Por Marco Antonio dos Santos
Diante da crise de credibilidade, da desmoralização política
e da pressão da sociedade, por intermédio de seus segmentos organizados e das
massas que se manifestam ordeira e democraticamente, contra a corrupção e os
descalabros econômicos e administrativos praticados nos últimos 12 anos, o PT
lançou dia 30 março seu manifesto.
O documento, com características panfletárias, mantém a
linha ideológica fascista de sempre, promovendo falácias a respeito de feitos
não realizados, distorcendo fatos graves gritantemente denunciados pela mídia e
apresentando-se como vítima de uma suposta elite de direita ou de
extrema-direita, sem esclarecer de quem se trata e os motivos para que isso
aconteça.
São golpistas querendo se apresentar como vítimas de
complôs.
O que não querem, isto sim, é perder as benesses do poder
que lhes oferece os cofres públicos em condições de ser expropriados e a
oportunidade de manter, no longo prazo, o ideal de impor o tal socialismo
bolivariano do Foro de São Paulo.
Sim, a intenção do PT nunca foi a democracia, mas o acesso
ao poder para impor a ditadura de um falso proletariado.
O Foro de São Paulo, essa maléfica entidade criada nos anos
1990, sob a égide de guerrilheiros narco-marxistas e movimentos de massa
ideologizados por uma esquerda arcaica e surreal, que imaginava conseguir criar
uma frente anti-imperialista na América Latina, inclusive o PT, talvez imitando
uma falida bipolaridade mundial, não é explicitamente mencionada, mas está bem
caracterizada na resolução de número 10 do citado documento.
Nada mais utópico e ridículo diante da conjuntura de inicio
do Século XXI.
Mas, o importante é que o partido demonstra no documento que
está dividido e perdendo militância, que sempre foi o seu ponto forte, que está
na defensiva estratégica, diante de um quadro adverso, e que precisa
"agitar e mobilizar" forças integrando a sempre fracassada
"ampla frente de partidos e setores partidários progressistas, centrais
sindicais, movimentos sociais e do campo".
Em outras palavras, quem conhece a história sabe disso, a
sociedade democrática deve esperar: agitação, propaganda e o costumeiro
desrespeito à ordem pública e ao direito de propriedade.
O partido não descuida, contudo, de objetivos, que chama de
intermediários e estratégicos, dentro de uma "plataforma de
mudanças", como a "democratização da mídia" (leia-se censura,
estatização e fechamento de meios de comunicação), imposto sobre grandes
fortunas (pela alavancagem metodológica feita para criar uma nova classe média,
isso deve significar mais impostos para quase todos) e reforma política de modo
a garantir a permanência no poder.
Entre objetivos legítimos e à primeira vista de elevado
interesse social, o PT mascara a "radicalização da política", um de
seus dogmas, com a qual pretende retomar a "ideia fundadora da construção
de uma nova sociedade", como consta, bastante explicitamente, em seu
"Manifesto de Fundação", lá nos idos 1980 e agora invocado.
O manifesto é, ao mesmo tempo, um chamamento à militância e
um alerta à sociedade de que os velhos tempos de "ações de massa"
estão de volta contra o que o partido considera uma "campanha ofensiva de
cerco e aniquilamento do partido" promovido pelos "maus
perdedores" de novembro de 2015.
O PT abusa de sofismas que não resistem a uma análise mais
séria quando se compara o que fizeram ao país em pouco mais de uma década e que
revelam seus propósitos de dominação da sociedade e de associação com regimes
ditatoriais e com outros acusados de terrorismo. A isso chamam de partido
"sem dogmas e em busca da paz mundial".
Mentiras, dissimuladas em estratégias de desinformação bem
urdidas por seus propagandistas, são práticas contumazes na velha máxima
marxista que os fins justificam os meios.
As estratégias estão postas à mesa do grande jogo. O prêmio
é o Brasil, como já foram a Venezuela, a Argentina, o Equador e a Bolívia.
O PT vive um momento de fragilidade. Seus propósitos, como
suas ações demonstram, não servem à sociedade brasileira. Dessa forma, como
eles já deveriam ter entendido, as mudanças devem ser promovidas dentro do jogo
democrático, sem subterfúgios, uso da violência, de "caixa 2",
"contabilidade criativa", "cara de pau", cinismo,
aparelhamentos, militância paga e corrupção.
É possível enganar poucos por muito tempo, mas impossível
enganar muitos por muito tempo.
Nossa bandeira jamais será vermelha!.
Vamos para as ruas!
15 de março balizou a largada.
12 de abril, o segundo passo da caminhada firme.
Fonte: A VerdadeSufocada
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Marco Antonio dos Santos é Coronel da Reserva do EB,
professor doutor e empresário
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