crise financeira continua. Juros e dólar vão continuar a subir; a inflação cai mais devagar. A recessão piora, e a coisa já está difícil. O comércio, como a gente acabou de ver, não ia tão mal faz 15 anos.

Assim, talvez saia mais barato aumentar impostos do que ver a crise piorar. Claro que só aumento de imposto não vai adiantar nada. É preciso também um plano de arrumação geral, por anos, das contas do governo, plano que até agora não apresentou. E esse plano também dar em briga política, pois vai envolver limite no gasto da Previdência, em educação, no salário mínimo, no funcionalismo.

Em resumo, o país vai discutir feio quem vai pagar a conta da arrumação da crise, boa parte dela criada pelo governo Dilma 1.

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