Por Políbio Braga
quarta-feira, 18 de março de 2015
A MULHER DE CÉSAR
Por Gen Clovis Purper Bandeira
O Senador romano Caio Júlio César, já viúvo de sua primeira
esposa, casou-se com Pompeia Sula em 67
a.C.
Em 63 a.C., César foi eleito para a posição de pontífice
máximo (pontifex maximus), o sumo sacerdote da religião estatal romana, o que
lhe dava direito a uma residência na Via Sacra .
Em 62 a.C., Pompeia realizou, em sua casa, um festival
oficial em homenagem a Bona Dea (“boa deusa”), no qual homem nenhum poderia
participar. Porém, um jovem patrício chamado Públio Clódio Pulcro conseguiu
acesso, disfarçado de mulher, aparentemente com o objetivo de seduzi-la. Ele
foi pego e processado por sacrilégio.
César não apresentou nenhuma evidência contra Clódio no
julgamento e ele acabou inocentado. Mesmo assim, César se divorciou de Pompeia,
afirmando que “minha esposa não deve estar nem sob suspeita”[].
Esta frase deu origem a um provérbio, cujo texto é
geralmente o seguinte: “À mulher de César não basta ser honesta, deve parecer
honesta”.
No último dia 11 de março, voluntariamente, o Ministro do
Supremo Tribunal Federal José Antonio Dias Toffoli passou a integrar a Segunda
Turma daquele Tribunal, que será responsável pelo julgamento dos políticos que
forem denunciados no caso do petrolão, até o momento o maior escândalo de
corrupção ocorrido no Brasil. O Ministro presidirá a Segunda Turma nesses
trabalhos.
São públicas e notórias suas ligações com o governo e com o PT,
o que já deixa muita gente desconfiada quanto às intenções deste voluntariado.
No dia seguinte à sua nomeação, Toffoli foi recebido no
Palácio do Planalto pela presidente, acompanhada pelo Chefe da Casa Civil e
pelo Ministro da Justiça.
Segundo suas declarações, a finalidade da reunião, que já
estaria acertada há vários meses, era apresentar à presidente um trabalho que
sugere a adoção de um número de registro único para os cidadãos brasileiros,
que os acompanharia por toda a vida e substituiria os atuais números de
identidade, CPF, título de eleitor, carteira de habilitação e todos os demais
números que nos identificam junto a diversos órgãos da administração pública.
Não se entende a urgência dessa apresentação à presidente,
que teve que abrir espaço em sua agenda, visto que estava de partida para uma
viagem oficial ao Acre.
Talvez tenham tratado do registro nacional dos brasileiros.
Ou combinado algo sobre o julgamento do petrolão. Ou tomado chá com bolinhos e
discutido a receita dos mesmos. Ou a fórmula de uma pizza em preparação.
O certo é que a ocasião e o açodamento da reunião dão margem
a várias interpretações.
Ministro Toffoli: a um Ministro do Supremo Tribunal Federal
, como à mulher de César, não basta ser honesto; é preciso parecer honesto.
Publicado originalmente no site do Clube Militar
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Gen Clovis Purper Bandeira é Editor de Opinião do Clube
Militar
A INVASÃO ALIENÍGENA
Por Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira
Vieram clonados de nacionais, como marmanjos, moços, idosos,
mulheres, senhoras, moças e de exemplares de varias espécies de nosso folclore.
Especialistas em manifestações avaliam entre um a dois
milhões de ETs.
Pacíficos, os seres de outro planeta se limitaram a
percorrer as principais ruas e avenidas de muitas cidades, na maioria das
capitais, e em diversas cidades de menor porte.
Foram facilmente identificados pelo populacho que assistia
embasbacado a sua marcha, quase uma procissão.
Em geral, trajavam indumentária verde ou amarela, ou verde e
amarela. Muitos portavam placas e cartazes.
Não carregavam armas, nem escudos, nem qualquer artefato
bélico, por isso, ninguém teve a coragem ou a cretinice o suficiente para
admoestá - los.
As polícias evitaram os excessos, embora em alguns casos
tenham se esforçado para arrefecer a sua caminhada e diminuir o seu efetivo que
crescia a cada hora.
Os transeuntes nativos olhavam boquiabertos a empáfia e a
coragem dos invasores.
Quem são eles? O que querem? Por que vieram de alhures,
aparentemente, defendendo os direitos dos nacionais?
Vieram de outra galáxia? Como o caos econômico e moral que
se abate sobre o Brasil chegou tão longe?
Estas entre inúmeras parecem ser as razões da invasão
pacífica.
Muitos indagam as razões de um contingente alienígena ter
pousado na terra, em nosso País, para desafiar os cretinos que depravam e
roubam todas as classes.
Os religiosos alegam que devemos agradecer a mão de Deus.
Outros, que os ETs acompanham deprimidos a derrocada do País, e resolveram
interferir pacificamente, mostrando à população de que ela deverá ter coragem e
determinação para expurgar seus inimigos.
A invasão começou pela manhã, estendeu - se pela tarde, e só
acabou ao anoitecer, e depois, da mesma forma silenciosa como eles chegaram, se
foram.
O desgoverno, assustado, determinou os pronunciamentos de
dois arrogantes ministros (que procuraram minimizar as manifestações, sob
alegação mentirosa de que delas participaram APENAS os que não votaram na
presidanta), na tentativa de arrefecer a indignação dos ETs, para evitar que o
populacho impregnado pelo exemplo estrangeiro prosseguisse a marcha, e até
empregasse o uso da força, se necessário.
Hoje, uma tremenda dúvida invadiu a mente da sociedade
brasileira: os alienígenas são confiáveis? Sua marcha foi uma demonstração de
que a coragem, a vontade de expulsar presidentes, ladrões, canalhas e
terroristas pode e deve ser realizada quando for necessário?
Tudo indica e são muitos os sinais de que ainda existe pelo
menos uma molécula de moral na alma do povo, e que somadas às indignações
populares, elas se tornam imbatíveis e capazes de alimentar a chama da justiça
e o fervor da cidadania.
O desgoverno está preocupado, temeroso que a ação alienígena
tenha plantado no coração da massa nativa o poder da revolta, a coragem do
desafio e a garra para dar um fim no caos e na imoralidade.
O desgoverno, infelizmente, continua o mesmo e deverá adotar
medidas paliativas para manter - se no poder, nada de relevante, pois
prosseguirá onerando a população com pesados impostos e, efetivamente, nada
fará que possa afastá - la do domínio total.
Os entendidos preveem que alguns alienígenas não retornaram
para as suas origens e que pretendem num futuro próximo desencadear uma nova
marcha, menos pacífica, e forte o suficiente para empregar a força das armas,
até atacando e vencendo o exército do Stédile.
Alguns nacionais tentam entrar em contato com os ETs na busca
de orientações, e quiçá participar dos planejamentos e ações futuras.
Vamos aguardar.
Fonte: Em Direita Brasil
Os idos de Março
Algumas observações sobre as manifestações que ocuparam o
país e, ao que parece, vão ocupar ainda mais:
1. Há dois anos, no auge dos protestos de junho de 2013,
estava prestes a dar uma palestra para um grupo de amigos e disse a um dos
convidados, um desses janotas que vivem em função do mercado financeiro, que o
Brasil estava passando por um processo revolucionário. Ele apenas fez um muxoxo
e um esgar de desprezo;
2. Estamos na fase em que a "crise de hierarquia"
(crisis of Degree, na terminologia de René Girard), na qual a sociedade não
consegue mais se espelhar na elite que deveria liderá-la, já mostrou a que veio. O Estado falido que não admite
isso para si mesmo e, por meio de seus funcionários e acólitos, começa a
achacar a população com impostos, taxas e outros tarifaços; a economia que se
desagrega a olhos vistos no bolso de qualquer trabalhador, independente de
classe social; um governo perdido que não sabe o que deve ser feito para manter
o mínimo de ordem institucional; e um clima crescente de insatisfação que, se
não for devidamente canalizada, pode descambar em violência, uma vez que anda
sempre em busca de experiências catárticas, como as passeatas ou manifestações
de massa;
3. Em outras palavras, citando Guimarães Rosa em Grande
Sertão: Veredas, estamos em pleno "o diabo na rua, no meio do
redemoinho";
4. Dito tudo isso, o que mais surpreendeu na manifestação do
dia 15 de março de 2015 foi o fato de que, pela primeira vez em minha porca
vida, não era um movimento comandado pela retórica de esquerda e sim uma
reunião daquilo que os americanos chamam de "a maioria silenciosa" -
ou seja, a maioria de todos nós, que trabalha e paga impostos e que, sobretudo,
aguenta até um certo limite para a interferência do Estado em sua vida privada.
Contudo, quando este limite estoura - como é precisamente o caso deste momento
em que estamos vivendo - a reação é a da
justa indignação;
5. Em geral, os espectadores engajados sempre ficam céticos
em relação às manifestações que envolvam mais de três pessoas. A princípio, foi
o meu caso. Mas, ontem, ao ir ao protesto na Paulista para observar, a primeira
coisa que me sensibilizou foi, digamos assim, "o mimetismo do bem".
As pessoas que estavam lá podem até não ser honestas ou boas todos os dias e
todas as horas da sua vida; mas, naquele momento, todos queriam ser bons, todos
queriam ser honestos - e isto é o que conta. Minha esposa foi comprar duas
Cocas em uma banca que estava aberta e achou que o vendedor havia errado no
troco. Informei que ele estava certo - e o sujeito respondeu a ela: "Aqui
ninguém quer roubar não, aqui ninguém é PT";
6. A outra coisa que impressionou foi a ausência de um clima
de violência e de ressentimento. Havia famílias e gerações inteiras ali: desde
do avô até o neto pequeno, passando pela mulher, pelo filho, pelo sobrinho.
Outro detalhe: muitos negros, vários homossexuais, vários travestis. O que isso
significa? Que decência não tem genero, raça ou escolha sexual e que esse
pessoal também está cansado de ter as suas reivindicações sequestradas por um
grupo de oportunistas;
7. Assim, fica nítido que o PT não engana mais ninguém.
Aliás, é o que todos queriam ali, sem exceção: que Dilma e o PT fossem embora
da vida pública. O que seria excelente, porém não é o que vai acontecer: Dilma
será rifada pelo PT para este permanecer no poder e o Partido dos Trabalhadores
vai se desintegrar em outros pequenos partidos para continuar com seu trabalho
hegêmonico de aviltamento das consciências. O PMDB será o fiel da balança e
terá de se unir com o PSDB para governar minimamente o país;
8. A única coisa que pode mudar essa situação é se Sergio
Moro (gostaria de saber se o juiz federal tem consciência de que o seu Moro
pode ser tanto do juiz italiano Aldo ou do mártir inglês Tomás), com a Operação
Lava Jato, limpar a estrutura política do país, colocando a cúpula do PT
(especialmente Lula e José Dirceu) em maus lençóis - leia-se: em cana. Por mais
que Moro & Cia sejam extremamente competentes, temos que saber até que
ponto o patrimonialismo jurídico deixará Dias Toffoli em seu devido lugar, já
que o PT deseja que ele cumpra o seu papel de militante do patrimonialismo
revolucionário;
9. Com este cenário, não é um exagero aceitar a conclusão de
Olavo de Carvalho (e, depois, copiada descaradamente por Vladimir Safatle,
sempre sem citar a fonte original) de que estamos assistindo à morte da Nova
República. E, com isso, temos um problema maior: Quem será o líder de todo esse
redemoinho que arrasa com o país? O PSDB perdeu a sua chance porque, como
sempre, foi pusilânime - e mais: ele sabe que depende muito bem do sistema
podre da Nova República para permanecer no poder. O PT terá de se metamorfosear
- e isso levará algum tempo até assumir a sua nova máscara. Sobrou o PMDB, que,
infelizmente, é o modelo supremo do patrimonialismo tradicional, mas é
infinitamente muito melhor do que o modelo estabelecido pelo Foro de São Paulo
(e que, na verdade, foi a única oposição real que o PT teve em seus doze anos
de governo);
10. E, por falar em Olavo de Carvalho, lembro-me que há dois
meses tive uma conversa com Joel Pinheiro da Fonseca e ele afirmou que "o
olavismo estava morrendo". Bem, ontem, na Paulista, eu não vi nenhuma
placa escrita "Joel Pinheiro tem razão";
11. Voltando aos três tipos de patrimonialismo, fenômeno
descrito com perspicácia por Raymundo Faoro, mas desenvolvido de forma
brilhante por Antonio Paim em A querela do estatismo e depois levado ao extremo
da genialidade por Paulo Mercadante em seu A coerência das incertezas. A luta
pelo butim do Estado se dá entre o PT, PSDB e PMDB - mas, ontem, na
manifestação da Paulista e em outros lugares do Brasil, as pessoas não queriam
saber nada disso. Ao contrário dos protestos de 2013, em que desejavam mais Estado
para resolver problemas do próprio Estado, tudo o que queriam ali era que o
governo parasse de interferir na vida de cada um;
12. Assim, o que pode acontecer daqui em diante? Dilma e o
PT caem? É provável que o Partido dos Trabalhadores rife Dilma Roussef para não
perder o reino. Tudo isso depende de como o PMDB (leia-se Eduardo Cunha) se
comportará. Mas o PT demorará para ir embora da vida pública. Afinal, não se
trata de um mero partido - e sim de uma forma de pensamento. Este pessoal não
vai embora tão cedo;
13. A prova disso é a própria reação da mídia que,
desesperada porque está vendo o seu mundo ruir, parte para a desinformação pura
e simples, como fez a Globo News com os comentários patéticos de Cristiana
Lobo, a Folha de São Paulo com sua opção "a solução é à esquerda" e
os demais veículos;
14. Enfim, há muita coisa a ser feita. Mas o que tem de ser
comemorado é que, pela primeira vez na minha curta vida que espero ser longa,
eu testemunhei o fato de que o feitiço virou contra o feiticeiro.
_____________
Martim Vasques da Cunha é escritor.
O Povo sem CUT
Por Ernesto Caruso
Povo sem CUT e sem medo. Sem amarras. Sem quentinha, bolsa
manifesto. Na cara e na coragem. Velhos, crianças, família de verde-amarelo,
pensando Brasil, clamando pela paz, liberdade para o cidadão e prisão para o
bandido corrupto. Emoção. Não há quem na distância dos grandes centros ou nas
inúmeras cidades, presente, não sinta o grito de revolta, de indignação que
está entalado na garganta de todos diante dos depoimentos, onde a palavra
propina é pronunciada de forma repetitiva e descarada.
Propina... propina... de cá e de lá. Aos milhões, milhões que são a sustentação do
poder corrupto emaranhado, combinado nos porões de Brasília, do governo
central. Repetição do mensalão que a suprema cegueira da Justiça suprema não
enxergou como quadrilha, onde os núcleos empresariais, financeiros e políticos
trocavam informações e se acertavam na propina. Hoje em pauta igual.
Povo sem amarras, sem o toma lá, da cá, com a liberdade que
nem os partidos têm subjugados por seus donos e imposições de líderes a serviço
do governo para o voto de cabresto e não com a própria consciência. Meia dúzia
de caciques a determinar o que fazer e a quem beneficiar. Não é o número de
partidos que atrapalha, são os grilhões nos pés dos parlamentares controlados
pelos capatazes.
É essa a voz da rua. Para o governo Dilma/PT que repele.
Para os ministros da Suprema Corte que batem os ombros às críticas, como se viu
nas entrevistas do Min. Dias Toffoli que ao invés de se dizer impedido de
julgar os enquadrados na operação Lava Jato muda de Turma exatamente para
fazê-lo, tendo sido advogado do PT, alvo da delação premiada acusando o seu
tesoureiro.
O cartaz “totofoli chega de maracutaia” chamou a atenção do
cinegrafista da TV. No passado recente um político exclamou “estou me lixando
para a opinião pública”. Poder, pode, mas... Polido? Politicamente correto?
Voz da rua principalmente para o Congresso Nacional.
Deputados e Senadores que não queiram se vender, nem sucumbir sob os escombros
do governo Dilma/Lula/PT visto e tido como mentor e interesse em se manter no
poder a todo custo. Que tenham a coragem e respeito a si próprios até para
impor o impeachment reclamado com medida importante, cirúrgica, drástica, mas
necessária para vencer este momento de instabilidade política e administrativa.
A sugar e definhar empresas do porte da Petrobras.
Voz da rua que não se contenta com as migalhas em suas mãos
como esmolas, mas que não preenchem as suas necessidades em trabalho digno,
assistência à família em especial no item saúde. Terrorismo diário nas portas
dos hospitais públicos que não cumprem as regras de contrato no plano de saúde
assinado entre o povo trabalhador, governo e SUS. O trabalhador paga já
deduzidos os valores no contracheque sem a contrapartida dos governos central e
regionais.
Gente que não aguenta mais os investimentos no exterior com
verbas secretas do BNDES e a falência de tudo em todos os cantos do território.
Que não aceita mais a “presidenta” mostrar na televisão o país da maravilha que
não encontra nos transportes da casa ao trabalho, no posto médico vizinho, no
bairro das ruas esburacadas, que enchem quando chove e que como diz o poeta, de
dia falta água, de noite falta luz.
O recado está dado. A ampla e intensa demonstração da
vontade popular não parece que vai esmorecer e deixar que termine em pizza. Se
não ocorrer o impeachment ou a renúncia que enfim traria a paz e a esperança do
aprofundamento das investigações nos bancos oficiais e empresas, sem as
autoridades atuais, outros protestos virão. Firmeza e determinação estão
presentes na pacífica revolta popular. Que inflamada pode deixar de ser.
Fonte: Alerta Total
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Ernesto Caruso é Coronel de Artilharia e Estado Maior,
reformado, do EB.
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