quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Na Argentina, sucessão presidencial indefinida



As eleições presidenciais da Argentina são muito complicadas para a cabeça de um brasileiro. São em verdade três eleições. No domingo passado, foi disputada a primeira, que foram as primárias. O voto era obrigatório, e o objetivo era o de eliminar os candidatos nanicos. Com a limpeza da área, os mais votados disputam o primeiro turno presidencial, em 25 de outubro. O sucessor de Cristina Kirchner poderá sair dessa votação. Mas é preciso que ele tenha 45 por cento dos votos, ou então uma vantagem de dez pontos sobre o segundo colocado. Se isso não acontecer, os dois finalistas vão para o segundo turno. Mas vejamos a votação de domingo.

O candidato da presidente Cristina chegou em primeiro lugar. É Daniel Scioli, que ficou com 38 por cento. Ele é governador da Província de Buenos Aires, e defende tudo aquilo que o atual governo está fazendo, como o controle do câmbio e a intransigência na negociação com os credores internacionais. Uma questão empacada há anos. Em segundo lugar está Maurício Macri. É um liberal de centro direita e prefeito da cidade de Buenos Aires. Ele chegou 14 pontos atrás de Scioli, mas não perdeu as esperanças, porque pode liderar o eleitorado que é contra o peronismo. Pois o peronismo é esse saco de gatos político, criado por Juan Domingos Perón, que foi por duas vezes presidente e que morreu em 1974. Cristina e o falecido marido dela, o também presidente Neston Kirchner, são também peronistas.

Pois bem, o peronismo tem um forte candidato dissidente, Sérgio Massa, que chegou em terceiro lugar. E que pode se levantar, atirando pedras sobre a Cristina. Vocês então me perguntariam: quem pode ganhar a eleição presidencial na Argentina? E eu então responderia: não tenho a mínima ideia. A única coisa que eu sei é que os adversários da presidente tiveram, juntos, bem mais votos que o candidato dela. Mas daqui até outubro muita coisa pode mudar. É assim que o mundo gira.

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