Na página 141 do
livro “O PILOTO DE HITLER”, de C. G. Seeting, lê-se o seguinte:
“A única organização poderosa o bastante para depor Hitler
era composta pelas Forças Armadas alemãs. Os líderes militares alemães não
destronaram Hitler, apesar de a maioria certamente ter percebido que isso era
necessário, em 1942. Apegando-se ao voto de lealdade e à tradição de atividade
não política, os líderes militares permitiram que o Feldsherr (comandante em
chefe) amador lançasse uma guerra e comandasse desde grandes campanhas até a
ação de unidades pequenas, apesar de saberem que Hitler era inadequado por
formação e temperamento para servir como comandante supremo.”
Mesmo considerando
que as circunstâncias sejam outras e que esse não seja o tipo de ameaça que
paira sobre o Brasil, cumpre analisar o texto sob a influência do pensamento de
outro conhecido chanceler alemão, Otto von Bismarck: “Os tolos dizem que
aprendem com os seus próprios erros; eu prefiro aprender com os erros dos
outros“.
Assim, segundo
Bismarck, para que não façamos papel de tolos, devemos aprender, o quanto
antes, que para tudo deve haver limites e atitudes que os façam ser
respeitados, particularmente quando a sua ultrapassagem põe em risco o futuro
da Nação ou ameaça quebrar compromissos assumidos com a Pátria ou, ainda,
valores como a honra e o pundonor.
É preciso que erros –
como dar poder além do devido a pessoas despreparadas, aceitar o acobertamento
da malversação e da apropriação indevida de recursos públicos ou aceitar
imposições descabidas de quem não tem escopo moral nem legal para fazê-lo –
sirvam de lições para todos nós, brasileiros, de forma que aprendamos a fazer
com que os valores e os limites,
claramente estabelecidos na Constituição Federal e em estatutos não menos
importantes, sejam muito bem conhecidos e lembrados aos que imaginam ser
possível desprezá-los e ultrapassá-los impunemente.
O conhecimento da
história deve servir, portanto, de antídoto à repetição de erros, nossos e dos
outros, assim como a incomplacente exigência de respeito aos limites
estabelecidos para o poder deve servir de prevenção contra novos e não menos
danosos desastres!
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