quarta-feira, 9 de abril de 2014

ENTRANHAS DILACERADAS

Por Gen Marco Antonio Felicio da Silva

“A Instituição será maculada, violentada e conspurcada diante da leniência de todos aqueles que não pensam,não questionam, não se importam, não se manifestam”
                                                                       
A imposição de apuração de pretensas torturas em unidades militares, durante a Contrarrevolução de 64, solicitada pela famigerada Comissão da Verdade, dilacera as entranhas das Forças Armadas (FFAA) e mostra falta de sensibilidade e de firmeza dos comandantes das Forças no exercício das lideranças respectivas.

Após tal imposição, já apontam, publicamente, mais 17 (dezessete) centros de tortura, dentro da cadeia de Informações e que se subordinavam ao Alto Comando do Exército de então, mostrando, em delírio ideológico, a tortura como uma Política Institucional. Como acusar o Alto Comando da Força de forma tão irresponsável?

 Note-se que o acima descrito, numa sucessão interminável de afrontas, segue-se à inaceitável e vergonhosa proibição, ditada pela Presidente da República, da comemoração do 31 de Março pelos militares da Ativa.

Nas ruas, a estupefação é geral com a passividade dos comandantes militares das Forças diante de tais agressões.

Tudo isso ocorre por revanchismo dos então derrotados, hoje no governo do País, criadores, juntamente com Fidel Castro, do “Foro de São Paulo”, antro do que há de mais retrógrado e de pior na “esquerda” latino americana, com a finalidade de reerguer o comunismo derrotado na Europa. São esses que atingem, duramente, sem qualquer resposta, a imagem de uma Instituição cuja História se confunde com a própria História da Nação, desde sua formação, contribuindo para a unidade e integridades nacionais e para a soberania e liberdade do povo brasileiro.

É mister repetir, para melhor enfatizar, que tais imposições, como também o discurso mentiroso da Presidente, no último 31 de Março, mostram o tipo de democracia que defendem, com imensa hipocrisia. Ela e seus companheiros da então luta armada, ex-terroristas comunistas, assaltantes, sequestradores, agitadores e aproveitadores, alguns, atualmente, em altas posições e a grande maioria aparelhando e corrompendo os poderes constituídos, falam e  fazem o que querem e os demais, sem retrucar, devem escutar e observar calados, pois, quem cala, consente ! 

Agem eles, apoiados por grande parcela da Imprensa, financiada regiamente por fontes públicas. Têm ação pertinaz e com claros e escusos objetivos, de há muito denunciados: consolidar uma nova “estória”, dividir as Forças Armadas e enfraquecê-las perante a opinião pública, transformar casos pontuais de exacerbada violência, próprios de uma guerra cruel como a de guerrilhas, em Política de Estado, revogar a Lei de Anistia com a consequente punição e prisão de antigos chefes militares e de subordinados e exigir desculpas formais, a ser formulada pelos comandantes atuais, pelos chamados “anos de chumbo”.

Há que resaltar que a construção da nova “estória” é baseada em memórias, que se cambiam, em sua maioria, em polpudas indenizações, mediante convenientes e mentirosas lembranças, falsas recordações, silêncios e esquecimentos propositais, gerando, também, convenientes fatos distorcidos e/ou mentirosos, ditos verdadeiros, como a transformação de organizações terroristas, que lutavam por uma ditadura marxista, atuantes de 64 a 74, na “esquerda de resistência democrática”.

 É esse o método utilizado pela nefasta “Comissão da Verdade (CNV)”, que atua ilegalmente, pois, contrária ao que explicita a lei que a criou: integrada por pessoas não isentas, ex-subversivos em sua maioria, os quais perpassados por viés ideológico e com desfaçatez, enfocando somente a ação dos agentes do Estado, objetivam consolidar e ampliar tal “estória”, enxovalhando as FFAA. A reforçar o trabalho da CNV, o aparelhamento do Poder Judiciário e do Ministério Público e a denominada “Justiça de Transição”.

Não busca a CNV o fato real como parte da História, trabalho sujeito a regras específicas, que se utiliza de fontes que fornecem evidências devidamente comprovadas, dando origem a explicações e interpretações consequentes.

Por outro lado, os militares sabem que disciplina e hierarquia são pilares básicos da Instituição Armada, e, em nome das mesmas, conscientemente, atitudes e posturas são tomadas independentemente de crenças e de interesses individuais, porém, sempre, em consonância com os valores que são próprios da vida militar. 

Estas, disciplina e hierarquia, são subordinadas, indissoluvelmente, a tais valores e ao sentimento do dever para com a Instituição e para com a Nação, cuja honra, integridade e instituições, os militares juraram defender com o sacrifício da própria vida. Assim, não pode o militar, em nome da disciplina e da hierarquia, contrariando valores e o sentimento do dever, estando em jogo interesses da Instituição e\ou da Nação, aceitar ou omitir-se perante atos que firam tais interesses em nome da disciplina e da hierarquia.

Há, pois, que afirmar, desgraçadamente, que não é de hoje o acolhimento dessa nova “estória”, sem resistência e equivocadamente, por parte daqueles que deveriam, firmemente, contestá-la, matando-a no nascedouro. Argumentos não faltam e a Lei de Anistia está em pleno vigor, levando ao esquecimento os excessos havidos em ambos os lados da luta armada. Porém, mantiveram-se calados em obsequioso pacto de silêncio, deixando-a prosperar e ampliar. Abandonaram companheiros a própria sorte, hoje pressionados por diversas formas e até mesmo expostos a execração pública, linchados por manifestações violentas como os escrachos, incentivados e elogiados pelo governo e realizados por organizações comunistas e fora da Lei.

Há que dar um basta ao sangramento contínuo a que são submetidas as FFAA por aqueles que vivem motivados pelo rancor e ódio, causados por frustrações ideológicas do passado.

Desafortunadamente, as FFAA sangram com as entranhas dilaceradas.



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