Por Paulo Roberto Gotaç
Foi-se o tempo em que os diplomatas eram personalidades com
poderes reais para executarem as políticas externas de seus respectivos de
governo, com autonomia e espaço para decisões que às vezes determinavam o rumo
da História.
Com a complexidade do mundo atual, a diplomacia perdeu um
pouco de sua proeminência e muitas das questões ligadas à relação entre os
estados passaram a ser delineadas diretamente, até sem a assessoria dos
respectivos Ministérios das Relações Exteriores, nos gabinetes dos governantes
executivos, condicionadas aos aspectos políticos de interesse, e, com isso, o
diplomata, embora ainda importante para dar liga a essa decisões, se
transformou em um mero funcionário público, sem passar de um co-adjuvante nas
complexas resoluções emanadas dos setores realmente responsáveis pelo destino
das interações internacionais.
Assim, uma escaramuça envolvendo tais funcionários merece
ser comparada a uma briga com puxões de cabelo e, no recente incidente
envolvendo diplomatas do Brasil e Israel, pode-se considerar irrelevante a
convocação do embaixador brasileiro e também irrelevante a resposta do
representante de Israel, ao tachar o Brasil de diplomaticamente irrelevante.
Fonte: Alerta Total
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Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.
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