sábado, 18 de julho de 2015

Indústria de SP prevê 150 mil demissões este ano




Os números do emprego na indústria, que já são ruins, tendem a piorar no embalo de uma atividade muito fraca. Movimento que atinge outros setores, mas na indústria pode ser mais dramático. A maior parte das empresas, mesmo com os ajustes já feitos, opera com ociosidade. Estão produzindo menos do que a capacidade instalada. A produção teria de reagir com consistência para uma retomada das contratações. Mas, por enquanto, as projeções para a economia, como um todo, ainda estão ficando mais negativas. Ganha força a expectativa de uma retração de 2% ou até mais. O próprio desemprego reforça esse ciclo negativo, na medida em que reduz mais o consumo, pegando os vários ramos de atividade. E ainda tem a inflação.... os juros em alta.... a falta de confiança. A indústria paulista prevê que os cortes possam chegar a 150 mil vagas até o final do ano. O ritmo de demissões está aumentando. Em junho, de 22 setores pesquisados, só um contratou. O setor de veículos continua com os piores números, seguido pelo de máquinas e equipamentos, muito afetado pela queda dos investimentos da própria indústria. Só este segmento registra, desde o começo do ano, cerca de 25 mil demissões no País. São números péssimos, que diminuem a confiança quanto a uma reação da economia daqui pra 2016. A previsão é de uma queda da produção industrial este ano da ordem de uns 5%. Muito ruim. A brecha para a retomada viria mais de uma expansão das vendas externas, o que esbarra na questão da competitividade. Os custos de produção no Brasil continuam muito altos - o dólar mais elevado é dos poucos fatores de estímulo. E ainda tem as adversidades do setor externo, com as dificuldades de retomada da Europa, desaceleração do crescimento da China e outros países emergentes, a crise na Argentina. O esforço de um maior intercâmbio com países como os Estados Unidos, onde a presidente Dilma esteve recentemente, é uma tentativa de atrair mais investimentos e, também, de abertura de mercado para a produção nacional. Mas tudo ainda muito sem vigor. A previsão pra 2015, aliás, é de queda das exportações brasileiras. A balança deve ter saldo positivo apenas porque as importações devem cair ainda mais, diante da fraqueza do mercado consumidor doméstico.

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