Guardem bem na
memória este nome: Parceria-Trans-Pacífico, um imenso acordo comercial que foi
assinado, ontem, por 12 países. Entre eles, os Estados Unidos e o Japão. É um
bloco de livre comércio. Nenhum país vai cobrar imposto alfandegário do outro.
A TPP, sigla em
inglês, tem quatro países da América Latina. São o México, Peru, Colômbia e
Chile. E A China ficou de fora desse bloco. Foi o suficiente para que o
mega-acordo comercial, começasse a ser visto como uma tentativa dos Estados
Unidos, de neutralizar a expansão econômica chinesa.
Aliás, a China não anda
bem das pernas, e vai sentir a concorrência. Mas se esses 12 países saem
ganhando, alguém sairá perdendo. É o caso do Brasil. O país perderá uma parte
do mercado externo.
A Folha de S. Paulo
publica um estudo da Fundação Getúlio Vargas. Pelo estudo, o comércio
brasileiro cairá em 2,7%. E a perda será em minérios, produtos agrícolas e
industrializados. Em números redondos, a TPP reúne países que compram um terço
das exportações brasileiras.
Por que é que,
então, o Brasil não entrou nessa brincadeira? Existem para isso dois motivos. O
primeiro é de que o país faz parte do Mercosul, e só negocia esse tipo de
acordo se o resto do vier junto. Mas o resto do Mercosul não vai. A Argentina
vive em crise cambial, e a Venezuela vive uma crise de quase tudo. Estamos com
uma primeira pedra atada aos nossos pés.
O segundo motivo é
político. Nos últimos 12 anos, a diplomacia brasileira foi mais ideológica do
que pragmática. Lula e Dilma preferem tratar com Cuba, com a Autoridade
Nacional Palestina, com os africanos ou com os países vizinhos que se dizem de
esquerda. É uma segunda pedra atada aos nossos pés.
Por causa dessas
duas pedras, o Brasil negocia há mais de dez anos um acordo de livre comércio
com a União Europeia. Não chega a nenhuma conclusão, porque a Argentina acaba
criando algum caso. Em outras palavras, todos estão andando para frente. E nós
estamos andando para trás.
É assim que o mundo
gira.
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