terça-feira, 12 de janeiro de 2016
Delação premiada de Marcos Valério e revelações da lusitana Operação Marquês apavoram a petelândia
Caso o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza realmente aceite
firmar um acordo de "colaboração" premiada com a Força Tarefa da Lava
Jato - como o advogado dele, Marcelo Leonardo, já começou a negociar -, só um
fato que vem além-mar pode complicar ainda mais a situação da cúpula do PT: a
parceria do Ministério Público Federal brasileiro com o Departamento Central de
Investigação e Ação Penal de Portugal - que investiga a Operação Marquês, cujo
alvo principal é o ex-primeiro ministro português José Sócrates, amigo e
parceiro de Luiz Inácio Lula da Silva, José Dirceu, Alexandre Padilha e outros
menos votados.
Condenado a 37 anos de reclusão no processo do Mensalão, Marcos Valério
é um arquivo-vivo de todas as falcatruas cometidas pela petelândia. O publicitário
acha que está segurando, praticamente sozinho, todas as maiores broncas do
escândalo - sendo um dos poucos que nem conseguiu benefício de redução de pena.
Há muito tempo, nos bastidores da politicagem, circula a versão (impossível de
confirmar) que a família de Valério teria recebido R$ 300 milhões pelo silêncio
forçado. Agora, depois que a Lava Jato mudou o curso da História, pegando
alguns empresários poderosos e uns poucos políticos de peso, Valério estaria
interessado em abrir o bico.
Já na lusitana Operação Marquês, quem começa a entrar pelo cano é o
ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ele é suspeito de ter tocado
negociações com o ex-ministro português José Sócrates, em 2013, para
facilitar negociatas com a farmacêutica Octapharma. Em parceria com o
laboratório Labogen (pego na Lava Jato), os portugueses faturariam alto em
contratos com o governo brasileiro. O doleiro Alberto Youssef faria a lavagem e
esquentaria o dinheiro das falcatruas, simulando importações. Conforme
denunciado em Portugal, Padilha e o ex-deputado petista André Vargas,
ex-vice-presidente da Câmara, comandariam os esquemas.
A imprensa portuguesa escancara: "Esta nova frente da investigação
brasileira pode assim reforçar as ligações entre o caso Lava Jato e os inquéritos
que correm em Portugal, nomeadamente a Operação Marquês, isto porque o
Departamento Central de Investigação e Ação Penal considera que Sócrates terá
movido as suas influências para que algumas empresas entrassem em países como o
Brasil e a Venezuela. Essa seria, aliás, a sua função enquanto consultor da
Octapharma para a América Latina".
Os portugueses acrescentam: "Na reunião que conseguiu com Padilha,
a 5 de Fevereiro de 2013, esteve também presente Lalanda de Castro, responsável
pela Octapharma e arguido na Operação Marquês. No encontro esteve ainda
Guilherme Dray, ex-chefe de gabinete de Sócrates, então a trabalhar para a
Ongoing Brasil. Tudo o que está a ser descoberto do outro lado do oceano parece
ter um espelho em Portugal. E com personagens que se cruzam. Os investigadores
da Operação Marquês, por exemplo, também suspeitam que Sócrates e uma empresa
de Lalanda e Castro terão usado esquemas de branqueamento de capitais para
trazer dinheiro para a esfera do ex-primeiro-ministro".
Releia o que o Alerta Total publicou em 25 de julho de 2014: Petralhas
temem que escândalo de lavagem de dinheiro no Banco Espírito Santo chegue ao
“Pai e ao Filho”
Leia o original da reportagem deste final de semana do "Jornal I",
de Portugal: Ministro que se reuniu com Sócrates e Octapharma apanhado na
LavaJato
Quem é o Pablo Escobar brasileiro?
No momento em que o ator brasileiro Wagner Moura bateu na trave e não
ganhou o prêmio do Golden Globe Awards (O Globo de Ouro), pela interpretação fantástica
do narcotraficante Pablo Escobar na série Narcos, do Netflix, cabe uma
perguntinha?
Quem merecia ganhar o prêmio de Pablo Escobar da Politicagem
brasileira?
A resposta é: aquele que formou cartéis econômicos com empreiteiras,
exerceu forte tráfico de influencia nos maiores empresários e banqueiros, além
de coordenar a maior farra de corrupção da história do planeta...
O Louro José e a Loura reclamam...
A apresentadora global Ana Maria Braga e seu fiel Papagaio começaram o programa
desta segunda-feira chamando a atenção para um absurdo que afetou o bolso dos
brasileiros.
Enquanto a inflação oficial acumulada ficou em 10,48%, a Gasolina subiu, em
média, 19,33% e o Álcool teve reajustes de absurdos 26,10%.
Só faltou a Ana e o Louro lembrarem que a tudo isso aconteceu graças à
Petrobras - empresa estatal (de economia mista), onde explodiu um dos maiores
escândalos de corrupção da História brasileira -, e na mesma época em que os
preços internacionais do barril do petróleo estão em baixa.
Releia o artigo de domingo: SEC
e Lava Jato apuram erro ou omissão de Dilma em denúncia de Paulo Roberto Costa
contra White Martins
Sem resposta dos tucanos...
Alvaro Dias causou frisson ao anunciar que trocava o PSDB pelo Partido Verde,
alegando que só poderia ficar em um partido no qual tivesse certeza de que não
tem ninguém envolvido na Lava Jato...
Curioso é que o senador paranaense reclamou na sexta, mas, até agora, nenhum
tucano veio a público para tentar contestá-lo, de forma veemente...
Do jeito que a coisa vai, Alvaro Dias será um belo candidato a Prefeito de
Curitiba pelo partido de Zequinha Sarney, aproveitando que os tucanos nunca
estiveram tão acuados...
Por trás de tudo
Peregrino
"NÓS, que lutamos pela DEMOCRACIA...!"
Por Percival Puggina
Nessa encrenca
política, típica de republiqueta bananeira em que o país está enfiado, volta e
meia a frase que dá título a este artigo é pronunciada, com poses de estadista,
por membros do partido governante. Que é isso, companheiro? Prá cima de mim?
Desmentidos a respeito dessa alegada luta pela democracia são abundantes,
inclusive entre participantes da atividade clandestina que, mais tarde, se
tornaram honestos historiadores do período. Exatamente por esse motivo nenhum
está no governo. A balela da luta pela democracia requer relação inescrupulosa
com a verdade.
Aliás, os
supostos "mártires da democracia e da liberdade" comandam o Partido
dos Trabalhadores em proporções decrescentes. Muitos enriqueceram com
indenizações. Ou por meios ainda piores. Outros já morreram ou se aposentaram.
Mas - curioso fenômeno - as fraudulentas credenciais da luta pela democracia
são transmitidas, oral e magicamente, entre sucessivas gerações de comunistas
brasileiros.
Sempre que penso
sobre isso me vem à mente um episódio no qual terroristas e guerrilheiros
tiveram a oportunidade de proclamar ao Brasil quem eram e o que pretendiam. E o
fizeram, para a História, de viva voz e próprio punho. Era o mês de setembro de
1969. Duas organizações guerrilheiras, a ALN e o MR-8 haviam sequestrado o
embaixador dos Estados Unidos, Charles Burke Elbrick, e imposto condições para
libertá-lo: soltura de 15 presos políticos e leitura em cadeia nacional de
rádio e TV de um manifesto que haviam redigido. Naqueles dias, estava em plena
vigência o AI-5 e o Brasil era governado por uma junta militar, em virtude do
derrame cerebral que acometera o presidente Costa e Silva. Embarcar os presos
para o México e para Cuba era fácil, mas autorizar a publicação nos principais
jornais e a leitura em cadeia nacional da catilinária dos sequestradores era
constrangedora rendição. Contudo, a execução do embaixador pelos sequestradores
seria um mal maior. E a junta militar se rendeu.
O país parou para
ouvir o texto redigido por Franklin Martins, um dos sequestradores.
Oportunidade preciosa, dourada, única para guerrilheiros e terroristas dizerem
por que lutavam, afirmarem seus mais elevados compromissos e cobrá-los do
governo, não é mesmo? Qual o quê! O documento (leia a íntegra em "Charles
Burke Elbrick" na Wikipedia) foi uma xingação que falava do que os
revoltosos entendiam: ideologia, violência, "justiçamentos",
sequestros, assaltos. Não há menção à palavra democracia ou à palavra
liberdade.
A seca do Nordeste
ajuda mais a venda de ingressos para o desfile das Escolas de Samba no Rio de
Janeiro do que a luta armada serviu à redemocratização do país. Na prática, só
atrapalharam o processo político. Se tivessem vencido? Bem, teriam antecipado
para pior, em meio século, o estrago que estão fazendo agora.
_________________
Percival Puggina (71), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto,
empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora
e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o
totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do
Brasil, integrante do grupo Pensar+.
Governo tenta minimizar denúncia contra Wagner, aquele que passeou com Dilma na lancha de empreiteiro preso…
Governo tenta
minimizar denúncia contra Wagner, aquele que passeou com Dilma na lancha de
empreiteiro preso… Um governador pode ouvir pleitos de empresários? Claro que
sim! Mas não pode utilizá-los como instrumento de financiamento irregular de
campanha
O ministro da Casa
Civil, Jaques Wagner, tornou-se personagem graúda da Operação Lava Jato. A
Procuradoria-Geral da República ainda não pediu nem mesmo a abertura de um
inquérito contra ele. Os critérios de Rodrigo Janot, nesses casos, têm um quê
de insondável — ou de bastante sondável —, mas os motivos para tanto estão
dados. O governo tenta minimizar as suspeitas. É inútil. Elas são muito graves.
Antes que continue, uma lembrança importante: dois dos homens fortes de Dilma —
o outro é Edinho Silva, da Comunicação Social, já um investigado — foram
atropelados pela operação. Sigamos.
Conforme revelou o
Estadão na quinta passada, mensagens de telefone interceptadas pela Operação
Lava Jato apontam relações, vamos dizer, muito especiais entre Wagner, então
governador da Bahia, e Léo Pinheiro, que presidia a empreiteira OAS. As
conversas foram mantidas entre agosto de 2012 e outubro de 2014.
E o que revelam os
diálogos de Pinheiro com subordinados e com o próprio Wagner? Que a empreiteira
apelou aos préstimos do governador para resolver pendências que mantinha com o
Funcef — fundo de pensão dos funcionários da CEF, comandado por petistas — e
com o Ministério dos Transportes. Isso, por si, constitui crime ou indício de
crime? É claro que não!
Empresas, assim como
sindicatos de trabalhadores, podem apelar à autoridade política de um
governador para que interceda em favor de um pleito seu — desde que tudo seja
feito às claras, à luz do dia, fora de uma relação de troca. Ocorre…
Ocorre que não é
isso o que sugerem os diálogos que vieram a público. As conversas apontam que a
OAS pagou despesas de campanha de Nelson Pellegrino, candidato derrotado do PT
à Prefeitura de Salvador em 2012. E Wagner, em razão da autoridade política que
detinha, aparece no centro dessa articulação.
Na linguagem cifrada
empregada pela turma, com bem pouca imaginação, diga-se, o chefão petista é
chamado de “maestro”, numa alusão ao compositor alemão Richard Wagner, e de JW
— o que não requer nenhum voo interpretativo. Nota à margem: Wagner, o
compositor, era alemão e antissemita. Wagner, o agora ministro, é judeu. Não é
senso de ironia de quem se mete em tramoia. É só ignorância mesmo.
Léo Pinheiro foi
condenado em primeira instância a 16 anos de prisão. Especulou-se,
inicialmente, que pudesse fazer delação premiada. Até agora, nada. Trata-se de
um dos empresários mais próximos de Luiz Inácio Lula da Silva. A OAS reformou o
tríplex de Lula no Guarujá e um sítio em Atibaia, feito ao gosto do Apedeuta,
que, no entanto, está no nome de dois sócios de Lulinha, um de seus filhos.
Voltemos a Wagner.
Há duas questões relevantes aí. É claro que o ministro mais importante da
articulação política não pode estar empenhado em se defender. Na verdade, a ele
caberia a defesa do governo. Em segundo lugar, evidencia-se, mais uma vez, que,
com o PT, chegou ao paroxismo a transformação do estado e seus entes em mero
guichê de demandas privadas, desde que os interessados paguem o preço da
intermediação. Com o partido, o velho patrimonialismo assumiu a dimensão do
assalto puro e simples.
É preciso ainda ter
um pouco de memória. Em 2007, a Polícia Federal deflagrou a Operação Navalha,
que colocou na cadeia 46 pessoas. O centro do escândalo era a empreiteira
Gautama, da Bahia. Seu proprietário, Zuleido Veras, tinha uma carteira enorme
de amigos poderosos. Entre eles, contavam-se, por exemplo, José Sarney, Renan
Calheiros e, sim!, Jaques Wagner.
No dia 25 de
novembro de 2006, Zuleido emprestou sua lancha, batizada de Clara — um
espetáculo de US$ 1,5 milhão, com 52 pés e três suítes — ao então governador da
Bahia. Sim, era Jaques Wagner. Ele resolveu oferecer um passeio pelas águas da
Baía de Todos os Santos à então ministra da Casa Civil. Ela atendia pelo nome
de Dilma Rousseff.
Seis meses depois,
Zuleido estava na cadeia. E o PT vendeu a patacoada de que isso só havia
acontecido porque o partido combatia a corrupção. Entenderam?
Assinar:
Postagens (Atom)