Para Marilena
Chaui, quando Lula fala o mundo se ilumina.
E quando a professora escreve o
mundo fica mais sombrio…
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Estou com o fuso horário todo trocado, sem sono, e resolvi escrever
esse desabafo. Tenho cobrado aqui a punição dos chefes dessa quadrilha que tomou
conta do estado brasileiro, e vejo, pela reação de muitos leitores, como a
revolta é grande. Os brasileiros decentes estão com ódio do PT, principalmente
do mandachuva, do líder da turma, Luiz Inácio Lula da Silva. Trata-se de um
sujeito realmente imoral, cínico, disposto a tudo pelo poder. Mas fico com a
sensação de que algo ainda está fora do lugar.
Após pensar um pouco sobre o que me incomoda tanto, chego à resposta:
seus criadores continuam totalmente impunes. Não me entendam mal: Lula é o topo
da hierarquia do poder, e responsável por seus atos. Deve pagar por eles, não
deve ser aliviado de forma alguma. Mas não haveria Lula sem os “intelectuais”
por trás. E esses sempre saem ilesos, pois produzem as maiores catástrofes da
humanidade e nunca são responsabilizados por seus atos, por suas palavras
irresponsáveis, falsas, mentirosas.
Se você chega para um bufão oportunista e repete diariamente que ele é
um gênio, um abnegado, um santo homem, ele vai rir de você. Mas se centenas de
“intelectuais”, de “pensadores” com Ph.D. e tudo mais, repetem a mesma coisa,
ele pode acabar acreditando. Ou, no mínimo, será esperto o suficiente para usar
esse pano de fundo a seu favor, como uma desculpa para seus crimes, como um
salvo-conduto para seus “malfeitos”. É o aval da elite “pensante” que permite a
ousadia dos canalhas.
Hitler era um bruto, um sujeito com sede de poder e vingança,
ressentido, fracassado. O nacional-socialismo era uma ideologia com uma elite
“intelectual” por trás, com gente renomada (até então) justificando cada linha
do programa. O mesmo vale para os líderes comunistas: a maioria era formada por
brutamontes, por bárbaros que desejavam abusar do poder sobre os demais. Não
teriam ido muito longe sem os ideólogos marxistas por trás. Não passariam de
criminosos comuns.
É o “intelectual” que transforma o crime comum em ideologia, dando
respaldo para a ação de bárbaros, oportunistas, bandidinhos mequetrefes. Se o
sujeito tenta “bater” nossa carteira na rua, não passa de um marginal
insignificante. Mas se ele “bate” a carteira de todos em cadeia nacional,
usando o aparato estatal para tanto, ele é um respeitado líder “social”, um
altruísta (usando o esforço alheio) em prol da “justiça social”. São os
“intelectuais” que permitem isso, ao transformar a simples palavra “social” em
desculpa para todo tipo de atrocidade.
Portanto, não suporto o Lula e sua trupe petista, e desejo muito uma
severa punição a todos que, comprovadamente, roubaram, desviaram nossos
recursos, enriqueceram à custa dos nossos impostos, ajudaram a destruir nosso
país. Mas sinto falta de uma revolta maior por parte do povo com aqueles que
possibilitaram a ascensão dessa gente ao poder. O PT jamais teria galgado
tantos degraus sem a campanha ativa de jornalistas, professores, artistas, etc.
Tenho mais raiva, confesso, do “intelectual” que defendeu a vida toda
essa corja, que relativizou cada desvio seu no caminho como uma necessidade da
causa “nobre”, do que dos próprios marginais oportunistas. Se você diz que
Macunaíma é um verdadeiro e legítimo herói, se você convence boa parcela da
população disso, então não adianta, depois, ficar horrorizado que Macunaíma
chegou ao poder e dele abusou como se não houvesse amanhã. O “herói sem
caráter” foi alçado ao patamar de guru, e isso só é possível pela ação
coordenada dos “intelectuais”.
Por isso tenho um livro sobre a esquerda caviar. Por isso foco tanto
no campo das ideias. Por isso bato tanto em “formadores de opinião” que bancam
os “moderados”, enquanto preparam o terreno para o avanço dos bárbaros, sempre
impunemente. São esses os verdadeiros inimigos da civilização. Marginais sempre
existirão. O grande problema é quando passam a ser vistos como heróis. E essa
transição, esse “passe de mágica”, só é possível pela pena de escritores, pela
campanha de artistas, pelo apoio dos “intelectuais”.
Criaram o monstro, e fica por isso mesmo. Não há responsabilização por
seus atos. Fingem que não é com eles, e continuam pregando as mesmas baboseiras,
repetindo as mesmas ladainhas, insistindo nas mesmas falácias. Até que venha a
próxima leva de bárbaros, sob o manto de justiceiros sociais que, finalmente,
trarão “paz e liberdade” para o mundo, pois “um mundo melhor é possível”.
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