Já na largada do Discurso da Tocha, improvisado para acender
simbolicamente a pira olímpica de 2016, Dilma Rousseff resolveu deixar claro
que o neurônio solitário, seviciado pelo sol do Rio, ultrapassou o ponto de
combustão, sucumbiu ao curto-circuito, transformou faísca em chama e incinerou
o pedaço da cabeça que administra o raciocínio lógico. Fora essa, não há
explicações para o vídeo de 30 segundos em que a presidente ergue um portentoso
monumento à maluquice com apenas três frases, transcritas a seguir sem
correções:
1. “Dentre todos os processos tecnológicos que a
humanidade criou, dois se destacam”.
Qual seria a dupla de maravilhas da tecnologia que a
humanidade pariu? A mandioca e a mulher sapiens? A mandioca e o milho? A
mandioca e o Petrolão? Nenhuma das opções, corrige a segunda frase:
2. “Um é a imensa… o imenso poder, o (sic) imensa
força, a imensa capacidade de desenvolvimento que, em qualquer atividade…
humana, tem um processo chamado cooperação”.
Sabe-se agora que, para Dilma, cooperação é um processo
tecnológico. Falta saber que diabo de “cooperação” é essa. A última frase
também não tem pé nem cabeça. Mas é pelo menos mais curta.
3. “E o outro foi a conquista do fogo”.
Para Dilma Rousseff, portanto, o fogo foi conquistado, e tal
conquista figura entre os dois mais espetaculares processos tecnológicos
registrados desde o Dia da Criação. Antes do Discurso da Tocha, os demais
habitantes do planeta, incluídos os doidos de pedra, achavam que o fogo é um
dos elementos da natureza que o homem descobriu e aprendeu a dominar. Depois do
palavrório de Dilma, ninguém deixou de achar o que achava. Mas agora os
fregueses de hospício querem saber por que a ilustre paciente do Sanatório
Geral usa terninho vermelho em vez de camisa de força.
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