O assunto de hoje é a escravidão. É aquilo que a Lei Áurea
aboliu no Brasil, há 127 anos. Pois bem, a escravidão continua a existir. E
existem entidades que estudam essa questão. Uma delas é uma ONG com sede na
Austrália, que se chama Walk Free. Ela acredita que quase 36 milhões de pessoas
sejam hoje escravas em todo o planeta.
Para alguns especialistas, esse número é exagerado. Mesmo
assim, a ONG diz que essa condição horrorosa persiste numa lista de países
encabeçada pela Índia, onde existem 14 milhões de escravos. Estão em seguida a
China e o Paquistão. A revista inglesa Economist abordou recentemente o
assunto. Disse que a escravidão está crescendo em alguns países muçulmanos.
Citou o caso do Marrocos, onde meninas são entregues pelas famílias muito pobres,
para serviços domésticos nas casas das famílias mais ricas.
Mas a novidade mais assustadora vem desse grupo militar que
controla parte da Síria e do Iraque, que é o Estado Islâmico. Ele sequestra
mulheres e adolescentes da etnia dos iazidis, e as revende por até 200 dólares
a bordeis do Oriente Médio. Os iazidis são um povo monoteísta, respeitável e
muito antigo. O Estado Islâmico também pratica o crime de sequestrar
adolescentes, para vende-las como esposas a muçulmanos que praticam a
poligamia.
Um grupo de 140 professores universitários lançou no ano
passado um manifesto, em que alerta o Estado Islâmico de que isso é crime, e
que não ter nenhum fundamento no Alcorão. O país com mais escravos per capita é
a Mauritânia, na África do Norte, onde uma lei que criminaliza a escravidão foi
aprovada apenas há oito anos. Mesmo assim, a lei é pouco aplicada.
No Golfo Pérsico, o pequeno emirado do Qatar aboliu a
escravidão em 1952, há apenas 63 anos. Mas há denúncias sobre o uso de trabalho
escravo em grandes obras públicas. O governo tomou algumas medidas, porque sabe
que esse tipo de coisa emporcalha a imagem do emirado, que pretende sediar a
Copa do Mundo de 2022. É assim que o mundo gira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário