Hoje, quase ninguém no Congresso se arriscava a dizer se a
CPMF vai voltar ou não. A CPMF é um imposto sobre qualquer movimentação
financeira.
Sem dinheiro, o governo propôs a volta do imposto, no pacote
que anunciou na segunda-feira. A alíquota seria de 0,20%. Quer dizer, a cada
mil reais de movimentação financeira, você paga dois reais. Se você sacar mil
reais da sua conta, paga dois reais de imposto.
A CPMF vai vingar? Se não vier a CPMF, o que acontece?
No Congresso, além da má vontade com mais imposto, há má
vontade com o governo Dilma. A aprovação da CPMF é difícil, é mudança na
Constituição.
Em vez de aumentar imposto, o governo não pode só cortar
gastos? Não. Os cortes são necessários, mas os mais fáceis de fazer agora são
poucos. Outros dependem de mudanças de leis complicadas.
Dado o tamanho do buraco e da urgência, com ou sem Dilma,
vai ser preciso aumentar imposto. Se não aumentar, o que acontece? Sem a CPMF,
o governo deve recorrer a um outro imposto, mais fácil de passar, como a Cide,
o imposto da gasolina, embora não vá arrecadar tanto.
Não arrecadando mais, a crise financeira continua. Juros e
dólar vão continuar a subir; a inflação cai mais devagar. A recessão piora, e a
coisa já está difícil. O comércio, como a gente acabou de ver, não ia tão mal
faz 15 anos.
Assim, talvez saia mais barato aumentar impostos do que ver
a crise piorar. Claro que só aumento de imposto não vai adiantar nada. É
preciso também um plano de arrumação geral, por anos, das contas do governo,
plano que até agora não apresentou. E esse plano também dar em briga política,
pois vai envolver limite no gasto da Previdência, em educação, no salário
mínimo, no funcionalismo.
Em resumo, o país vai discutir feio quem vai pagar a conta
da arrumação da crise, boa parte dela criada pelo governo Dilma 1.
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