sexta-feira, 27 de março de 2015

'Congresso dá um baile no governo'



Colunista do Radar on-line diz que Eduardo Cunha e Renan Calheiros comandam o espetáculo ao tomarem as rédeas da situação. Marcelo Madureira fala sobre a lista de desempregados no governo Dilma. E o colunista de VEJA Augusto Nunes comenta a demissão de Thomas Traumann, ex-secretário de Comunicação Social.

SANTA DEVOÇÃO A UM COVARDE

Por Aileda de Mattos Oliveira

Os aparentes sumiços de Lula, longe estão de serem atos de prudência política, em favor da Nação. Isto é próprio de perspicazes e operosos homens públicos, que sabem o momento de silenciar e o de interferir nas crises institucionais, para trazer soluções eficazes aos sérios problemas criados, justamente, pela inidoneidade de alguns.

Lula desaparece por preferir a surdina, as sombras das coxias, agindo em seu próprio benefício, vivendo a sua notória ociosidade nos conchavos, o que significa novos estragos ao País. Pensa em autopreservar-se aos olhos da camada sem luzes como ele, porém, sem a sua esperteza, sem a sua astúcia de finório que a faz crédula e devota do crápula.

Ao anúncio de um novo escândalo, é nas costas dos seus parceiros que se acoberta, mas ei-lo que surge, em desespero, ao sentir a derrocada do Lula mito, antes cultuado pelos que se deliciavam com a sua brega verborragia de etílico.

Se projetava o foco nas Forças Armadas, instituições cuja probidade está além de seu entendimento, agora cobre de pancada a classe média, que sustenta, enganchado ao pescoço, o governo que a espolia com o pesado volume de impostos. São elas o bode expiatório do rouquenho malandrão que tenta desviar o olhar do País do filho bastardo do Brasil.

Mesmo perito em canalhice, foi canhestro na escolha da parceira que viria a substituí-lo na presidência. Um monólito. Sem condições de entender as sutilezas políticas, a irascível mulher não consegue se afinar às regras do jogo, mesmo sendo "uma santa", no dizer de Stédile.

As aparições do farsante ante a plateia com os mesmos áulicos a sublimarem com palmas as suas bravatas, ocorrem a cada vez que seu nome surge nos depoimentos dos "cumpaêro", e que vão deixando pelo caminho peças com as quais o juiz federal Sérgio Moro vai completando o seu quebra-cabeça, na formação da imagem do capo. Aos berros, quer convencer os idiotas úteis e a si mesmo de que os rombos na Petrobras foram obra do povo "branquinho" da classe média "direitista" e "golpista".

Ele (Moro) sabe de quem é a cara que está lá se formando, ébria, em primeiro plano, mas vai, como disse, "seguir o dinheiro" e, devagar, topará com o rei da gatunagem, que, mesmo escorregadio como enguia, não se livrará do destino que o espera.

Frouxo, viveu e vive de impostura, de traição, portanto, não é de se estranhar que, como saltimbanco no palco, na incontinência de suas palavras mal-ajambradas, libere o 'general' Stédile para pôr na rua o seu "exército" de mercenários. Sem dignidade, não assume os atos destruidores desses contingentes, seus comandados, executados nas estradas, causando vítimas, entre elas, criança. Escafedeu-se, novamente.

Apesar de sua reconhecida má reputação, há um acovardamento dos implicados nas vultosas propinas, até mesmo, da Polícia Federal, em colocá-lo na lista suja dos ilícitos. Uma santa devoção os impede de chamá-lo às falas e retirá-lo do seio político pelos danos que têm causado às instituições, ao povo, à Nação. Não prendê-lo, é que desmoraliza "a figura institucional da Presidência da República", e não o contrário, como pregam alguns "cordiais" brasileiros.

A repugnância de sua desfaçatez faz a união cívica dos brasileiros conscientes, que desejam vê-lo, o quanto antes, no xadrez.

Dessa, não escapará!




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Aileda de Mattos Oliveira é Dr.ª em Língua Portuguesa e Vice-Presidente da Academia Brasileira de Defesa