Por ucho.info
Situação difícil – O clã político comandado pelo caudilho
José Sarney, senador da República pelo PMDB, começa a enfrentar os efeitos
colaterais de cinco décadas de desmando, incompetência e corporativismo. Nos
últimos três meses, em meio às muitas crises que sobram no Maranhão, o mais
miserável estado brasileiro, Roseana Sarney tentou impulsionar a candidatura de
Luís Fernando Silva, atual secretário de Infraestrutura, ao Palácio dos Leões,
mas a governadora foi obrigada a jogar a toalha.
Preocupada com o futuro político da “famiglia”, Roseana se
viu obrigada a abrir mão de uma candidatura ao Senado e permanecer no governo,
como forma de garantir a hegemonia política do grupo, algo cada vez mais
difícil. Diante da candidatura nada empolgante de Luís Fernando Silva, o
escolhido para tentar salvar o clã foi Édison Lobão Filho (PMDB), um incompetente
conhecido nacionalmente e que só está senador porque é suplente do pai, Édison
Lobão, ministro de Minas e Energia.
A missão dada a Edinho, como é conhecido o candidato da
“famiglia”, não é das mais fáceis. Roseana e seus comparsas políticos enfrentam
um enorme desgaste no Maranhão, o que dificulta a tarefa de um incompetente
como Lobão Filho. Fora isso, o candidato da oposição é Flávio Dino (PCdoB), que
na última eleição quase derrotou a filha de José Sarney nas urnas. Uma semana
mais de campanha e Dino teria vencido a corrida ao governo maranhense.
Como se não bastasse os problemas do grupo no Estado, o
senador José Sarney não tem saído bem nas negociações com o Palácio do
Planalto. Sarney bem que tentou pegar carona na crise entre o PMDB e o governo
petista de Dilma Rousseff, mas a estratégia fracassou. A ideia era costurar um
acordo para que o PT não lançasse candidato ao governo do Maranhão e também não
apoiasse Flávio Dino. Acontece que o PCdoB é parceiro obediente do governo do
PT, o que impediu que os palacianos deixassem Dino à beira do caminho.
Como se sabe, confiar em palavra de político é sinal de
irresponsabilidade, mas o Palácio do Planalto havia sinalizado com a
possibilidade de apoiar Flávio Dino e Luís Fernando Silva. Isso porque os palacianos
sabiam que eram mínimas as chances de Silva arrancar uma vitória das urnas. Com
a entrada de Edinho Lobão na disputa, a situação do governo de Dilma Rousseff
volta à seara da dificuldade. Édison Lobão não sabe como trocar uma lâmpada
queimada e muito menos conhece a diferença entre gasolina e etanol, mas mesmo
assim é ministro de Minas e Energia, pasta das mais importantes. Fora isso,
Lobão é um dos ministros mais próximos de Dilma Rousseff.
Os brasileiros podem aguardar, pois nesse impasse, que se
criou a partir da troca do candidato do clã de José Sarney, a possibilidade de
uma nova frente de crise entre o PMDB e o Palácio do Planalto é muito grande.
Deixando de lado as questões políticas, uma eventual vitória
de Lobão Filho será uma enorme tragédia para o Maranhão, unidade da federação
que há décadas sofre com o coronelismo exercido por José Sarney, que
transformou o estado em espécie de capitania hereditária. Edinho é um playboy
conhecido no Maranhão, mas seu maior feito, até agora, foi comandar uma padaria
em Serra Pelada, onde o pai tem pai é protagonista de causos nada republicanos.
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