terça-feira, 22 de setembro de 2015

Antes de melhorar, a economia ainda pode piorar



É impressionante a piora que estamos vendo na economia brasileira, sem que nada ocorra pra reverter a situação. Tem a proposta de ajuste fiscal. Mas uma proposta que teria de passar por ajustes, pra trazer mudanças efetivas na redução de despesas, sem depender tanto do aumento de arrecadação e de um imposto tão ruim como a CPMF.

Semana após semana, o que temos é o mercado com projeções mais pessimistas, a confiança de empresários e consumidores batendo recordes de baixa, os índices de atividade com recuos históricos e o desemprego em alta. O mercado segue tenso, com bolsa em queda, juros futuros em alta, o dólar disparando. Os juros, na prática, já estão muito acima da taxa básica definida pelo Banco Central. Se o governo quiser buscar recursos no mercado tem de pagar bem mais que a selic. O dólar alto pode até ajudar a melhorar a competitividade dos produtos brasileiros mais à frente. Ainda é uma expectativa favorável. Só que a curto e médio prazo deve produzir mais inflação.

Não é à toa que o mercado está elevando as projeções para este e o próximo ano, mesmo contando com uma recessão pesada, queda forte do consumo, que tendem a segurar aumentos de preços e salários, além da manutenção de juros elevados. O dólar já encostou nos 4 reais. Fechou o dia vendido a R$ 3,98, com alta de 0,57%. Mas deve romper a barreira técnica e psicológica dos 4. A pressão vem muito da falta de confiança na aprovação do ajuste, incluindo a CPMF.

Sem o ajuste das contas, aumenta a probabilidade de o Brasil ser rebaixado por outras agências de classificação de risco, com mais perda de investimentos e maior desorganização da economia. A proposta de ajuste fiscal foi ou é uma tentativa do governo de estabelecer uma condição melhor para a evolução das contas, o que poderia garantir pontos em termos de credibilidade. Só que é um ajuste precário, atrasado, muito criticado, que vai enroscar no Congresso. Muita coisa não vai passar.

A dificuldade pra definir o corte de Ministérios é uma demonstração clara da fragilidade política. E antes de viabilizar as novas propostas, o governo está preocupado em evitar a derrubada de vetos da presidente a medidas que podem ampliar muito as despesas, como o reajuste do Judiciário. As indicações são de que a economia ainda pode piorar mais antes de melhorar.

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