quinta-feira, 24 de abril de 2014

O primeiro crime de guerra

Por Milton Simon Pires*

Inimigos continuam chegando ao país, mas dessa vez armados e com colaboração do nosso Congresso.

Em toda história da humanidade, em toda época e em qualquer tempo, jamais houve sociedade que deixasse de prever, por parte do seu ordenamento jurídico, o crime de “traição à Pátria”. Não nos interessa aqui o conceito de “Pátria”. Palavra tão batida, conceito tão vilipendiado, que perdeu já todo seu sentido. A noção que um brasileiro pode ter desse termo se confunde com a ideia de nacionalismo fanático, com a propaganda contra xenofobia e com a oposição ao regime militar – época em que ainda fazia algum sentido usá-la.

De todas as barbaridades que vem acontecendo no Brasil petista, de tudo que escandaliza e que choca, considerando-se os agentes cubanos disfarçados de médicos, a agenda gay nas escolas, a humilhação das religiões, ou a tragédia feita com as estatais, nada se compara àquilo que fez o deputado federal Ney Lopes (PMDB-RN), autor do PLC 276/02 que possibilita ao ministro da Defesa e aos chefes das Forças Armadas autorizar o trânsito e a permanência temporária de forças estrangeiras no país.

Sob o argumento de que “o objetivo da medida é diminuir a burocracia envolvendo a autorização para a entrada de tropas, navios e aviões militares no país, uma vez que é frequente sua passagem de pelo espaço territorial brasileiro”, Lopes conseguiu agilizar os trâmites que vão permitir a presença, por exemplo, de policiais de Moçambique no RJ durante os jogos da Copa do Mundo.

Não encontro palavras para descrever a sensação de estupefação que tive ao ler essa notícia quando publicada pela própria Agência Brasil. Vergonha é o único termo que me ocorre no momento para definir o que essa anomalia política, essa substância corrupta que, conforme a água, toma a forma de seu recipiente e que se chama PMDB, fez com a soberania da nação. Não há um só almirante, general ou brigadeiro honrado que, se esse adjetivo mereçam, possa nesse momento escapar da sensação de humilhação, do sentimento de vergonha e desmerecimento que a escória petista nesse momento impõe às Forças Armadas. Não bastou a essa ralé humilhar os médicos, bater nos professores, aparelhar a Polícia Federal e levar fome ao Exército. Esses marginais precisam mais: eles querem garantir a segurança durante a Copa com militares estrangeiros. Com o lixo socialista que agora vem de Moçambique para policiar cidadãos brasileiros.

Uma lição espero que seja tirada desse fato, mais um na enorme lista de barbaridades que o partido-religião vem fazendo com os brasileiros: o PT jamais teve, tem ou vai ter absolutamente qualquer forma de respeito ou consideração com a Constituição Federal. Não vou perder tempo escrevendo sobre o que diz a Carta Magna sobre o poder de polícia em território nacional nem tão pouco sobre o emprego das Forças Armadas no nosso país. Nada disso interessa a esse maldito partido que superou o General Figueiredo quando o mesmo afirmou que preferia o cheiro de cavalo ao cheiro do povo. Ele ao menos fazia diferença entre os dois. O PT, nem disso é capaz, mas sabe perfeitamente resguardar-se da crítica usando gente do PMDB para fazer o mais sujo de todos os trabalhos. Para cumprir a mais vil das tarefas – aquela em que se precisa trair a Pátria perante o mundo todo e trazer policiais de fora para fazerem cumprir nossas próprias leis.

Em tempo de guerra, e em guerra estamos todos contra essa organização criminosa que governa o Brasil, traição é crime a ser punido com a pena capital. Em outro lugar e em outra época, um parasita como Ney Lopes seria preso e sumariamente fuzilado por abrir as portas do território nacional às forças inimigas. Desgraçados dos brasileiros, sequer em guerra percebem que estão e ainda dispensam honras e prerrogativas de deputado a esse que preso deveria estar.

Graças a Deus já não integro mais força militar alguma. Já me basta a humilhação de ser médico num país cujo governo me considera – a mim e a meus colegas – como um ser sem “humanidade” suficiente para atender a nossos próprios pacientes. Chegou agora a vez dos policiais e das nossas Forças Armadas levarem suas respectivas cuspidas na cara com o PT trazendo bandidos de Moçambique para fazerem seu “trabalho sujo” durante a Copa. Inimigos continuam chegando ao país, mas dessa vez armados e com colaboração do nosso Congresso. Traição é o nome que isso merece!

No Brasil, o primeiro crime de guerra.

Dedicado ao amigo Rodrigo Simões Lemos Dias.

Porto Alegre, 24 de abril de 2014.



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*Milton Simon Pires é médico.

ENTENDA POR QUE PROFESSOR GANHA POUCO - A VERDADE



PROFESSOR GANHA POUCO E VAI CONTINUAR A GANHAR POUCO

Na Haddadolândia, traficante de crack tem crachá e uniforme da Prefeitura e usa os hotéis pagos com dinheiro público para fornecer pedras aos viciados. Parabéns, Supercoxinha!


A Cracolândia, ou Haddadolância — como passei a chamar o território livre para o tráfico e o consumo de drogas em São Paulo, criado e agora financiado pela gestão de Fernando Haddad — é um crime moral (e desconfio que em sentido estrito também) cometido a muitas mãos. E boa parte da imprensa as tem sujas também, é bom deixar claro, porque defende um programa delinquente. Peço que vocês assistam a este vídeo veiculado pelo “SBT Brasil”, apresentado por Joseval Peixoto e Rachel Sheherazade. Volto em seguida.


Então vamos lá:
1: traficante usa crachá da Prefeitura e se finge de consumidor;
2: o acesso aos hotéis em que moram os viciados é livre;
3: o preço da pedra sobe às sextas, quando a Prefeitura faz o pagamento aos viciados contratados, que não são obrigados a se tratar;
4: o tráfico é feito à luz do dia; não teme nada nem ninguém.

Nota-se o esforço da reportagem e dos próprios âncoras para, digamos assim, compreender a natureza do programa da Prefeitura. Mas será que ele tem salvação? É evidente que não!

Desde que o programa “Braços Abertos” foi criado, alertei aqui — e outros também o fizeram — que só mentalidades perturbadas tomariam as seguintes providências:
a: criariam hotéis exclusivos para viciados;
b: aumentariam a quantidade de dinheiro circulante entre eles;
c: ofereceriam benefícios sem exigir nada em troca;
d: tornariam o tratamento volitivo.

O resultado seria um só: a região, que já estava mergulhada no inferno, viraria um paraíso para os traficantes de drogas. E foi o que aconteceu. Eles circulam livremente pelas ruas e pelos hotéis, agora em absoluta segurança. Atenção! Eu já acho a chamada “política de redução de danos” um escandaloso equívoco técnico. Mas isso que faz a Prefeitura petista é outra coisa: trata-se de incentivo a uma atividade criminosa. Nem o “socialista” Haddad consegue extinguir as leis do mercado.

Quando o Denarc resolveu prender um traficante na Cracolândia, vocês se lembram a gritaria da Prefeitura, especialmente de Haddad e de seu, digamos assim, secretário da Segurança Urbana, Roberto Porto, um rapaz que tem amigos poderosos na imprensa, mas que não consegue disfarçar nem assim sua escandalosa incompetência. Faz a linha “coxinha voluntarioso”, a exemplo de seu chefe.

A Haddadolândia, aliás, é um bom exemplo de área em que a droga é legalizada. Se vocês querem saber como fica a coisa, passem por lá. Ali é a terra sonhada por alguns idiotas fantasiados de libertários: já não há pecado nem perdão.

A verdade insofismável é que a Prefeitura de São Paulo passou a ser a financiadora indireta do trafico de crack em São Paulo. Não só isso: ao transformar aquela área numa zona livre para a venda e o consumo de drogas, passou a fornecer também a segurança com a qual os traficantes sempre sonharam para exercer a sua atividade.

O conjunto da obra é de uma arreganhada imoralidade. Vamos ver quantas gerações serão necessárias para que São Paulo se livre de um desastre chamado Fernando Haddad, a mais perversa das criaturas inventadas por Lula.

E ele já tem outra na manga do colete: Alexandre Padilha — aquele cujo ministério assina convênio com laboratório de fachada, especializado em lavar dinheiro.

Não votei em Haddad, é óbvio. Mesmo assim, fico um tanto envergonhado. Afinal, ele é prefeito da cidade em que moro. Sempre que me lembro disso, é como se eu não tivesse me esforçado o bastante para que  não acontecesse.


Sei de onde vem esse sentimento… Até algumas pessoas que votaram nele achavam que seria um mau prefeito. Mas nem os adversários mais convictos imaginaram que pudesse ser tão ruim.

STF absolve Collor de acusações de desvio de dinheiro que teria acontecido durante sua presidência


Do site de VEJA
Ex-presidente e atual senador, Fernando Collor de Mello é absolvido 
mais uma vez pelo STF (Reprodução TV Senado)
Corte livrou o ex-presidente de três acusações e alegou falta de provas. Ele já respondeu a 14 inquéritos no Supremo e nunca foi condenado

Quase 22 anos depois de o país protagonizar o principal capítulo da recente história da democracia brasileira, aprovando o impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, o Supremo Tribunal Federal (STF) colocou um ponto final no último processo a que o atual senador alagoano respondia por irregularidades no período em que ocupou o Palácio do Planalto.

Por unanimidade, o STF considerou não haver provas suficientes para condenar o parlamentar pelo crime de peculato (uso do cargo público para desvio de recursos). Denunciado ainda por corrupção passiva e falsidade ideológica, Collor também não será punido por esses ilícitos porque a Corte considerou que o caso estava prescrito.

Com a prescrição – os fatos criminosos datam de 1991 e 1992 e só foram julgados em 2014 – o Estado perde o direito de condenar o réu.

No derradeiro processo a que o senador alagoano e ex-presidente da República responde por fatos relacionados aos 930 dias em que exerceu poderes presidenciais, o Ministério Público o acusava de liderar uma rede de corrupção e distribuição de benesses com dinheiro público na época em que ocupou a Presidência.

O esquema consistia em cobrar propina de empresários para, por meio de fraudes, permitir que corruptos saíssem vencedores em licitações para a contratação de serviços de publicidade. De acordo com a acusação, Collor utilizava prepostos para extorquir dinheiro dos empresários e dava instruções para que o propinoduto circulasse por meio de contas bancárias de pessoas fictícias ou de “laranjas”.

Os recursos seriam então utilizados por ele e seus comparsas para quitar faturas de cartão de crédito, empréstimos bancários, despesas de hotéis e até a pensão que o ex-presidente pagava para o filho fora do casamento que teve enquanto era prefeito de Maceió.

“A despeito pela versão da acusação, os depoimentos e documentos acostados aos autos não apresentam elemento de convicção para a formação de juízo de certeza, faltando prova irrefutável para demonstrar materialidade e autoria”, afirmou a relatora do caso, ministra Cármen Lúcia.

Ministros criticam a peça de acusação

No julgamento, os ministros do STF fizeram duras críticas à peça de acusação feita pelo procurador da República Luís Wanderley Gazoto no ano 2000 e ainda na 1ª instância.

Para os magistrados, a denúncia não listou provas da culpabilidade de Collor e ainda alterou o teor de depoimentos de testemunhas e informantes (testemunha que não assina compromisso de dizer a verdade), comprometendo a credibilidade do processo.

Para o STF, não houve evidências suficientes para se ter certeza de que Collor praticou os crimes de que é acusado. Não estava anexado, por exemplo, quais contratos de licitação teriam sido corrompidos. As testemunhas também deram versões diferentes na fase de depoimento policial e quando questionadas pelo juiz.

“Os autos não tem os contratos de publicidade, as licitações também não estão listadas. Falta o elemento mínimo probatório. Em nenhum momento se narra qualquer conduta especifica atribuída a Collor, ou nenhuma ação com propósito de interferir na licitação, não há narrativa de conduta nenhuma”, disse o advogado de defesa de Collor, Rogério Marcolini.

Na tentativa de convencer os ministros da culpabilidade de Collor, a vice-procuradora-geral da República Ela Wiecko defendeu que os ministros aplicassem a controversa Teoria do Domínio do Fato, doutrina em que se prevê que um réu pode ser condenado quando, pelo cargo que ocupa, tem ciência da prática dos crimes e poderes para influenciar e paralisar a atividade ilícita.

“A denúncia imputa a Collor a coautoria e só podemos considerar isso com a Teoria do Domínio do Fato. Não há nenhuma assinatura posta pelo então presidente, ou retirada direta pessoal [de dinheiro]. Isso é feito através de interpostas pessoas por meio de contas fantasmas a partir de licitações fraudadas”, disse a representante do Ministério Público.

“É triste, não só para o Ministério Público, mas principalmente para a sociedade brasileira, (…) que num passe de mágica tudo isso acabe em uma absolvição e que isso não é crime de peculato. É aterrador como se desvia recursos públicos nesse país. São sucessivos desvios públicos que continuam assolando o país”, completou ela.

“Só tem o domínio do fato quem tem conhecimento do fato e é dever do Ministério Público provar que [o réu] conhece [os crimes]. Essa denúncia não é um primor de denúncia”, criticou a relatora. “A versão do MP revela contornos de conjectura insuficientes para a condenação. O interesse do estado é julgar, e não condenar necessariamente ou dar resposta a um anseio de vingança que eventualmente possa existir”, completou a ministra Cármen Lúcia.

“Para condenação exige-se certeza, não basta probabilidade. E no caso, a dúvida prevalece em favor do acusado”, disse.

A denúncia contra Fernando Collor foi aceita pela justiça de 1ª instância no ano 2000 e chegou ao STF em 2007, após o político ter tomado posse como senador e ter conquistado o direito a foro privilegiado. Ficou parado quase dois anos no gabinete do antigo relator Carlos Alberto Menezes Direito e desde 2009 estava sob responsabilidade da ministra Cármen Lúcia.

Ao final da sessão plenária, o presidente do STF Joaquim Barbosa afirmou que a prescrição de crimes, como no caso de Collor, são um “retrato de como funciona a justiça criminal brasileira” e disse que “tropeços” e “dificuldades” atrasam a conclusão dos casos.

O caso – Em um dos episódios de pagamento de propina descritos pelo MP, o empresário Chucre Said, sócio da SR Publicidade e Promoções Ltda, declarou ter sido procurado por Osvaldo Sales, então adjunto da Secretaria Particular da Presidência e “testa-de-ferro” de Collor.

Os recursos arrecadados com a propina empresarial eram, ao final, utilizados para pagamentos de despesas pessoais de Collor, Osvaldo Sales e do advogado Claudio Vieira, então secretário particular do presidente.

Em dezembro de 1992, quando Collor foi absolvido pelo Supremo no principal processo a que respondeu por participação no esquema PC Farias, a maioria dos ministros considerou que não havia provas de que o ex-presidente tivesse praticado “ato de ofício” que confirmasse os crimes, ou seja, que não havia evidências de que ele tivesse solicitado, aceitado ou recebido benefícios do corruptor e oferecesse algo em troca ao alcance das atribuições do seu cargo, o chamado “ato de ofício”.

Naquela época, foi comprovado, entre outros episódios, que o célebre Fiat Elba de Collor havia sido comprado com dinheiro levantado do esquema PC Farias, mas o Supremo considerou que faltava registro da retribuição do ex-presidente ao presente recebido.

Com o recente julgamento do mensalão, porém, a interpretação da Corte sobre o ato de ofício e o crime de corrupção ficou mais clara, já que o artigo 317 do Código Penal, que descreve o crime de corrupção passiva, não exige que o agente público tenha praticado o ato criminoso em si, prevendo que a corrupção já se caracteriza quando existe a simples solicitação da vantagem indevida.

Desde que deixou a presidência da República, Fernando Collor de Mello respondeu a 14 inquéritos no STF, oito petições criminais, quatro ações penais e constava como parte em mais de duas dúzias de habeas corpus. Na Corte, saiu ileso em todos os casos.

Perfil oficial da UPP em rede social é invadido

Por Agência Brasil

O perfil oficial das unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) na rede social Twitter foi invadido na tarde de hoje (24) por hackers. O invasor se identifica como Anonymous, um grupo virtual que se manifesta por meio da invasão a páginas da internet e perfis de redes sociais.

No lugar da imagem do perfil da UPP, o hacker colocou a foto de Douglas Rafael da Silva Pereira, encontrado morto na manhã do dia 22 de abril, na favela do Pavão-Pavãozinho, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro. A mãe de Douglas, Maria de Fátima da Silva, acusa os policiais da UPP da comunidade de terem matado seu filho, durante um tiroteio na noite do dia 21.

A Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) nega a acusação e diz que os policiais só encontraram o corpo do jovem dançarino, de 26 anos, na manhã do dia seguinte ao tiroteio. A CPP também diz que, durante o tiroteio, os policiais não abordaram ou prenderam ninguém.

O perfil invadido também mostra a mensagem “UPP continua matando até quando?” e uma imagem de Maria de Fátima segurando a foto do filho morto com a neta dela, Layla, de 4 anos. Acima da imagem, o hacker escreveu “Não vai passar em branco”.



Bate-papo selecionado


Dilma diverticulite
Perguntas sem resposta
Dilma Rousseff foi capitalizar no Facebook a aprovação do Marco Civil da Internet, hoje de manhã, respondendo a perguntas dos internautas sobre o tema. As mais amenas, obviamente.

A turma aproveitou para expor de um tudo a respeito de Dilma e seu governo. Como o bate-papo limitou-se ao Marco Civil, sobraram questionamentos dos mais variados assuntos que não foram respondidos, como por exemplo:

- Por que somente depois de aprovada a lei (do Marco Civil da Internet) vem abrir o canal de debate?

Muita gente estava interessada em apurar as providências do governo para saúde e educação. Um deles mandou:

- A senhora e sua equipe deveriam responder a perguntas de quem está na fila do hospital há dias, na fila do colégio tentando matricular o filho e de todos os brasileiros que vêem escapar parte do seu suor para os bolsos e cuecas dos corruptos.

O perfil de Dilma distribuiu carinho e chegou a retrucar da seguinte maneira a declaração de amor de um internauta:

- Muito obrigada! Amo você e todos da rede.

Um sujeito quis saber:

- Campanha eleitoral usando a página do governo federal?

Foi mais um dos que ficaram sem resposta…

O Brasil dos barbudos junto com Antígua e Barbuda — já ouviu falar?


Não reclamem quando a “Time” acha que Dilma Rousseff é menos influente do que José Mujica, aquele ser estranho que governa o Uruguai. É por bons motivos. Leiam o que informa a VEJA.com:
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O Brasil deve continuar com a economia em marcha lenta e a inflação elevada em 2014, apesar da forte alta de juros promovida pelo Banco Central, destaca o Fundo Monetário Internacional (FMI) em relatório divulgado nesta quinta-feira em Lima, no Peru, chamado de Perspectiva Econômica Regional para o Hemisfério Ocidental. A previsão do FMI é de que o Brasil cresça 1,8% este ano, uma das menores taxas de expansão das Américas.

Excluindo a Argentina e a Venezuela, apenas países pequenos da região — Santa Lúcia, Jamaica, Granada, Antígua e Barbuda, Dominica, Barbados e El Salvador — devem ter expansão menor que a economia brasileira este ano, segundo o relatório do Fundo. No continente, os Estados Unidos devem ser um dos destaques e crescer 2,8% este ano. A Argentina deve ter expansão de 0,5% e a Venezuela, contração de 0,5%, segundo as projeções do FMI, que não tiveram alterações em relação às divulgadas na reunião de primavera do Fundo em Washington, no começo do mês.

O Brasil deve se expandir menos que a média da América Latina, com crescimento previsto de 2,5% neste ano. O destaque na região entre as grandes economias deve ser o México, com expansão estimada de 3%. Já o Panamá deve ficar com o maior crescimento do PIB, de 7,2%. O FMI atribui o fraco desempenho do Brasil a um conjunto de fatores. A queda da confiança dos empresários continua pesando negativamente no investimento privado, que vem mantendo desempenho pífio. O Fundo também cita os gargalos na infraestrutura, que desestimulam o investimento privado e contribuem para a perda de competitividade do país.

No caso da inflação, o relatório do FMI destaca que ela deve permanecer no topo da meta do Banco Central, apesar do aperto monetário significativo desde abril do ano passado. Os economistas do Fundo citam alguns fatores para explicar a persistente alta de preços, que incluem os estrangulamentos na infraestrutura, inércia inflacionária e reflexos da desvalorização passada do real. A recomendação do Fundo para os países com inflação persistentemente alta é de que ambas as políticas, monetária e fiscal, sejam usadas para conter a pressão nos preços e para reforçar a credibilidade da política econômica.

Em 2015, a América Latina deve ter uma leve recuperação e avançar 3%. Mas nas estimativas feitas para até 2019, a avaliação do FMI é que dificilmente os principais países da região terão os mesmos níveis de expansão vistos até 2011, período marcado por alta nos preços internacionais dos preços das commodities. “O crescimento deste ano da América Latina deve ser o menor dos últimos 11 anos, excluindo 2009, que foi marcado pela crise financeira internacional”, disse o diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Hemisfério Ocidental, Alejandro Werner, em entrevista coletiva

Empresas

O relatório também aponta que os governos da América Latina devem ficar atentos aos níveis altos de endividamento e alavancagem das empresas e potenciais descasamentos de moedas nas operações financeiras das companhias. O Brasil é citado como o país em que a alavancagem média das empresas é a mais alta na região, considerando os países financeiramente integrados, seguido do México. O termo alavancagem é usado para definir a relação entre o endividamento e o potencial de receita das empresas.

“As empresas das economias financeiramente integradas da América Latina podem estar alcançando níveis problemáticos de alavancagem financeira”, ressalta o FMI. Os economistas da instituição chegaram a essa conclusão ao avaliar os balanços de mil empresas abertas do Brasil, Chile, Colômbia, Peru e México. O FMI já havia alertado para os níveis altos de endividamento corporativo dos países emergentes em geral na reunião de primavera, no começo do mês em Washington.

A combinação perigosa de crescimento econômico baixo e condições financeiras mais duras no mercado internacional, por conta da mudança da política monetária dos Estados Unidos, pode levar a um aumento de calotes e uma menor rentabilidade dos bancos, ressalta o FMI no documento.

Brasileiros não devem acreditar na decisão do governo Dilma de não atrapalhar CPI da Petrobras


petrobras_13Caixa de Pandora – Engana-se quem pensa se tratar de “bom mocismo” o recuo do governo petista de Dilma Rousseff em relação a eventual recurso ao STF para impedir a criação de uma CPI exclusiva para investigar a Petrobras e seus escândalos. Líderes petistas no Senado reuniram-se na manhã desta quinta-feira (24) com chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Aloizio Mercadante, e deixaram o Palácio do Planalto com a missão de não dificultar a criação da CPI. A ideia dos palacianos é não passar à opinião pública a ideia de que o governo temeroso e por isso insiste em abafar a investigação.

No contraponto, recoberta pela conhecida malandragem política, a estratégia do governo é deixar a responsabilidade por eventuais recursos ao presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-Al), que já recebeu a devida parte do butim oficial para endurecer o jogo com a oposição, que no rastro da decisão da ministra Rosa Weber, do Supremo, impôs sonora derrota ao Palácio do Planalto.

Manda a Constituição Federal, lei máxima da nação, que uma CPI deve ter número mínimo de assinaturas, fatos determinados e conexos e prazo fixado. A proposta apresentada pela oposição seguiu à risca as exigências da lei e por isso não poderia ser rechaçada pela instância máxima da Justiça nacional. Querer ampliar o espectro da investigação apenas para atingir adversários do PT nas eleições que se aproximam é oficializar a implantação de uma ditadura de esquerda no Brasil.

Se os governistas desejam investigar o cartel de trens em São Paulo e as obras do Porto de Suape, em Pernambuco, que criem CPIs específicas, até porque a base aliada tem maioria no Senado e na Câmara dos Deputados.

O ucho.info, como sabem os leitores, não está a defender que casos de corrupção deixem de ser investigados, mas que isso ocorra dentro do que determina a legislação vigente no País, o que em tese legitima o resultado de qualquer CPI.

Independentemente dessa repentina e falsa lufada de boa vontade do governo, é importante ressaltar que o PT palaciano sabe como melar uma CPI que represente risco ao partido. Não custa lembrar o caso da CPI das Ongs, proposta pelo então senador Heráclito Fortes (DEM-PI), mas que acabou em uma enorme e mal cheirosa pizza por conta do relator, o comunista Inácio Arruda, que agora defende a CPI X-Tudo.

Devidamente instruído por Lula e seus estafetas de então, Arruda produziu um relatório pífio e vergonhoso, com o estrito objetivo de impedir que a Polícia Federal e o Ministério Público descobrissem os tentáculos do Palácio do Planalto na espúria relação com as Ongs, assunto que certamente esbarraria na Petrobras e abriria a tampa de uma das enormes caixas de Pandora da petroleira.

O esquema de corrupção que foi montado a partir da Petrobras, com detalhes de organização mafiosa, é vasto, quase sem fim. E o PT, assim como muitos partidos da base aliada, está envolvido até o pescoço. Por isso é preciso que os brasileiros de bem estejam diuturnamente vigilantes, cobrando de forma incisiva, os políticos, pois não deve-se descartar de a CPI terminar em nada.

A parte da ditadura que o PT reverencia


Quando vocês veem o PT por aí a promover a demonização do Regime Militar, é pura conversa mole. Não se trata de convicção. É só oportunismo. Leiam esta nota no Painel, da Folha, editado por Vera Magalhães:
 
 “Alô, doutor Paulo? Aqui é o Padilha. Sabe onde eu estou?”

Eram quase 13h30 desta quinta-feira (24) quando o pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, tirou o celular do bolso e telefonou para o deputado federal Paulo Maluf (SP), presidente estadual do PP paulista, informa Marina Dias.

Padilha informou ao deputado que estava a bordo de um barco na eclusa de Barra Bonita, que opera na Hidrovia Tietê-Paraná, e foi construída sob o comando do deputado em 1973, quando era secretário de Transportes do Estado.

“Perguntei por aqui quem tinha feito a obra da eclusa e todo mundo acertou de cara. E está tudo ótimo, viu? Estou muito animado”, disse o petista ao telefone.

A corte foi feita a Maluf em momento estratégico. O PT começa a fechar o apoio dos partidos que irão compor a chapa de Padilha na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes.

No sábado (26), o PC do B oficializa que estará com o PT nas eleições em São Paulo. PR, Pros, PDT e PTB também já foram procurados pelos petistas.

No fim do ano passado, o PP deixou o governo Geraldo Alckmin (PSDB) em um aceno à candidatura de Padilha, como revelou a Folha. As conversas foram costuradas pelo presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, e o próprio pré-candidato petista, com o aval do ex-presidente Lula.

Retomo


O que o PT não faz para conquistar ou manter o poder? É uma pergunta sem resposta. Vale tudo, inclusive qualquer coisa.

O povo tem o direito de fazer justiça.


Gleisi sai de cena com medo de ser envolvida no escândalo que alvejou o doleiro Alberto Youssef


gleisi_hoffmann_44Fugindo da raia – Desde que voltou ao Senado, em 2 de fevereiro, após deixar o comando da Casa Civil, a petista Gleisi Hoffmann fez 25 discursos. A senadora paranaense tornou-se figurinha fácil, ocupou informalmente o lugar de líder do governo na Casa e, em algumas situações, como em 26 de março passado, chegou a pedir a palavra três vezes na mesma sessão. Em outras datas (27/03, 01/04 e 02/04) discursou duas vezes em cada sessão.

Contudo, desde que estourou o escândalo envolvendo o coordenador de sua campanha ao governo do Paraná, André Vargas, com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava-Jato, a senadora desapareceu. A última vez que usou a tribuna foi no dia 2 de abril, para explicações pessoais. Ou seja, o “pitbull palaciano” tornou-se um acanhado “lulu da Pomerânia”. Sempre lembrando que as citações caninas são mera figura e linguagem.

A explicação para esse súbito desaparecimento está em duas notas publicadas na quarta-feira (23) na sessão Painel, do jornal “Folha de S. Paulo”. Elas revelam que a senadora teme que suas relações com o doleiro Alberto Youssef sejam reveladas. Destaca a primeira nota: “A tentativa da oposição de manter vivo o processo contra André Vargas (PT-PR) no Conselho de Ética da Câmara tem como pano de fundo um esforço para atingir outros petistas que disputarão as eleições este ano. Integrantes do colegiado discutem nos bastidores o convite do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha como testemunha para explicar conversas de Vargas com integrantes da pasta sobre contratos com a empresa Labogen, ligada ao doleiro Alberto Youssef.”

A segunda nota é mais explícita: “Também está no radar uma tentativa de convencer o deputado petista a revelar eventuais relações entre o doleiro e a senadora Gleisi Hoffmann, candidata ao governo do Paraná. Em troca, ele poderia ser poupado do pedido de cassação e ser punido com suspensão”. As expectativas têm razão de ser. Desde que o PT começou a pressionar para que renuncie, André Vargas tem respondido com revelações explosivas sobre a intimidade financeira da senadora Gleisi Hoffmann, que está de olho no Palácio Iguaçu, e de seu marido, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo da Silva.

Não é a primeira vez que Vargas manda recados assustadores a Gleisi, sempre deixando claro que, se for sacrificado pelo PT, não cairá sozinho. Assunto que o ucho.info já abordou em edição anterior.

Para a revista Veja, o ex-vice-presidente da Câmara disparou contra Paulo Bernardo: “Vargas insinuou que Bernardo é beneficiário do propinoduto que opera na Petrobras. O ministro, segundo o deputado, seria o intermediário de contratos entre o grupo Schahin, recorrente em escândalos petistas, e a petroleira. Bernardo teria recebido uma corretagem por isso, recolhida e repassada pelo “Beto”. É assim, com intimidade de sócio e amigo, que Vargas trata o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal sob a acusação de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro que teria chegado a 10 bilhões de reais. Parte desse valor, como se revelou nas últimas semanas, são as propinas de negociatas na Petrobras.”

Ainda na Veja, Vargas fez outra revelação capaz de botar fogo no circo: “Nas conversas com deputados, Vargas também citou como algo que o PT não gostaria de ver revelado o caso da agência Heads Propaganda, do Paraná. “A Heads é esquema deles”, declarou Vargas a colegas de partido. “Eles” seriam a senadora Gleisi Hoffmann e o ministro das Comunicações. Na gestão Dilma, a agência tornou-se líder em verbas recebidas do governo federal. A escalada meteórica está sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU).”

Também não é a primeira vez que Gleisi Hoffmann tem problemas com aliados complicados. Em agosto de 2013, a polícia prendeu Eduardo Gaievski, assessor especial de Gleisi, que à época chefiava a Casa Civil. Acusado de ter cometido 28 estupros contra menores, sendo 14 contra vulneráveis (menores de 14 anos), Gaievski foi incumbido por Gleisi, à época, de cuidar de políticas relativas a menores do governo federal.

Por ocasião do escândalo do pedófilo, a então ministra também saiu de cena por longo período e até hoje dificulta a aproximação da imprensa, temendo perguntas sobre o ex-auxiliar que passou a ser conhecido como o monstro da Casa Civil. O temor é tão grande, que a senadora tentou intimidar alguns veículos de comunicação que insistem no tema, patrocinando processos judiciais contra jornalistas, como é o caso do editor do ucho.info. Desde que explodiu o escândalo envolvendo André Vargas, a senadora reduziu ao mínimo os eventos de campanha no interior do Paraná, na esperança de que com o tempo o assunto saia da pauta.

POR QUE NÃO UMA CPI DO CELSO DANIEL?



CELSO DANIEL, O CADÁVER INSEPULTO DA POLÍTICA NACIONAL

Dilma está fora da lista de “Mais Influentes” da “Time”. Até Mujica, o esquisito, está lá, ao lado de Maduro, o asqueroso

Time influentes
É claro que listas de “mais influentes” têm o peso que têm. Não mudam nada na ordem das coisas. Ao contrário: elas é que são o resultado do que se comenta por aí e indicam a relevância de figuras públicas.

Tudo depende, também, de quem as elabora. Quando se trata da revista “Time”, convém prestar alguma atenção. Ela reflete a percepção que tem o mundo sobre as figuras mais influentes da política, da economia, dos negócios, do showbiz etc.

Muito bem: há quatro latino-americanos na lista das cem personalidades mais influentes da “Time”. O papa Francisco está lá, por razões óbvias. Goste-se ou não de sua atuação — não está entre os meus papas prediletos, confesso —, a verdade é que, por natureza, o cargo lhe dá destaque. De certo modo, não tem de disputar o lugar com ninguém.

Há três outros nomes do subcontinente: Nicolás Maduro, o ditador da Venezuela; José Mujica, o esquisito que governa o Uruguai, e Michelle Bachelet, recém-eleita presidente do Chile, pela segunda vez. Dilma está fora.

Ai, ai…

Tudo somado, o PIB desses três países, em dólares, não chega a 40% do brasileiro: US$ 330 bilhões (Chile), US$ 420 bilhões (Venezuela) e US$ 55 bilhões (Uruguai). O do Brasil passou dos US$ 2 trilhões em 2013. Somadas as populações, são pouco mais de 50 milhões de pessoas; no Brasil, já somos 200 milhões.

No entanto, segundo a “Time”, José Mujica, o exótico, que governa 3,5 milhões de uruguaios, é mais influente do que a nossa Soberana. Não li o motivo que justifica a sua inclusão. Muito provavelmente se deve à legalização e estatização da maconha no país. Vale dizer: um péssimo motivo.

Maduro também não deve estar na turma em razão de alguma virtude. O critério da “Time” não é moral: é de influência e pronto. Hitler e Stálin, a seu tempo, já tiveram seu lugar. A única que pode ter atraído a atenção por alguma qualidade é Bachelet.

Assim, leitores, se Dilma houvesse feito uma grande porcaria, mas reverenciada em certos círculos — como Maduro e Mujica —, é até possível que integrasse a lista. Mas nem mesmo uma bobagem de alcance mundial ela fez. Trata-se apenas de uma figura irrelevante. A presidente de uma das dez maiores economias do mundo, do mais importante, mais populoso e mais rico país da América Latina foi simplesmente ignorada. Espero que, desta feita, o ministro Thomas Traumann se contenha e não decida dar um pito na revista americana…

Não acho que, por isso, Dilma deva dormir na pia. Mas o fato reflete um progressivo desinteresse do mundo pelo Brasil. Acabou o encanto. A revista inglesa “Economist” já pôs o Cristo Redentor na capa, como um foguete. Acabou essa onda.

Ainda assim, Dilma poderia ser uma figura internacionalmente relevante, em razão, por exemplo, de uma política externa audaciosa, robusta. Mas quê… Ninguém liga para o que pensa o governo brasileiro. É justo. Vejam o papel lamentável do Itamaraty na crise venezuelana.

O caso de Maduro, aliás, é emblemático. A “Time” constatou que há mais gente interessada em saber o que pensa um ditador asqueroso do que o que pensa a amiga do ditador asqueroso.

Vozes da direita contra o uníssono avassalador da esquerda


Em artigo publicado hoje no GLOBO, o advogado Hélio Saboya Filho (que chamo de Helinho, pois nos conhecemos há anos) fala sobre as novas vozes da direita que vem ganhando espaço na imprensa. Começa logo me citando, usando um adjetivo que não julgo muito adequado, mas tecendo elogios também:

O enfant terrible da direita, o economista Rodrigo Constantino, é um jovem culto, dinâmico, que vem alcançando merecido sucesso em palestras, livros e artigos, superando Olavo de Carvalho, oráculo direitista cujos excessos o converteram em uma espécie de Dercy Gonçalves de suspensórios.

Como todos sabem, eu mesmo já tive (e ainda tenho) várias divergências com Olavo de Carvalho. Concordo que há excessos também, às vezes típicos de uma caricatura de direita, e não de um filósofo culto como ele. Mas considero o ataque feito por Helinho Saboya pesado demais e desnecessário. Olavo tem dado importante contribuição ao pensamento brasileiro e, acima de tudo, alertado como poucos para o risco bolivariano do PT.

E essa é minha principal crítica ao texto de Saboya: entendo que ele deseje separar o “joio do trigo” na direita, mas somos tão poucos e o inimigo é tão mais poderoso, que vejo o momento delicado como propício para uma união da direita, não para fogo amigo. Escrevi sobre isso aqui. A longo prazo é saudável fazer distinções, preservar a imagem dos mais moderados. Mas há um incêndio a ser apagado com urgência, e essa deve ser a prioridade. Helinho diz:

Constantino, Diogo Mainardi, Denis Rosenfield, Luiz Felipe Pondé, Guilherme Fiuza e Reinaldo Azevedo fazem um respeitável contraponto ao colunismo de esquerda formado por Verissimo, Vladimir Safatle, Luiz Carlos Azenha, Paulo Henrique Amorim, Luiz Nassif e Emir Sader.

Aqui Helinho comete um deslize novamente. Para elogiar o que considero, modéstia às favas, um belo time de pensadores de direita, o autor inclui como contraponto um time patético de esquerda. Não dá para achar que Verissimo, Vladimir Safatle, Paulo Henrique Amorim, Nassif e Emir Sader representem um “contraponto respeitável” a nada, pois são figuras menores, alguns claramente vendidos, outros um tanto limitados. Há nomes bem mais respeitáveis na esquerda, a começar por FHC, Demétrio Magnoli, entre outros.

Mas além de Helinho comparar alhos com bugalhos, em minha opinião reduzindo e até ofendendo o valor desse time de direita citado, ele acha que nos perdemos em besteiras, coisas menores, enquanto há toda uma luta mais importante contra o intervencionismo e a favor da liberdade individual. Diz ele:

A dimensão paquidérmica da máquina oficial e seus escândalos fazem praticamente irretorquíveis os argumentos de uma direita que, mesmo com material tão fértil a ser explorado, desperdiça energia com questões completamente insignificantes, polemizando bobagens com verniz de erudição e entusiasmo de hora do recreio.

O caso usado para ilustrar seu ponto foi a Valesca Popozuda citada como “pensadora contemporânea”, e Helinho mostrou como há exemplos similares nos Estados Unidos. Em primeiro lugar, os Estados Unidos também vivem momentos preocupantes de decadência dos valores morais e concomitante avanço do estado sobre as liberdades individuais.

Em segundo lugar, não concordo que as mensagens nas letras de funk, o relativismo estético e moral da nossa sociedade, as bizarrices do mundo contemporâneo vistas como coisas absolutamente normais, sejam “completamente insignificantes”, polêmicas e bobagens de hora do recreio. A luta é cultural antes de tudo, como sabia a Escola de Frankfurt. Resgatar certos valores morais é prioridade para defender a liberdade.

Hélio Saboya acha ainda que, enquanto essa direita perde tempo com “besteiras”, ignora coisas mais sérias:

Por outro lado, no recente caso Petrobras, ícones do empreendedorismo independente que concorreram com seus votos para aprovar a polêmica operação Pasadena não sofreram quaisquer críticas por aqueles que pregam a iniciativa privada como a solução de todos os males que afligem a humanidade. Um silêncio difícil de explicar.

De fato, houve um relativo silêncio. Mas a explicação me parece outra. Os empresários conhecidos que ocupavam assentos no Conselho de Administração da Petrobras estão ali lidando com o dinheiro da viúva, e o mecanismo de incentivos não é o mais adequado. Não seriam, provavelmente, tão negligentes nas decisões estratégicas envolvendo bilhões em suas próprias empresas. Eis o xis da questão. Se a Petrobras fosse privatizada, a situação seria totalmente diferente.

Dando continuidade ao estilo “morde e assopra”, Helinho ridiculariza a ideia de que há uma hegemonia da esquerda em nosso país:

Finalmente, não há mais lenço (nem saco) para o interminável choramingo contra a hegemonia da esquerda na política (na imprensa, como visto, não há), um “coitadismo” em causa própria que desautoriza o discurso da meritocracia. Eleições se ganham por mérito; não há cotas para excluídos. E o mais incensado liberal acidental, Demóstenes Torres, saiu do Senado por feitos de gravidade mensaleira.

Mesmo na imprensa ainda há, meu caro! Sim, é verdade que alguns jornalistas e pensadores conquistaram espaços, mas não dá para comparar isso com a presença maciça de esquerdistas nas redações, colunas e, principalmente, na televisão. Para cada programa com viés mais de direita, haverá uns dez sobre Fidel, Che, Lênin ou escritores de esquerda. Na academia ocorre a mesma coisa: para cada professor como Pondé há uns vinte marxistas!

Eleições não se ganham por mérito necessariamente. Ainda mais em países com muita ignorância e miséria. Qual o mérito de Chávez, além de ser demagogo ao extremo, carismático e populista, um bufão na era midiática? Por isso mesmo a luta liberal é, acima de tudo, cultural. É preciso mudar a mentalidade dos eleitores, o que leva muito tempo. E os partidos políticos abraçam bandeiras claramente intervencionistas. Basta ver que nenhum sequer endossa algo tão básico para o liberalismo como a defesa da privatização da Petrobras.

Hélio Saboya cai, ainda, na falácia de comparar o caso de Deméstenes Torres, corrupção, com o mensalão do PT, algo muito maior, uma tentativa de golpe na democracia, de compra de parlamentares para não precisar contemporizar com os partidos no Congresso. Outro erro grave em seu artigo.

Por fim, ele diz:

Se sobrevive a espécie dos esquerdopatas, há também destropatas que, ressentidos e autoritários, festejam o golpe militar, tietam Bolsonaros e Felicianos, e se arrepiam ao ver uma foto do Che Guevara. Será que não basta ter o Lobão como muso e a Sheherazade como musa?

Concordo que há os tais “destropatas”, mas creio que Helinho jogou muita gente no mesmo saco. Celebrar 20 anos de regime militar é algo realmente indefensável para um liberal como eu. Mas reconhecer que nos idos dos anos 1960 um contragolpe ao avanço comunista era necessário, isso são outros quinhentos. Castello Branco contou com amplo apoio popular e da imprensa, não vamos esquecer.

Arrepiar-se com uma foto do Che Guevara é sinal de saúde mental, de caráter, nada mais. É, sim, revoltante ver um assassino frio e cruel, um porco psicopata sendo idolatrado por uma massa de idiotas úteis (que votam, não custa lembrar). Alguém como Che ainda despertar tantas emoções positivas demonstra nosso atraso ideológico e nossa ignorância histórica.

Podemos ter Lobão como muso e Sheherazade como musa, o que não vejo mal algum, pois são pessoas que defendem pontos de vista bem razoáveis. Mas não basta. É preciso repudiar aqueles que escolhem, como muso, um sujeito asqueroso que sentia tesão em fuzilar inocentes. Não coloque todos esses no mesmo saco, meu caro Helinho!


Fechando, entendo que Helinho tem as melhores intenções, e que pretende traçar uma linha divisória na direita, para que o lado que considera bom não seja contaminado pelo lado que considera ruim, ou exagerado. Mas gostaria de lembrar apenas que temos poucas vozes da direita ainda, conquistando espaços recentes, contra um uníssono avassalador da esquerda. Deixemos o fogo amigo para depois, quando a ameaça bolivariana for coisa do passado…

Operação Cerco do Leão combate fraudes em declaração do Imposto de Renda


A Receita Federal, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal executam hoje (24), em Niquelândia, Goiás, a Operação Cerco do Leão. O objetivo é combater esquema de fraudes em Declarações do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (DIRPF).

Foram cumpridos cinco mandados judiciais de busca e apreensão em residências e escritórios de contabilidade; e três mandados de condução coercitiva. Participam da operação 11 servidores da Receita, 22 policiais federais e um servidor do Ministério Público Federal. A Receita Federal estima que R$ 6 milhões possam ter sido deduzidos indevidamente nas declarações de renda.

Segundo a Receita, a operação decorre de apuração em que foram comparados os rendimentos declarados por profissionais de saúde de Goiás e pagamentos a eles efetuados pelos pacientes. As discrepâncias encontradas levaram a crer que, ou os profissionais de saúde estariam ocultando o valor real recebido dos pacientes, ou estes estariam informando despesas que, de fato, não existiram. Em qualquer caso, os indícios são característicos de fraude para distorcer resultados na apuração do imposto.

A investigação conseguiu identificar que um mesmo grupo de profissionais de saúde era beneficiário de pagamentos em uma quantidade incomum de declarações. Identificou ainda que essas declarações foram elaboradas a partir de determinados escritórios de contabilidade que podem estar envolvidos com as irregularidades.

Os contribuintes que estariam se beneficiando das fraudes são predominantemente trabalhadores da iniciativa privada e servidores municipais. Com a realização das buscas, a Receita Federal pretende ampliar o universo desses contribuintes e colher provas contra os mentores das fraudes.

A Operação Cerco do Leão faz parte de uma série de ações semelhantes que a Receita Federal realiza em todo território nacional este ano. Os contribuintes envolvidos serão intimados pela Receita e, caso não comprovem as informações prestadas, além do imposto devido, poderá ser cobrada multa de até 150% do valor sonegado. Estarão sujeitos ainda às sanções penais previstas para os crimes contra a ordem tributária.

O Delegado da Receita Federal, Hiroshimi Nakao, concede entrevista às 15h de hoje no auditório da Delegacia da Receita Federal em Anápolis, sobre a operação.