quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Brasil deve perder com a Parceria Transpacífico



Guardem bem na memória este nome: Parceria-Trans-Pacífico, um imenso acordo comercial que foi assinado, ontem, por 12 países. Entre eles, os Estados Unidos e o Japão. É um bloco de livre comércio. Nenhum país vai cobrar imposto alfandegário do outro.

A TPP, sigla em inglês, tem quatro países da América Latina. São o México, Peru, Colômbia e Chile. E A China ficou de fora desse bloco. Foi o suficiente para que o mega-acordo comercial, começasse a ser visto como uma tentativa dos Estados Unidos, de neutralizar a expansão econômica chinesa.

Aliás, a China não anda bem das pernas, e vai sentir a concorrência. Mas se esses 12 países saem ganhando, alguém sairá perdendo. É o caso do Brasil. O país perderá uma parte do mercado externo.

A Folha de S. Paulo publica um estudo da Fundação Getúlio Vargas. Pelo estudo, o comércio brasileiro cairá em 2,7%. E a perda será em minérios, produtos agrícolas e industrializados. Em números redondos, a TPP reúne países que compram um terço das exportações brasileiras.

Por que é que, então, o Brasil não entrou nessa brincadeira? Existem para isso dois motivos. O primeiro é de que o país faz parte do Mercosul, e só negocia esse tipo de acordo se o resto do vier junto. Mas o resto do Mercosul não vai. A Argentina vive em crise cambial, e a Venezuela vive uma crise de quase tudo. Estamos com uma primeira pedra atada aos nossos pés.

O segundo motivo é político. Nos últimos 12 anos, a diplomacia brasileira foi mais ideológica do que pragmática. Lula e Dilma preferem tratar com Cuba, com a Autoridade Nacional Palestina, com os africanos ou com os países vizinhos que se dizem de esquerda. É uma segunda pedra atada aos nossos pés.

Por causa dessas duas pedras, o Brasil negocia há mais de dez anos um acordo de livre comércio com a União Europeia. Não chega a nenhuma conclusão, porque a Argentina acaba criando algum caso. Em outras palavras, todos estão andando para frente. E nós estamos andando para trás.

É assim que o mundo gira. 

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