quarta-feira, 9 de abril de 2014

Maranhão: grupo do caudilho Sarney troca candidato incompetente por ex-padeiro de Serra Pelada


edinho_lobao_04Situação difícil – O clã político comandado pelo caudilho José Sarney, senador da República pelo PMDB, começa a enfrentar os efeitos colaterais de cinco décadas de desmando, incompetência e corporativismo. Nos últimos três meses, em meio às muitas crises que sobram no Maranhão, o mais miserável estado brasileiro, Roseana Sarney tentou impulsionar a candidatura de Luís Fernando Silva, atual secretário de Infraestrutura, ao Palácio dos Leões, mas a governadora foi obrigada a jogar a toalha.

Preocupada com o futuro político da “famiglia”, Roseana se viu obrigada a abrir mão de uma candidatura ao Senado e permanecer no governo, como forma de garantir a hegemonia política do grupo, algo cada vez mais difícil. Diante da candidatura nada empolgante de Luís Fernando Silva, o escolhido para tentar salvar o clã foi Édison Lobão Filho (PMDB), um incompetente conhecido nacionalmente e que só está senador porque é suplente do pai, Édison Lobão, ministro de Minas e Energia.

A missão dada a Edinho, como é conhecido o candidato da “famiglia”, não é das mais fáceis. Roseana e seus comparsas políticos enfrentam um enorme desgaste no Maranhão, o que dificulta a tarefa de um incompetente como Lobão Filho. Fora isso, o candidato da oposição é Flávio Dino (PCdoB), que na última eleição quase derrotou a filha de José Sarney nas urnas. Uma semana mais de campanha e Dino teria vencido a corrida ao governo maranhense.

Como se não bastasse os problemas do grupo no Estado, o senador José Sarney não tem saído bem nas negociações com o Palácio do Planalto. Sarney bem que tentou pegar carona na crise entre o PMDB e o governo petista de Dilma Rousseff, mas a estratégia fracassou. A ideia era costurar um acordo para que o PT não lançasse candidato ao governo do Maranhão e também não apoiasse Flávio Dino. Acontece que o PCdoB é parceiro obediente do governo do PT, o que impediu que os palacianos deixassem Dino à beira do caminho.

Como se sabe, confiar em palavra de político é sinal de irresponsabilidade, mas o Palácio do Planalto havia sinalizado com a possibilidade de apoiar Flávio Dino e Luís Fernando Silva. Isso porque os palacianos sabiam que eram mínimas as chances de Silva arrancar uma vitória das urnas. Com a entrada de Edinho Lobão na disputa, a situação do governo de Dilma Rousseff volta à seara da dificuldade. Édison Lobão não sabe como trocar uma lâmpada queimada e muito menos conhece a diferença entre gasolina e etanol, mas mesmo assim é ministro de Minas e Energia, pasta das mais importantes. Fora isso, Lobão é um dos ministros mais próximos de Dilma Rousseff.

Os brasileiros podem aguardar, pois nesse impasse, que se criou a partir da troca do candidato do clã de José Sarney, a possibilidade de uma nova frente de crise entre o PMDB e o Palácio do Planalto é muito grande.

Deixando de lado as questões políticas, uma eventual vitória de Lobão Filho será uma enorme tragédia para o Maranhão, unidade da federação que há décadas sofre com o coronelismo exercido por José Sarney, que transformou o estado em espécie de capitania hereditária. Edinho é um playboy conhecido no Maranhão, mas seu maior feito, até agora, foi comandar uma padaria em Serra Pelada, onde o pai tem pai é protagonista de causos nada republicanos.

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