sábado, 26 de abril de 2014

O assassinato do coronel — Pode ter sido a extrema-direita? Pode! Mas por que não a extrema-esquerda? O que eu acho? Crime comum!


Já escrevi brevemente a respeito, mas volto ao ponto. O coronel Paulo Malhães, 76, que confessou ter torturado pessoas — e, a meu juízo, fantasiou um pouco, mas não entro no mérito agora —, foi morto. A chácara em que morava foi invadida. Algumas coisas foram roubadas, inclusive dois computadores. Fala-se abertamente em queima de arquivo. Acho essa hipótese tão plausível como a de vingança de grupos de extrema-esquerda. Vale dizer: as duas coisas me parecem… implausíveis.

Então haveria ainda um grupo ativo, organizado e operacional o bastante para praticar esse tipo de coisa? Que se investigue tudo, mas a hipótese me parece fantasiosa. Convenham: se considerarmos os grupos ativos nos chamados anos de chumbo, mais organizados, hoje em dia, estão os ex-extremistas de esquerda — alguns deles no poder — do que os que participaram da repressão, não é mesmo? “Ah, mas só extremistas de direita fariam isso; os de esquerda nunca!” Epa! Aí, não!

De resto, eventuais remanescentes da repressão matariam o coronel por quê? Ele não entregou nomes. Quando tratou do mérito da tortura, fez raciocínios horripilantes e muito pragmáticos sobre a “eficiência” do método. “Ah, mas levaram os computadores; pode ser que houvesse informações lá…” Se ele estivesse interessado em fazer alguma delação depois de morto, creio que tinha experiência o bastante para entregar o arquivo a alguém. Matá-lo, então, seria uma burrice porque apressaria a divulgação — o meu raciocínio é puramente lógico.

Mais: considerando os que participaram da linha de frente da repressão ilegal, bem poucos restam vivos, não é mesmo? Quantos poderiam ser prejudicados se ele falasse? Se a intenção fosse espalhar o terror e se esse grupo é organizado a ponto de planejar assassinatos, uma advertência mais clara seria atacar algum familiar próximo, não o próprio coronel. Pergunto ainda: então esse grupo seria operante e violento o bastante para eliminar um dos seus, mas não para atacar militantes de esquerda?

Ora, se é o caso de entrar em conjecturas, posso inferir, por exemplo, que extremistas de esquerda que ainda estão por aí sabem que dificilmente haverá a revisão da Lei da Anistia. Mais: há muita gente descontente com a baixa voltagem desse tema. A população nem sequer sabe exatamente o que é essa tal Comissão da Verdade. Por que não, então, matar o coronel, já que a hipótese da queima de arquivo será a mais influente? Por que não criar um evento para demonstrar que os “inimigos” ainda estão entre nós?

Se eu fosse obrigado a fazer uma escolha, diria que a possibilidade de ser uma vingança da esquerda é maior porque faria mais sentido. Mas, de fato, acho que Malhães foi apenas vítima de bandidos comuns. Sua morte pode até estar relacionada ao depoimento que deu, mas de outra maneira. Ninguém sabia da sua existência. Levado para aquele banco oficioso dos réus, tornou-se uma figura nacionalmente conhecida. Dadas as suas vinculações com o antigo regime, podem ter imaginado uma figura ainda poderosa, eventualmente endinheirada — não parece que fosse o caso, considerando o lugar em que morava.

Nem tudo o que vem antes é causa do que acontece depois. Mas não vou tentar convencer ninguém. A hipótese da queima de arquivo é sedutora demais, não é mesmo? Tem mais cara de roteiro de filme policial. “E se você estiver errado, Reinaldo?” Sempre estou preparado para essa possibilidade.

Aécio chegou ao restaurante em São Paulo aplaudido pelo PIB e saiu saudado pela rua depois de duas horas festejado pelo povo


Às 13:15 desta sexta-feira, o senador Aécio Neves apareceu sem aviso prévio no Vecchio Torino, restaurante paulistano que concentra no começo da tarde ─ como ocorria no extinto Massimo ─ um bom pedaço do Produto Interno Bruto brasileiro. Foi recebido com aplausos pela poderosa clientela que ocupava quase todas as mesas e saudado como “Presidente”  por vários participantes da espontânea manifestação de apoio ao candidato do PSDB ao Planalto.

Antes e depois das garfadas na posta de bacalhau, Aécio atendeu aos pedidos dos  funcionários que se aproximavam em grupos, empunhando celulares: queriam uma foto em sua companhia. Menos de duas horas mais tarde, posara ao lado de todos os integrantes do time de garçons ─ um mosaico étnico formado por brasileiros do Ceará, do Piauí, da Paraíba, de Minas, de Pernambuco e de São Paulo.

No fim do almoço, sempre risonho, contornou a sobremesa para atender ao apelo transmitido pelo dono do Vecchio Torino: o pessoal da cozinha também reivindicava uma sessão de fotografias. Às 15:15, ao deixar o restaurante, ouviu palavras de estímulo da plateia composta por motoristas particulares, porteiros e gente de passagem pela calçada.

Resumo da ópera: Aécio Neves chegou aplaudido pelo PIB e saiu saudado pela rua depois de duas horas festejado pelo povo.

Comunista no litoral norte de SP - PREGA 1º REVOLUÇÃO!!


Este ser , que não quis se identificar, está na praça Cândido Mota em Caraguatatuba SP pregando revolução socialista em nosso país e detalhe diz que Cuba é maravilhoso ...Então porque esse ser não volta pra lá se é tão bom !!! To indignado.

Petralhada teme consequências de delação premiada para Vargas, Paulo Costa e doleiro Youssef

 
Eis a questão que atormenta 13 em cada 10 petralhas: A desfiliação forçada do PT, muito a contragosto, do ainda deputado federal André Vargas representa um risco de que ele, pt da vida, venha a se vingar dos antigos companheiros, caso caia em desgraça judicial? Ou Vargas permanecerá em silêncio, segurando a bronca sozinho, contando com uma milagrosa salvação promovida pelos poderosos relacionamentos do seu amigo, o doleiro Alberto Youssef, cuja família opera para os grande capital da comunidade judaica e libanesa no Brasil?

A mesma dúvida paira sobre o “companheiro” Paulo Roberto Costa. O ex-diretor de abastecimento da Petrobras e ex-conselheiro de empresas do grupo Odebrecht também é outro arquivo vivo sobre os negócios petralhas. Será que Paulo Roberto vai aguentar sozinho o tranco, mais ou menos repetindo o que o publicitário Marcos Valério fez no processo do Mensalão? Ou Paulo Roberto vai detonar todo mundo, em troca de alguma delação premiada, agora que foi formalmente transformado em réu pela 13ª (que ironia) Vara Federal?

Paulo Roberto responderá pelos crimes corrupção e lavagem de dinheiro em operações de superfaturamento de contratos nas obras da refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, em Pernambuco. O parceiro de Paulo Roberto era o mesmo doleiro Youssef, amigão do Vargas... Paulo será alvo de outra denúncia do MPF, por peculato e corrupção. Basta que cheguem as provas de que ele permaneceu no Conselho de Administração da refinaria Abreu e Lima, mesmo depois de ter deixado de trabalhar na Petrobras.

A Operação Lava Jato se desenrola em velocidade supersônica. O Ministério Público Federal, desta vez, faz denúncias com base em provas concretas, bem produzidas pela Polícia Federal. O esquema que lavou R$ 10 bilhões em dinheiro público desviado ilegalmente tem tudo para fisgar novos peixes grandes, nas próximas semanas. Segundo o MPF, Youseff e Paulo Roberto fizeram cerca de 400 operações passíveis de punição pela Lei que trata de Lavagem de Dinheiro e ocultação de bens - 9.613 (sempre o 13 perseguindo).

 

Paulo Costa, José Sérgio Gabrielli, Dilma e Lula: foto para ser esquecida...

O Alerta Total repete: Informações preciosas obtidas por alta espionagem privada, inconfidências no invejoso “fogo amigo” petista e delações seletivas, premiadas ou não, feitas à Polícia e á Justiça Federal por presos ou condenados em vários escândalos. Estas são as armas letalmente usadas, de agora até a campanha reeleitoral, para destronar o PT do poder.

Só assim o PTtitanic vai afundar de vez ou, numa hipótese boa para a milionária petralhada, vai acabar no estaleiro da história, aguardando a hora de retornar para novas armações ilimitadas. Esse risco é mais real que a derrocada final. Até porque, no Brasil, indo além do que proclamou Karl Marx, a história se repete como farsa, sem parar...

O consolo no meio de tanta sacanagem é que a Justiça Federal no Paraná tenta mostrar que o Brasil não é uma merda e que a impunidade precisa e pode ser combatida com Justiça. O desconsolo é: será que os podres poderes, bem acima dela, deixarão que isto aconteça?

Fala que o Procurador não te escuta...

A blindagem do Palácio do Planalto dificilmente será quebrada pela Procuradoria Geral da República e, por extensão, pelo Supremo Tribunal Federal – onde o governo petista apadrinhou a maioria dos membros.

Isso ficou claro na decisão do Procurador-geral Rodrigo Janot de fazer um parecer pedindo que o STF negue o pedido da promotora de Justiça do Distrito Federal, Marcia Milhomens, para autorização de quebra de sigilo telefônico no perímetro entre o Palácio do Planalto e a Penitenciária da Papuda.

Janot alegou que não existe motivo para investigar ligações oriundas ou recebidas do Palácio do Planalto, mesmo com a suspeita de que o reeducando José Dirceu tenha usado um celular para falar com um político baiano.

Realmente, é melhor não checar as revelações do mercado de arapongagem, revelando que teriam ocorrido 359 ligações de celular ou SMS entre o Palácio do Planalto e o Palácio da Papuda, confirme post recente deste Alerta Total:

http://www.alertatotal.net/2014/04/arapongagem-registra-359-chamadas-e.html

Sem justificativa?

O Procurador Rodrigo Janot alegou “falta de justificativa do pedido” da promotora Márcia:

“Desde já verifica-se o total descompasso da injustificada pretrensão de pedir quebras de sigilos telefônicos (chamadas efetuadas/recebidas) dentro desses quadrantes, se o suposto uso do equipamento teria ocorrido dentro do local onde está sendo cumprida a pena. Além disso, o prazo injustificado revela uma pretensão muito além. Há um excesso sem justificativa plausível e uma pretensão totalmente desarrazoada”.

A tradução livre do que escreveu o Procurador-Geral é: Não adianta pedir, que ninguém vai investigar eventuais ligações comprometedoras entre o Palácio da Papuda e a Praça dos Três Poderes (onde ficam o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal)...

Bye, Bye, Vargas!

 

Foi patética, e com ares de intensa falsidade, a notinha oficial do deputado André Vargas lamentando sua desfiliação ao PT:

“Comuniquei oficialmente ao Partido dos Trabalhadores nesta manhã o meu desligamento da sigla, após vinte e quatro anos de uma relação que me concedeu oportunidades para servir ao meu estado e ao Brasil. Deixo registrado o meu sincero agradecimento. Sem partido, irei dedicar-me agora à minha defesa no Conselho de Ética da Câmara, confiante de que me serão asseguradas as prerrogativas do contraditório e da ampla defesa. Confio na isenção, imparcialidade e tratamento isonômico da Câmara em relação ao meu caso, reafirmando a minha crença na Democracia e no Estado de Direito”.

Vargas saiu a contragosto, pressionado pelo presidente do partido, Rui Falcão, e pelo líder do partido na Câmara, deputado Vicentinho...

Quantas Lavagens?

 

Tudo prontinho para a Copa...

Só mesmo a esquizofrenia reeleitoreira pode explicar que Dilma Rousseff tenha a coragem de dizer que está tudo pronto em termos de estádios e aeroportos para a Copa de Futebol da Fifa, que começa daqui a 50 dias:

“Vamos fazer a Copa das Copas. Temos no Brasil uma quantidade imensa de craques. Eu tenho certeza de que esta Copa será um sucesso. Quero garantir a todos, primeiro que nós fazemos a nossa parte: os estádios estão prontos, os aeroportos estão prontos. Nós garantiremos a segurança nesse período. Tenho certeza de que o povo brasileiro, que é generoso, caloroso, alegre e que recebe bem, vai mostrar dentro e fora de campo a força do nosso país. Vou torcer feito uma doida para a gente ter o maior sucesso”.

O que a Presidenta disse no Pará foi replicado no Twitter oficial do Palácio do Planalto:

“Quero garantir a todos q faremos a nossa parte, estádios prontos, aeroportos prontos, garantiremos segurança nesse período”.

Queima de arquivo?

Sempre que se vê pressionada pela eclosão de escândalos, a petralhada sempre tenta encontrar um factoide novo para desviar a atenção da opinião pública e publicada.

Dão margem a tal interpretação as especulações sobre o assassinato do coronel reformado Paulo Manhães, ontem, por asfixia (e não por tiros, como se chegou a especular na primeira versão), na Baixada Fluminense.

A Comissão da (Meia) Verdade já correu para pedir à Polícia Federal que investigue o caso, já que Manhães tinha revelado detalhes sobre torturas nos tempos do regime dos presidentes militares.

Oficialmente, pelo dado do IML, Manhães morreu de edema pulmonar e provavelmente infarto.

Lembrai-vos do outro caso...

Agora, os loucos da esquerda revanchista vão tentar vender a tese de que o coronel foi morto pelos militares que ele supostamente denunciou à CV...

Em novembro de 2012, em Porto Alegre, o Coronel Molina, ex-membro do DOI-CODI, também foi assassinado.

Segundo a Polícia do Rio Grande do Sul, os assassinos foram assaltantes que buscavam suas armas – mesma coisa que aconteceu no sítio do Coronel Manhães...

Vai pra casa, Padilha

 


Parabéns, Doutor Lula

"Paulinho" do Lula e da Dilma é indiciado como "comandante da organização criminosa" que superfaturou a refinaria Abreu e Lima.

Reunião animada no Palácio do Planalto em 2006: Lula e Dilma, junto com Gabrielli, ouvem 
atentamente os planos de Paulo Roberto Costa, o "Paulinho" da Petrobras.
O juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal do Paraná, aceitou denúncia do Ministério Público Federal contra o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, acusados de serem os "comandantes da organização criminosa" que desviou dinheiro público na construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.

De acordo com denúncia feita por uma força-tarefa do MPF, responsável pela investigação do caso ao lado da Polícia Federal, Paulo Roberto, quando era diretor da Petrobras, assinou contrato superfaturado com um consórcio liderado pela empreiteira Camargo Correa, que ganhou cerca de R$ 3,4 bilhões para construir uma unidade da refinaria. Segundo o TCU, houve superfaturamento de R$ 446 milhões na obra.

Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, os desvios ocorreram de 2009 até este ano (Foto: Reprodução)

O dinheiro desviado do contrato foi parar, segundo as investigações, em contas controladas pelo doleiro Youssef - e, parte dele, repassado a Paulo Roberto. Paulo Roberto e Youssef agora são réus por lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. Podem pegar até 18 anos de prisão. O MPF ainda encaminhará à Justiça outras denúncias contra Paulo Roberto e os demais integrantes da organização criminosa. Irão esmiuçar os crimes de corrupção e peculato cometidos nesse contrato.

A PF e a força-tarefa do MPF investigam outras 14 empreiteiras que detinham contratos com a área comandada por Paulo Roberto quando era diretor da Petrobras. Há apurações também sobre os contratos internacionais de combustível fechados por Paulo Roberto à frente da Petrobras, em que há indícios de pagamentos de propina. As investigações, portanto, estão no início - e as ramificações do esquema ainda são imprevisíveis. Paulo Roberto também é réu, ao lado de quatro familiares, por ter tentado destruir provas quando agentes da PF apreenderiam documentos em seus endereços.

A construção da refinaria Abreu e Lima é um dos casos mais escancarados de desperdício de dinheiro público nas largas reservas de corrupção descobertas na Petrobras. O custo da obra saltou de R$ 2,5 bilhões iniciais para R$ 20 bilhões. Somente no contrato com o consórcio CNCC, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou um superfaturamento de R$ 446,2 milhões.

Paulo Roberto comandou a área de Abastecimento da Petrobras entre 2004 e 2012, e era o responsável pelos projetos técnicos para a construção de Abreu e Lima, entre outras refinarias. Na denúncia encaminhada à Justiça, o Ministério Público descreve o ex-diretor como o chefe, em parceria com o doleiro Youssef, de uma "organização criminosa". "(Paulo Roberto) Utilizava de seu cargo e, posteriormente, de suas influências para obtenção de contratos fraudados com a Petrobras", afirmou o MP (leia o documento abaixo).
Investigação do Ministério Público Federal afirma que Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, comandava, com o doleiro Alberto Youssef, organização criminosa (Foto: Reprodução)
De acordo com a investigação, a CNCC subcontratou a empreiteira Sanko-Sider para executar parte dos serviços em Abreu e Lima. A Polícia Federal identificou que, no mesmo período em que recebeu pagamentos da CNCC, a Sanko-Sider fez 70 depósitos nas contas bancárias das empresas MO Consultoria e da GFD Investimentos, ambas do doleiro Alberto Youssef.

No total foram transferidos R$ 26 milhões. Em seu despacho, o juiz Sérgio Moro afirma que aceita a denúncia porque considera que há provas suficientes "do posicionamento de Paulo Roberto Costa nas duas pontas do esquema criminal, em uma como responsável pela construção da Refinaria Abreu e Lima, tanto na condição de Diretor de Abastecimento da Petrobras como membro do Conselho de Administração da Refinaria Abreu e Lima, e, na outra, como beneficiário de parcelas das 'comissões' ou 'repasses'".

O Consórcio CNCC afirma que “não pode responder por outras empresas e reafirma que jamais teve relações comerciais ou fez repasses de recursos às pessoas e empresas citadas”. A Sanko-Sider divulgou um comunicado sobre o assunto. “(A empresa) não poderia superfaturar ou subfaturar nada, uma vez que não fez qualquer venda direta à Refinaria de Abreu e Lima.


A Sanko-Sider apenas atendeu às empresas privadas que formam os consórcios participantes. Mais uma vez, informamos que todos os contratos da Sanko-Sider foram feitos apenas com empresas privadas, construtoras ou consórcios particulares. A Sanko-Sider não faz vendas diretas à Petrobras, excetuando-se alguns itens para manutenção”, afirma . “Os serviços foram contratados, pagos contra a emissão de notas fiscais, que foram todas devidamente contabilizadas, tributadas e pagas, via sistema bancário, de acordo com a legislação vigente.” (Revista Época)

O Mito da Eleição

Por Marilia Mota Silva    

As colunas do templo estão abaladas. Escoras e remendos não fazem mais efeito. Instituições, valores, nossas crenças mais sagradas revelam suas falhas, gerando frustração e impotência.

O direito de votar, por exemplo, essa conquista pela qual tanto lutamos, condição básica da cidadania, alma da Democracia. Nosso voto vale alguma coisa?

A eleição é um mito que nada tem a ver com a realidade. Ao contrário. O mito da eleição é o de que somos capazes de escolher bons representantes. "Não funciona desse jeito", diz Etienne Chouard, economista francês que vem se dedicando ao assunto.

A eleição serve aos oligarcas, aos mais ricos, ou a quem serve os mais ricos.

A eleição permite que eles comprem o poder do mesmo jeito que se compra um carro.

Nosso voto só serve para dar legitimidade ao poder dos mais ricos. E, com isso, nos tornamos impotentes politicamente.

A eleição torna possível e impunes todos os abusos de poder.

A eleição de deputados e senadores permite que eles escrevam as leis para si mesmos . Não sei se, na França, os deputados decidem quais os seus salários, aumentos, mordomias, se podem contratar um exército de parentes e amigos, e classificar como secretas operações feitas com o dinheiro público, em seu benefício, como acontece no Brasil. Nosso sistema eleitoral é uma afronta. Aqui Luciano Pires, do Café Brasil, resume a situação:

"Dos 81 Senadores atuais, 16 são suplentes que não receberam um mísero voto. Ninguém votou neles, no entanto estão lá, reinando e custando mais de trinta milhões de reais por ano. Cada um. O Senado já aprovou emenda que reduz os dois suplentes a um e proíbe nomeação de parentes de sangue, mas a suplência continua. A coisa fica mais feia ainda é na Câmara de Deputados. Apenas 35 dos 513 deputados federais no Congresso Nacional foram eleitos pelo povo. Você leu direito: 35 dos 513. Os outros 478 foram eleitos pelo tal quociente eleitoral, com ajuda de "puxadores" de votos, deputados que recebem votos em massa e carregam alguns colegas de seus partidos. O ativo deputado Jean Wyllys (PSOL), por exemplo, foi eleito com 13.016 votos, puxado pelos 260.671 votos do deputado federal Chico Alencar. Treze mil votos... Tiririca (PR), o campeão de votos, com 1.353.820, puxou Otoniel Lima (PRB), Protógenes Queirós (PCdoB) e Vanderlei Siraque (PT) que tiveram, cada um, entre 93 e 95 mil votos. Portanto, quem votou no Tiririca botou lá mais três que nem sabe quem são. Entendeu? 478 Deputados Federais, que custam por ano 6,6 milhões de reais cada um, estão lá não pelos votos que receberam, mas pelos votos que foram dados a outros candidatos."

E ainda há quem culpe o povo brasileiro por não saber votar! Só pode ser má-fé ou ignorância. O sistema foi feito pelos que se beneficiam dele, para manter o povo "em seu lugar", alijado de qualquer decisão, e agradecido se lhe derem qualquer coisa. Daí que se vota em qualquer um: simpático, esquisito, palhaço, não faz diferença. Ou votamos no "menos pior". Ou anulamos o voto, o que também não representa nada. Como não se sentir impotente? Voltando ao Etienne:

"A fraude política é nos fazer acreditar que o regime atual é a democracia.

Em uma Democracia de fato, os oligarcas não teriam o poder. Eles não poderiam continuar seus abusos, esse sistema detestável e injusto que eles chamam de democracia. Eles chamam de democracia um sistema que é exatamente seu oposto.

A causa da nossa impotência é que quem escreve a Constituição não deveria escrevê-la porque eles defendem interesses próprios, que são diferentes dos nossos, da maioria, da pessoa comum. Então a solução seria escolher por sorteio uma assembleia constituinte que não seria elegível para as instituições que ela cria.

Nossos representantes deveriam ser designados por sorteio, por um único período. Eles não seriam competentes? E são competentes os que elegemos?

A mídia francesa pertence aos oligarcas. 2/3 da imprensa francesa pertencem a dois vendedores de armas e um vendedor de concreto. Por que Rotschild compra o Liberatión? Por que um outro banco compra o Le Monde?

E ainda outro banco compra o Nouvelle Obs. Por que vendedores de armas compram revistas e televisão? Por que industrias compram televisão? Não é para ganhar dinheiro. É para manipular o povo. Porque, como vocês escolhem o candidato? O candidato sem visibilidade não pode ser eleito.

É natural que banqueiros, industriais, os que estão no comando defendam as eleições a todo custo. Mas as pessoas que são humanistas, que buscam uma sociedade o menos injusta possível, e pacífica, defendem o sorteio.

Esses que continuam a adorar a vaca sagrada da eleição, quando os fatos mostram que esse sistema não funcionou, por séculos, esses negam a realidade."

Essas são algumas ideias apresentadas por Ettiene Chouard. Vale a pena ver a palestra inteira aqui, (com legendas em português).

Etienne fala da Europa; nos Estados Unidos, o clima é o mesmo.

A Constituição, antes acima de qualquer debate, ponto de concordância entre os radicais de qualquer lado, agora é contestada. Não serve mais para esses tempos globalizados, precisa de reformas.

A democracia também está em cheque. Funcionou muito bem durante décadas mas, há tempos, perdeu o rumo. Quando foi? Com o Vietnam, ou Reagan, ou quando Clinton assinou, em 99, o fim da lei Glass-Steagall, permitindo que bancos comerciais pudessem funcionar como bancos de investimento também? Ali começou a gestação da crise financeira de 2008.

"O dinheiro fala mais alto do que nunca na política americana, diz a revista The Economist.

Milhares de lobistas (mais de 20 para cada membro do Congresso) adicionam extensão e complexidade à legislação, a melhor forma de fazer tráfico de influência. Tudo isso cria a impressão de que a democracia americana está à venda e de que os ricos têm mais poder do que os pobres, ainda que lobistas e doadores insistam que as doações para candidatos e partidos são um exercício de liberdade de expressão. O resultado é que a imagem dos Estados Unidos - e, por extensão, a da democracia em si - sofreu um terrível golpe.

...Um dos perigos hoje, especialmente nas democracias ocidentais, é o constante aumento do Estado. A expansão do governo está reduzindo a liberdade e concedendo cada vez mais poderes a interesses especiais." E, como nos mostrou o episódio Snowden, o nível de intervenção do Estado em nossas vidas vai muito mais longe do que se supunha. E nada indica que vá retroceder.

A democracia que temos está em discussão na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil, como mostram os protestos que vem ocorrendo, e a recente tentativa de exumação da "Marcha pela família"; que descanse para sempre no jazigo da história.

Procuram-se novas formas de pensar, de organizar o Estado e fazer política. Como criar uma verdadeira Democracia e uma sociedade o menos injusta possível?

Uma democracia em que os cidadãos tenham poder, e o Estado esteja a seu serviço. A serviço dos cidadãos, pessoas comuns, não dos oligarcas, dos grandes empresários que se capitalizam com o dinheiro público.

"Temos que nos livrar dos parasitas porque eles nos roubam bilhões de dólares o tempo todo, e por isso temos que trabalhar tanto. Se as riquezas que produzimos com nossos esforços fossem repartidas, sem serem roubadas por alguns privilegiados, seria possível viver melhor e trabalhar menos", diz Etienne Chouard.

Como construir essa Democracia, o desafio que temos pela frente.



Documento diz que coronel morreu em decorrência de problemas cardíacos

Coronel reformado Paulo Malhães, em depoimento para a Comissão Nacional da Verdade, no Rio
Coronel reformado Paulo Malhães, em depoimento para a Comissão Nacional da Verdade, no Rio 
(Pedro Kirilos/Agência O Globo)
Guia de sepultamento não faz referência a suspeita de sufocamento de Paulo Malhães, que admitiu prática de tortura durante a ditadura

A guia de sepultamento do coronel da reserva Paulo Malhães, morto na última quarta-feira, aponta três razões como causa mortis: edema pulmonar, isquemia de miocárdio e miocardiopatia hipertrófica. O documento não faz referência a suspeita de sufocamento, uma das hipóteses levantadas pela polícia. Paulo Malhães — coronel da reserva que confessou ter participado de torturas durante a ditadura militar — será enterrado neste sábado, às 15h, no cemitério de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

A filha do ex-militar, Carla Malhães, de 51 anos, confirmou que o pai tinha problemas cardíacos. Ela afirmou que o pai não havia relatado ameaças e que, por ora, a família deixa a solução do caso nas mãos da polícia. "Não estamos pensando nisso, estamos nos despedindo do nosso pai", disse. "Para nós, ele era apenas um pai. Os demais é que o veem como o coronel da ditadura."

A Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), que investiga o caso, não descarta nenhuma das hipóteses para explicar o assassinato: homicídio por motivo de vingança ou latrocínio (roubo seguido de morte). A possibilidade de a morte ter relação com o depoimento de Malhães à Comissão da Verdade, em março, também é investigada. Na ocasião, ele afirmou ter participado de torturas, assassinatos e desaparecimentos de militantes políticos, inclusive do sumiço dos restos mortais do deputado Rubens Paiva, desaparecido em 1971. Ele também deu detalhes sobre o funcionamento da Casa da Morte de Petrópolis, na Região Serrana fluminense, um centro clandestino de tortura e homicídios mantido pelo Centro de Informações do Exército (CIE).

De acordo com a DHBF, agentes estão nas ruas realizando diligências. Os policiais buscam câmeras que possam ter registrado imagens dos bandidos fuga. Segundo o delegado Wilian Medeiros, testemunhas estão sendo ouvidas na especializada. Medeiros disse, no entanto, que não divulgará outras informações para não atrapalhar o andamento das investigações.

Histórico – Na tarde da última quinta-feira, três homens invadiram o sítio de Malhães e fizeram de reféns por nove horas ele, a mulher, Cristina Batista Malhães, e o caseiro, Rogério. Os criminosos levaram dois computadores, pelos menos três armas antigas colecionadas pelo ex-militar, um aparelho de som, joias e cerca de 700 reais em dinheiro.

Malhães foi mantido em seu próprio quarto, onde foi encontrado morto, supostamente por asfixia. O corpo estava de bruços, com o rosto contra um travesseiro e apresentava sinais de cianose — características de sufocamento. Os criminosos amarraram Rogério e Cristina e foram embora depois do crime.

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'Morte do coronel Malhães foi queima de arquivo', diz filha de Rubens Paiva


Ossada de deputado morto desapareceu após operação comandada por militar assassinado em Nova Iguaçu

Rio - Para Vera Paiva, filha do deputado Rubens Paiva, morto pela ditadura e cuja ossada desapareceu após operação comandada pelo coronel reformado Paulo Malhães em 1973, o assassinato do militar foi “queima de arquivo”. “Isso mostra que a ditadura ainda não acabou”, declarou ela, que acredita que a morte do coronel pode ter sido uma intimidação aos que ainda têm informações sobre a morte de seu pai.

Vera, que é professora de Psicologia da USP, leu no DIA o detalhamento das ações de Malhães até o sumiço do corpo do pai e ficou impressionada com a “desumanidade” do militar. “Meu pai era um pacifista e depôs voluntariamente quando foi preso. O coronel usou requintes de maldade, desrespeitou a dignidade humana”, disse Vera. Ela acredita que os envolvidos no assassinato do coronel tenham ligação com as torturas relatados à Comissão da Verdade. “Quem o matou não quer que a memória e a verdade venham à tona”.

Ex-coronel Paulo Malhães, que em março confessou ter sumido com o corpo do Rubens Paiva 
na época da ditadura, foi morto em casa. Foto:  José Pedro Monteiro / Agência O Dia
Arquivo morto

O militar que confessou participar de torturas e mortes de presos políticos durante a ditadura, inclusive do deputado federal Rubens Paiva, foi assassinado na quinta-feira em seu sítio, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Ex-agente do Centro de Informações do Exército, o coronel reformado Paulo Malhães depôs na Comissão Nacional da Verdade (CNV) no dia 25 de março, após, em entrevista exclusiva ao DIA , confessar que foi um dos comandantes da missão que sumiu, em 1973, com a ossada do ex-deputado.
A polícia não descarta nenhuma hipótese para o crime, inclusive a de vingança por causa dos depoimentos. A pedido do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a Polícia Federal vai entrar nas investigações. O corpo do coronel, de 77 anos, foi encontrado no quarto do casal pela viúva, Cristina Batista, 36, por volta das 22h. Segundo a polícia, Malhães aparentava ter sido asfixiado, já que estava deitado no chão, de bruços e com o rosto num travesseiro.

A viúva disse que chamou a Polícia Militar, mas a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) só foi informada às 9h30 de ontem. O casal e um caseiro foram rendidos por volta das 14h por três homens com pistolas e uma arma longa. Eles arrombaram uma janela e a porta da casa e ficaram no imóvel sem tocar em nada até a chegada do casal.

Apesar de o assassinato ter sido na noite de quinta-feira, o corpo só foi retirado do local ontem de manhã. 
Foto:  Ivan Teixeira / Hora H / Agência O Dia
Malhães e a mulher foram levados para a casa e colocados em cômodos separados. O caseiro, que saiu quando ouviu a chegada dos patrões, também foi rendido. As vítimas ficaram oito horas em poder dos bandidos. Um dos criminosos usava capuz e os outros, não. Uma testemunha foi chamada para tentar fazer retrato falado dos invasores.

Apesar de Cristina e o caseiro terem sido ameaçados, não foram agredidos. Eles foram amarrados, obrigados a ficar de cabeça baixa boa parte do tempo e ainda tiveram que procurar objetos de valor para os bandidos.

Segundo o delegado Fábio Salvadoretti, as duas testemunhas contaram que ouviam os criminosos pedindo dinheiro e joias. Eles reviraram a casa e levaram dois computadores, duas impressoras, joias, R$ 700, além de duas pistolas e uma carabina calibre 12 da coleção particular do coronel. O delegado disse que, pelos pertences levados, uma das linhas de investigação também é o latrocínio (roubo seguido de morte), já que na região há quadrilhas de traficantes que poderiam ter interesse nas armas.

Nos últimos 30 anos, o militar vivia recluso no sítio de Marapicu. Ultimamente, tinha poucos contatos 
com os filhos e morava só com a mulher. Foto:  Juliana Dal Piva / Agência O Dia
“É uma possibilidade estranha ele ter sido morto. Pode ter reagido ou pode ter sido crime de vingança pelos depoimentos que prestou. Não vamos descartar nada”, disse o delegado, que espera o laudo da necropsia para saber se o coronel foi torturado pelos bandidos.
A perícia não encontrou marcas de tiros ou cápsulas na casa. Foram coletadas digitais no carro das vítimas. Uma testemunha que ligou ontem para o Disque-Denúncia (2253-1177) é esperada pela polícia para prestar depoimento. Há suspeita de que outros dois criminosos estavam em um carro, dando cobertura ao bando. A polícia agora procura câmeras da região que possam ter filmado a fuga, já que o sítio fica em local ermo, em Marapicu.

A família teme dizer que a morte tem relação com os relatos recentes do coronel sobre os crimes da ditadura. “Vai parecer agora que é roubo seguido de morte, mas sabemos que não é bem isso”, disse um parente que não quis se identificar. A filha mais velha do militar, Carla Malhães, falou com o pai no domingo e disse que ele não relatou nenhuma ameaça. “Não sei porque ele andava tão falante. Ele não falava com a gente sobre essas coisas”.

Inês Etienne e Coronel Paulo Malhães. Foto:  José Pedro Monteiro / Agência O Dia
Confissão feita ao DIA

Há exatos 37 dias, o coronel Paulo Malhães recebeu a reportagem do DIA para uma entrevista que durou quase seis horas. Na ocasião, na mesma casa onde foi assassinado, ele revelou que recebeu em 1973 uma missão do gabinete do ministro do Exército para desenterrar o corpo do ex-deputado federal Rubens Paiva em uma praia no Recreio dos Bandeirantes.

“Recebi a missão para resolver o problema, que não seria enterrar de novo. Procuramos até que se achou (o corpo). Levou algum tempo. Foi um sufoco para achar (o corpo). Aí seguiu o destino normal”, revelou o coronel. Malhães era agente do Centro de Informações do Exército (CIE).

Poucos dias depois, ele depôs na Comissão Nacional da Verdade. Nessa ocasião, admitiu que retirava os dedos e as arcadas dentárias dos corpos de presos que eram assassinados na Casa da Morte de Petrópolis para dificultar a identificação. Os cadáveres depois, segundo o militar, eram jogados em rios.

Presidente da Comissão da Verdade pede que Polícia Federal apure crime

A Polícia Federal vai ajudar a Polícia Civil do Rio nas investigações sobre o assassinato de Malhães a pedido do coordenador da Comissão Nacional da Verdade (CNV), Pedro Dallari, que telefonou ontem para o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. “Por se tratar de investigação da CNV, órgão federal, pedi que a Polícia Federal acompanhe as investigações”, informou Dallari.

A ministra dos Direitos Humanos, Ideli Salvatti, fez coro. “Pode ter sido crime comum, pode ter sido queima de arquivo. Pela delicadeza do fato, vamos solicitar a Polícia Federal no caso”, disse.

Wadih Damous, presidente da Comissão Estadual da Verdade (CEV) do Rio iria telefonar ontem para Malhães a fim de marcar um encontro.

Cristina Batista, em seu depoimento, contou que ouviu os bandidos pedindo dinheiro e joias ao marido. 
Foto:  Alexandre Vieira / Agência O Dia
O objetivo seria pedir esclarecimentos sobre a Casa da Morte, prisão clandestina para presos políticos mantida em Petrópolis na década de 1970. “Ele revelou alguns nomes de envolvidos nos crimes; outros negou. Estamos sistematizando tudo”, afirmou, sem revelar mais detalhes sobre o que o coronel informara em mais de 20 horas de depoimentos prestados.

Damous acredita na possibilidade de o assassinato do coronel ter sido uma “queima de arquivo” e crê que as ações da Comissão sofrerão impacto por causa disso. “Ele era um dos mais importantes agentes da repressão. Os assassinos passaram horas na sua casa, o que levanta a hipótese dele ter sido interrogado. Estamos muito preocupados por conta dessas circunstâncias”.

Um homem controverso

Aos 77 anos, completados há uma semana, Paulo Malhães vivia recluso em seu sítio em Nova Iguaçu há quase três décadas. Recebia poucas visitas e morava apenas com a mulher. O homem que chocou o Brasil ao dizer que matou “tantas pessoas quanto foram necessárias” durante a ditadura agora passava os dias cuidando dos cachorros e cultivando uma coleção de orquídeas.

Nos últimos dois anos, estava com os movimentos limitados devido a uma queda durante uma reforma da casa. Passava os dias sentado nas cadeiras da varanda . A relação com a família era distante. Ele tinha cinco filhos e estava no sexto casamento. Colocado na reserva em 1985, logo após o fim da ditadura, Malhães guardava uma imensa mágoa do Exército, por quem dizia ter sido abandonado. Um dos maiores orgulhos do coronel Malhães era o que dizia ser a sua especialidade: formar infiltrados. “Eu adorava meu trabalho”, costumava dizer.

Ex-chefe do DOI-Codi assassinado em 2012

O coronel reformado Paulo Malhães não é o primeiro militar ligado ao desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva a ser assassinado. Em 1º novembro de 2012, o coronel da reserva Júlio Miguel Molina Dias, de 78 anos, ex-chefe do Departamento de Operações de Informação do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) no Rio, foi morto com seis tiros quando chegava de carro a sua casa em Porto Alegre.

Peritos encontraram num arquivo pessoal de Molina documentos comprovando que, levado por uma equipe do Centro de Inteligência da Aeronáutica em 20 de janeiro de 1971, Paiva desapareceu numa estabelecimento do Exército.

O militar gaúcho havia sido chefe do DOI-Codi carioca até início dos anos de 1980. As anotações estavam em uma folha de ofício já amarelada pelo tempo e havia sido retirada do arquivo que as Forças Armadas negam existir.

No ano passado, a Justiça gaúcha condenou dois policiais da Brigada Militar pelo crime. Eles teriam matado Molina para roubar 20 armas que o militar guardava em casa.

Padilha continua "prestigiado" pelo PT.


Sabem aquela expressão usada para técnicos de futebol, quando o presidente do clube diz que ele está "prestigiado" depois da derrota? Ela cai como uma luva para Alexandre Padilha (PT-SP), envolvido até o pescoço na negociata da Labogen com o doleiro Youssef e André Vargas, segundo a Polícia Federal. Padilha segue "prestigiado", até manchete em contrário. E, ao que parece, ela não demorará a chegar. A matéria abaixo é da Folha de São Paulo.

Apesar de comentarem nos bastidores que a ligação do nome de Alexandre Padilha às investigações da Operação Lava Jato representam um baque ao ex-ministro, petistas afirmam que a ordem é evitar declarações que sinalizem que o partido pretenda ªrifarº seu candidato ao governo de São Paulo.

Na conversas internas do partido, o discurso é que a situação é contornável caso não surja nenhum dado novo que possa atingir a imagem de Padilha. No Planalto, assessores avaliam que as suspeitas da Polícia Federal são fracas, sem nenhum indício concreto que possa inviabilizar a candidatura do petista em São Paulo.

Em outra frente, a ordem é afastar a presidente Dilma de qualquer debate e polêmica relacionados aos escândalos envolvendo o doleiro Alberto Youssef e suas conexões com petistas. Segundo assessores presidenciais, a estratégia é manter o caso longe do Planalto e passar a imagem de que o governo segue seu ritmo normal de administração.

Desse objetivo decorre a orientação interna de manter o atual ritmo intenso de viagens da presidente, visitando entre dois e três Estados por semana, uma recomendação do ex-presidente Lula para Dilma sair do noticiário negativo relacionado à Petrobras, uma crise que teve origem no próprio Planalto.


O debate com a oposição, segundo assessores presidenciais, deve ser travado por líderes petistas e, quando envolver diretamente o governo, por ministros. A presidente, do seu lado, pode até tocar nesses assuntos em suas viagens, mas sempre buscando mostrar que não atingem nem paralisam o governo.

REPORTAGEM-BOMBA DE 'VEJA' REVELA QUE BRIGA DE FOICE E MARTELO ESFARELA O PT. OPOSIÇÃO ASSISTE DE CAMAROTE.

A reportagem-bomba da revista desta semana enfoca a briga de foice e martelo entre a turma do Lula e da Dilma. Nunca antes nos últimas 10 anos se viu o PT esfarelar. E isto ocorre em duas frentes: de um lado a luta encarniçada entre os lulistas e o grupo da “Presidenta”, de outro, o estouro de sucessivos escândalos, com destaque para as denúncias de graves roubalheiras na Petrobras.

Esquenta esse caldeirão de corrupção da pesada, como nunca antes neste país, o episódio da conexão do doleiro Alberto Yosseff com o ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados, o petista paranaense André Vargas, que continua zanzando desgovernado e, como um pote até aqui de mágoas, pode ser a gota d’água. Na tarde desta sexta-feira Vargas pediu a desfiliação do PT transformando-se num “homem bomba”, pronto para explodir.

O caso André Vargas já contaminou as candidatura de Gleisi Hoffmann ao governo do Paraná e também do ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, outrora apontado como homem forte de Lula para concorrer ao Executivo paulista. E, ainda por cima, há envolvimento da corrupção na Petrobras com o abafamento do misterioso assassinato de Celso Daniel.

Esses ingredientes do caldeirão petralha são temperados com o descontrole da inflação que faz minguar o salário dos trabalhadores e com pitadas de pesquisas eleitorais que mostram a queda livre da Dilma. Acresce a tudo isso a desastrada opção preferencial de Lula pela Copa do Mundo. Foi ele, vulgo “Barba”, que meteu o Brasil nessa fabulosa enrascada. Há quem diga que o PT, por sucessivos descalabros, corrupção e incompetência, está em processo de auto-destruição.

Por outro lado, atribuem ao candidato oposicionista a qualidade de ter a sorte na política. De fato, até hoje Aécio Neves só tem contabilizado dividendos. Por certo não imaginou que encontraria pela frente um clima político dessa natureza, ou seja, seu adversário, o PT, se transformou no seu maior cabo eleitoral!

Segundo a matéria, o cabo de guerra no PT entre os seguidores de Dilma e dos de Lula ameaça a reeleição mais do que os candidatos da oposição.

A reportagem de Veja desta feita teve que tomar certas precauções. Repórteres e fotógrafos receberam botas de borracha cano longo, máscara de oxigênio para mergulho, capas impermeáveis usadas para mergulhar, luvas e demais equipamentos correlatos. E isso não é nenhum exagero, afinal a reportagem teve que mergulhar no fétido lodaçal de trambicagens para de lá extrair informações  preciosas que o jornalismo 'companheiro' da maioria da grande mídia vinha tentando escamotear.

Além da reportagem-bomba a Veja desta semana vem recheada no miolo com outras matérias super especiais, como a que revela os riscos de racionamento de água e energia  elétrica.

Com se vê, o PT vai se despedir do poder sob fortes intempéries. E tudo está só no começo. Depois da Copa do Mundo é que o bicho vai pegar.


Por vias oblíquas, Dilma estava certa, não?

Comissão: morte de coronel foi "queima de arquivo"

Paulo Malhães falou à Comissão Nacional da Verdade  (Foto: Marcos Arcoverde / Estadão Conteúdo)Coronel havia confessado ter participado de sessões de tortura durante a ditadura militar

Em nota, a Comissão da Verdade do Rio classificou a morte do coronel de reserva Paulo Malhães, assassinado nesta quinta-feira em seu sítio em Cabuçu, no município de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, como “queima de arquivo”. Em depoimento à comissão há cerca de um mês, o coronel confessou ter participado de sessões de torturas durante a ditadura militar.

“As circunstâncias de sua morte apontam para uma queima de arquivo e uma tentativa de intimidação de outros agentes do aparelho repressivo do regime militar que, porventura, estivessem também dispostos a prestar depoimentos sobre os anos de chumbo”, afirma a organização, que pede a participação da Polícia Federal nas investigações.

De acordo com o delegado Fabio Salvadoretti, nenhuma hipótese está descartada. O corpo do coronel, de 77 anos, foi encontrado no quarto do casal pela viúva, Cristina Batista, 36, por volta das 22h de quinta-feira. Segundo a polícia, Malhães aparentava ter sido asfixiado, já que estava deitado no chão, de bruços e com o rosto num travesseiro.  A casa foi invadida e a esposa do coronel e o caseiro foram feitos reféns. "A investigação está muito preliminar ainda. Nada Pode ter sido um latrocínio, uma vingança ou um crime relacionado com o depoimento prestado por ele à Comissão Nacional da Verdade", disse.

Em depoimento à Comissão Nacional da Verdade no dia 25 de março, Malhães falou sobre o desaparecimento dos restos mortais do deputado federal Rubens Paiva. Também informou que agentes do Centro de Informação do Exército (CIE) mutilavam corpos de vítimas da repressão na Casa da Morte (Petrópolis) arrancando arcadas dentárias e pontas dos dedos para impedir sua identificação.


Roleta Viciada é Golpe de Estado

Por Antônio Ribas Paiva*

O Estado é ente ficcional, instituído pelos povos para administrar a coisa pública e proteger as pessoas.

A estrutura administrativa do Estado é o limite de atuação dos governos, escolhidos para cumprir o que foi instituído pelos povos.

Qualquer personalismo, no trato da coisa pública é usurpação do Poder do Estado, que ilegitima os governantes, porque foram escolhidos para exercer o mandato em prol da Nação, nunca, objetivando interesses pessoais, como é regra no Brasil.

Para governar o seu Estado, os povos estabeleceram vários métodos de escolha, sempre objetivando “escolher o melhor entre iguais”. As monarquias, por exemplo, escolhem os chefes de estado via sucessão sanguínea e educam os futuros monarcas para o seu mister: cuidar da coisa pública.

As sociedades primitivas escolhiam os melhores guerreiros para governa-los e chefiar seus exércitos. Modernamente, nas repúblicas, e também nas monarquias parlamentaristas a seleção dos governantes é feita através de processos eleitorais, mas o objetivo primordial permanece: “a escolha dos melhores entre iguais”.

Qualquer mecanismo de escolha, que não se preste a escolher o melhor entre iguais, para governar, é ilegítimo, configurando GOLPE DE ESTADO.

Um GOLPE DE ESTADO pode ocorrer por levante popular, por intervenção militar, que remova um governo ou, “de GABINETE”, como é o caso dos vícios nos mecanismos eleitorais, que impeçam o exercício do direito de livre escolha do eleitor.

A Nação Brasileira, apesar de todos os seus esforços,  ainda não conseguiu estabelecer mecanismos adequados de escolha dos seus governantes.

Os governos militares, que pacificaram a sociedade e lançaram as bases para o Brasil potência, não aprimoraram as instituições, porque, não estabeleceram mecanismos de escolha confiáveis, para garantir a democracia. Inadvertidamente, delegaram essa missão fundamental para a classe política, que legislando em causa própria, deformou o processo eleitoral, para garantir seus interesses e eternizar-se no Poder do Estado.

Devido a essa ilegitimidade, o processo político eleitoral brasileiro, deixou de escolher os melhores entre iguais, tornando-se verdadeira “roleta viciada”, para atender, exclusivamente, aos interesses de poder da Classe Política, a qual se aproveitou da suposta redemocratização, para dar o GOLPE DE ESTADO no povo brasileiro, tomando de assalto a estrutura do Estado.

Esse Golpe escravizou o povo, criando a Casta dos Governantes, verdadeira monarquia do crime, que oprime a Nação, satisfazendo interesses próprios e do poder transnacional.

A classe política, matreiramente, fez crer ao povo, que este elegeria os governantes “diretamente”. Na verdade, todas as eleições são indiretas, porque os candidatos são previamente escolhidos pelos chefes partidários. O eleitor só escolhe dentre os que já foram escolhidos.

As eleições majoritárias são como páreos, em que “todos os cavalos são do mesmo dono”. É por isso, que Fernando Henrique salvou o mandato de Lula, no escândalo do mensalão. Por muito menos Fernando Collor foi cassado.

Foi essa “Roleta Viciada”, que “escolheu” Collor, Fernando Henrique, Lula, Dilma e corre-se o risco de “entronizar” Aécio Neves; políticos que, em hipótese alguma, são os “melhores entre iguais”, que o povo brasileiro poderia eleger.

Collor foi caçado pelos seus pares, para salvar o regime político deles. Fernando Henrique é o “Rei da Privataria”, que doou a Vale do Rio Doce, a Siderúrgica Nacional e a telefonia, para o poder transnacional. Lula é o senhor mensalão. Dilma é o “poste” eleito pelo padrinho, que não esclareceu a sua participação nas inúmeras irregularidades praticadas na gestão da Petrobras e, Aécio Neves, que Governou Minas, sem impedir o subfaturamento das exportações do Nióbio Mineiro, prejudicando Minas Gerais e o Brasil.

Por tudo isso, os segmentos esclarecidos da Nação, civis e militares, têm o dever de interromper o círculo vicioso de Golpes de Estado, praticados pela classe política, contra o bom povo do Brasil, através dos seus processos eleitorais viciados e, portanto, ilegítimos!

A Nação vive hoje e constrói a história do Brasil diariamente. Não há o que esperar. Resta impedir, urgentemente, o Golpe de Estado, consubstanciado nas eleições, dos que já foram eleitos!


Fonte:  Alerta Total


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*Antônio José Ribas Paiva, Advogado, é Presidente da Associação dos Usuários de Serviços Públicos. 

Jogo de cena: Padilha ameaça processar Vargas por ter sido usado na negociata da Labogen.


Pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha disse ontem que seu nome foi usado indevidamente pelo deputado federal André Vargas (PT-PR) durante negociação com o doleiro Alberto Youssef e que está mentindo quem aponta seu envolvimento com supostas irregularidades no Ministério da Saúde.

"Se o senhor André Vargas usou meu nome em vão, se as pessoas citadas [no relatório da PF] usaram meu nome em vão, vou interpelar e esclarecer judicialmente isso. Não admito que meu nome seja usado em vão por qualquer pessoa", disse o petista em entrevista coletiva.

Um novo relatório da Polícia Federal sugere que o ex-ministro da Saúde indicou no ano passado um ex-assessor da pasta, Marcus Cezar Ferreira de Moura, para dirigir o laboratório Labogen, controlado por Youssef, que está preso desde 17 de março. A suspeita da PF é baseada numa mensagem enviada por Vargas ao doleiro, na qual o deputado dá o nome e o número do assessor e escreve: "Foi Padilha que indicou".

O ex-ministro disse que seus advogados pedirão acesso integral ao relatório da PF que cita seu nome e negou que tenha relações com Youssef ou feito indicações para o laboratório do doleiro. "Mente quem diz que indiquei Marcus Cezar de Moura para qualquer laboratório privado. Mente quem diz que existia ou existiria qualquer contrato do Ministério da Saúde com o Labogen durante minha gestão. Mente quem estabelece qualquer envolvimento meu com o doleiro."

O pré-candidato disse conhecer Moura, mas negou que o tenha indicado para qualquer função. Segundo Padilha, o assessor trabalhou "por três ou quatro meses" na assessoria de comunicação do Ministério da Saúde, na área de coordenação de eventos.

Em dezembro do ano passado, o Ministério da Saúde recebeu projeto de parceria entre o Labogen, o laboratório da Marinha e outro laboratório privado, o EMS, para a produção de medicamentos. O projeto foi aprovado em dezembro e cancelado em março, antes que fosse assinado o contrato, após a Folha revelar a ligação do doleiro com o Labogen e os indícios de que Vargas atuou junto ao ministério para favorecer o laboratório.

Padilha afirmou que Vargas o procurou "mais de uma vez" para tratar do projeto e disse que encaminhou a proposta de acordo com o "fluxo normal do Ministério da Saúde", para análise da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Questionado sobre um possível abalo que o relatório da PF pode trazer à candidatura de Padilha, o presidente do diretório paulista do PT, Emidio de Souza, disse que "não se cogita" qualquer substituição.(Folha de São Paulo)