terça-feira, 17 de março de 2015

Petrolão: para curar a ressaca dos protestos que chacoalharam o governo, PF prende Renato Duque


renato_duque_04Sol quadrado – Finalmente a Justiça conseguiu reverter o que ela própria, em decisão incompreensível, criou no âmbito da Operação Lava-Jato. Na manhã desta segunda-feira (16), a Polícia Federal prendeu, no Rio de Janeiro, Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras e acusado de envolvimento no Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história em todos os tempos.

Entre os crimes investigados nesta etapa da Lava-Jato estão associação criminosa, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e fraude em licitação.

O juiz Sérgio Fernando Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos processos decorrentes da Operação Lava-Jato, elencou, em seu despacho, os motivos que embasaram a nova ordem de prisão contra Duque. De acordo com o magistrado, o Ministério Público Federal descobriu que o ex-diretor da estatal continuou lavando dinheiro mesmo depois da deflagração da operação da PF, em março de 2014.

Moro destacou na decisão que Renato Duque “esvaziou” suas contas na Suíça e enviou € 20 milhões para contas secretas no principado de Mônaco. Os recursos, não declarados à Receita Federal, foram bloqueados pelas autoridades monegascas.

Para o juiz, durante as investigações foram detectados fortes indícios de que Duque mantém contas bancárias nos Estados Unidos e em Hong Kong.

O MPF, que requisitou o bloqueio dos recursos às autoridades de Mônaco, acredita que Duque transferiu o dinheiro para o principado e para outros países diante da possibilidade de, repetindo o que ocorreu com Paulo Roberto Costa, ter o dinheiro confiscado.

Na decisão, Moro afirmou que a quantia apreendida em Mônaco, não declarada ao fisco brasileiro, é “incompatível” com os rendimentos que o executivo tinha como funcionário da Petrobras.

A prisão de Renato Duque acontece um dia após as impressionantes manifestações em todo o País – contra o governo do PT, a crise econômica e a corrupção desenfreada – o que preocupa sobremaneira a cúpula da legenda.

Ligado ao PT, mais precisamente a José Dirceu, o que lhe rendeu a indicação ao cargo, Duque poderá contar o que sabe caso a prisão preventiva se prolongue, em função dos efeitos psicológicos provocados pelo cerceamento da liberdade. Os petistas temem que Duque repita o gesto de Paulo Roberto Costa, que aderiu à tese da delação premiada.

No PT era quase unânime a ideia de que a liberdade de Renato Duque era garantia de seu silêncio. O cenário começou a mudar a partir do depoimento de Pedro Barusco, ex-gerente da estatal, que durante depoimento na CPI da Petrobras acusou Duque e João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, de envolvimento no escândalo.

Considerando que Barusco, que era subordinado a Renato Duque, já devolveu ao Estado brasileiro US$ 97 milhões, dinheiro desviado dos cofres da petrolífera, não é difícil imaginar o montante surrupiado pelo afilhado do mensaleiro José Dirceu.


Como sempre afirma o UCHO.INFO, a Operação Lava-Jato ainda está em seus primórdios, por isso os brasileiros devem estar atentos ao desdobramento do caso e cobrar a exemplar punição dos responsáveis pelo escandaloso roubo ocorrido na maior empresa nacional. Lembrando, sempre, que a presidente Dilma Rousseff e o agora lobista Lula sempre souberam do esquema criminoso.

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