Os números do emprego na indústria, que já são ruins, tendem
a piorar no embalo de uma atividade muito fraca. Movimento que atinge outros
setores, mas na indústria pode ser mais dramático. A maior parte das empresas,
mesmo com os ajustes já feitos, opera com ociosidade. Estão produzindo menos do
que a capacidade instalada. A produção teria de reagir com consistência para
uma retomada das contratações. Mas, por enquanto, as projeções para a economia,
como um todo, ainda estão ficando mais negativas. Ganha força a expectativa de
uma retração de 2% ou até mais. O próprio desemprego reforça esse ciclo negativo,
na medida em que reduz mais o consumo, pegando os vários ramos de atividade. E
ainda tem a inflação.... os juros em alta.... a falta de confiança. A indústria
paulista prevê que os cortes possam chegar a 150 mil vagas até o final do ano.
O ritmo de demissões está aumentando. Em junho, de 22 setores pesquisados, só
um contratou. O setor de veículos continua com os piores números, seguido pelo
de máquinas e equipamentos, muito afetado pela queda dos investimentos da
própria indústria. Só este segmento registra, desde o começo do ano, cerca de
25 mil demissões no País. São números péssimos, que diminuem a confiança quanto
a uma reação da economia daqui pra 2016. A previsão é de uma queda da produção
industrial este ano da ordem de uns 5%. Muito ruim. A brecha para a retomada
viria mais de uma expansão das vendas externas, o que esbarra na questão da
competitividade. Os custos de produção no Brasil continuam muito altos - o
dólar mais elevado é dos poucos fatores de estímulo. E ainda tem as adversidades
do setor externo, com as dificuldades de retomada da Europa, desaceleração do
crescimento da China e outros países emergentes, a crise na Argentina. O
esforço de um maior intercâmbio com países como os Estados Unidos, onde a
presidente Dilma esteve recentemente, é uma tentativa de atrair mais
investimentos e, também, de abertura de mercado para a produção nacional. Mas
tudo ainda muito sem vigor. A previsão pra 2015, aliás, é de queda das
exportações brasileiras. A balança deve ter saldo positivo apenas porque as
importações devem cair ainda mais, diante da fraqueza do mercado consumidor
doméstico.
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