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Delação premiada de Marcos Valério e revelações da lusitana Operação Marquês apavoram a petelândia

 
Caso o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza realmente aceite firmar um acordo de "colaboração" premiada com a Força Tarefa da Lava Jato - como o advogado dele, Marcelo Leonardo, já começou a negociar -, só um fato que vem além-mar pode complicar ainda mais a situação da cúpula do PT: a parceria do Ministério Público Federal brasileiro com o Departamento Central de Investigação e Ação Penal de Portugal - que investiga a Operação Marquês, cujo alvo principal é o ex-primeiro ministro português José Sócrates, amigo e parceiro de Luiz Inácio Lula da Silva, José Dirceu, Alexandre Padilha e outros menos votados.

Condenado a 37 anos de reclusão no processo do Mensalão, Marcos Valério é um arquivo-vivo de todas as falcatruas cometidas pela petelândia. O publicitário acha que está segurando, praticamente sozinho, todas as maiores broncas do escândalo - sendo um dos poucos que nem conseguiu benefício de redução de pena. Há muito tempo, nos bastidores da politicagem, circula a versão (impossível de confirmar) que a família de Valério teria recebido R$ 300 milhões pelo silêncio forçado. Agora, depois que a Lava Jato mudou o curso da História, pegando alguns empresários poderosos e uns poucos políticos de peso, Valério estaria interessado em abrir o bico.

Já na lusitana Operação Marquês, quem começa a entrar pelo cano é o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ele é suspeito de ter tocado negociações  com o ex-ministro português José Sócrates, em 2013, para facilitar negociatas com a farmacêutica Octapharma. Em parceria com o laboratório Labogen (pego na Lava Jato), os portugueses faturariam alto em contratos com o governo brasileiro. O doleiro Alberto Youssef faria a lavagem e esquentaria o dinheiro das falcatruas, simulando importações. Conforme denunciado em Portugal, Padilha e o ex-deputado petista André Vargas, ex-vice-presidente da Câmara, comandariam os esquemas.

A imprensa portuguesa escancara: "Esta nova frente da investigação brasileira pode assim reforçar as ligações entre o caso Lava Jato e os inquéritos que correm em Portugal, nomeadamente a Operação Marquês, isto porque o Departamento Central de Investigação e Ação Penal considera que Sócrates terá movido as suas influências para que algumas empresas entrassem em países como o Brasil e a Venezuela. Essa seria, aliás, a sua função enquanto consultor da Octapharma para a América Latina".

Os portugueses acrescentam: "Na reunião que conseguiu com Padilha, a 5 de Fevereiro de 2013, esteve também presente Lalanda de Castro, responsável pela Octapharma e arguido na Operação Marquês. No encontro esteve ainda Guilherme Dray, ex-chefe de gabinete de Sócrates, então a trabalhar para a Ongoing Brasil. Tudo o que está a ser descoberto do outro lado do oceano parece ter um espelho em Portugal. E com personagens que se cruzam. Os investigadores da Operação Marquês, por exemplo, também suspeitam que Sócrates e uma empresa de Lalanda e Castro terão usado esquemas de branqueamento de capitais para trazer dinheiro para a esfera do ex-primeiro-ministro".



Leia o original da reportagem deste final de semana do "Jornal I", de PortugalMinistro que se reuniu com Sócrates e Octapharma apanhado na LavaJato



Quem é o Pablo Escobar brasileiro?


No momento em que o ator brasileiro Wagner Moura bateu na trave e não ganhou o prêmio do Golden Globe Awards (O Globo de Ouro), pela interpretação fantástica do narcotraficante Pablo Escobar na série Narcos, do Netflix, cabe uma perguntinha?

Quem merecia ganhar o prêmio de Pablo Escobar da Politicagem brasileira?

A resposta é: aquele que formou cartéis econômicos com empreiteiras, exerceu forte tráfico de influencia nos maiores empresários e banqueiros, além de coordenar a maior farra de corrupção da história do planeta...

O Louro José e a Loura reclamam...



A apresentadora global Ana Maria Braga e seu fiel Papagaio começaram o programa desta segunda-feira chamando a atenção para um absurdo que afetou o bolso dos brasileiros.


Enquanto a inflação oficial acumulada ficou em 10,48%, a Gasolina subiu, em média, 19,33% e o Álcool teve reajustes de absurdos 26,10%.

Só faltou a Ana e o Louro lembrarem que a tudo isso aconteceu graças à Petrobras - empresa estatal (de economia mista), onde explodiu um dos maiores escândalos de corrupção da História brasileira -, e na mesma época em que os preços internacionais do barril do petróleo estão em baixa. 



Sem resposta dos tucanos...



Alvaro Dias causou frisson ao anunciar que trocava o PSDB pelo Partido Verde, alegando que só poderia ficar em um partido no qual tivesse certeza de que não tem ninguém envolvido na Lava Jato...


Curioso é que o senador paranaense reclamou na sexta, mas, até agora, nenhum tucano veio a público para tentar contestá-lo, de forma veemente...

Do jeito que a coisa vai, Alvaro Dias será um belo candidato a Prefeito de Curitiba pelo partido de Zequinha Sarney, aproveitando que os tucanos nunca estiveram tão acuados...

Por trás de tudo



Socorro, Chapeuzinho Sarney !





Peregrino





Vazadouro


"NÓS, que lutamos pela DEMOCRACIA...!"


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Nessa encrenca política, típica de republiqueta bananeira em que o país está enfiado, volta e meia a frase que dá título a este artigo é pronunciada, com poses de estadista, por membros do partido governante. Que é isso, companheiro? Prá cima de mim? Desmentidos a respeito dessa alegada luta pela democracia são abundantes, inclusive entre participantes da atividade clandestina que, mais tarde, se tornaram honestos historiadores do período. Exatamente por esse motivo nenhum está no governo. A balela da luta pela democracia requer relação inescrupulosa com a verdade.

 Aliás, os supostos "mártires da democracia e da liberdade" comandam o Partido dos Trabalhadores em proporções decrescentes. Muitos enriqueceram com indenizações. Ou por meios ainda piores. Outros já morreram ou se aposentaram. Mas - curioso fenômeno - as fraudulentas credenciais da luta pela democracia são transmitidas, oral e magicamente, entre sucessivas gerações de comunistas brasileiros.

Sempre que penso sobre isso me vem à mente um episódio no qual terroristas e guerrilheiros tiveram a oportunidade de proclamar ao Brasil quem eram e o que pretendiam. E o fizeram, para a História, de viva voz e próprio punho. Era o mês de setembro de 1969. Duas organizações guerrilheiras, a ALN e o MR-8 haviam sequestrado o embaixador dos Estados Unidos, Charles Burke Elbrick, e imposto condições para libertá-lo: soltura de 15 presos políticos e leitura em cadeia nacional de rádio e TV de um manifesto que haviam redigido. Naqueles dias, estava em plena vigência o AI-5 e o Brasil era governado por uma junta militar, em virtude do derrame cerebral que acometera o presidente Costa e Silva. Embarcar os presos para o México e para Cuba era fácil, mas autorizar a publicação nos principais jornais e a leitura em cadeia nacional da catilinária dos sequestradores era constrangedora rendição. Contudo, a execução do embaixador pelos sequestradores seria um mal maior. E a junta militar se rendeu.

O país parou para ouvir o texto redigido por Franklin Martins, um dos sequestradores. Oportunidade preciosa, dourada, única para guerrilheiros e terroristas dizerem por que lutavam, afirmarem seus mais elevados compromissos e cobrá-los do governo, não é mesmo? Qual o quê! O documento (leia a íntegra em "Charles Burke Elbrick" na Wikipedia) foi uma xingação que falava do que os revoltosos entendiam: ideologia, violência, "justiçamentos", sequestros, assaltos. Não há menção à palavra democracia ou à palavra liberdade.

A seca do Nordeste ajuda mais a venda de ingressos para o desfile das Escolas de Samba no Rio de Janeiro do que a luta armada serviu à redemocratização do país. Na prática, só atrapalharam o processo político. Se tivessem vencido? Bem, teriam antecipado para pior, em meio século, o estrago que estão fazendo agora.
 


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Percival Puggina (71), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil, integrante do grupo Pensar+.

Governo tenta minimizar denúncia contra Wagner, aquele que passeou com Dilma na lancha de empreiteiro preso…


Governo tenta minimizar denúncia contra Wagner, aquele que passeou com Dilma na lancha de empreiteiro preso… Um governador pode ouvir pleitos de empresários? Claro que sim! Mas não pode utilizá-los como instrumento de financiamento irregular de campanha

O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, tornou-se personagem graúda da Operação Lava Jato. A Procuradoria-Geral da República ainda não pediu nem mesmo a abertura de um inquérito contra ele. Os critérios de Rodrigo Janot, nesses casos, têm um quê de insondável — ou de bastante sondável —, mas os motivos para tanto estão dados. O governo tenta minimizar as suspeitas. É inútil. Elas são muito graves. Antes que continue, uma lembrança importante: dois dos homens fortes de Dilma — o outro é Edinho Silva, da Comunicação Social, já um investigado — foram atropelados pela operação. Sigamos.

Conforme revelou o Estadão na quinta passada, mensagens de telefone interceptadas pela Operação Lava Jato apontam relações, vamos dizer, muito especiais entre Wagner, então governador da Bahia, e Léo Pinheiro, que presidia a empreiteira OAS. As conversas foram mantidas entre agosto de 2012 e outubro de 2014.

E o que revelam os diálogos de Pinheiro com subordinados e com o próprio Wagner? Que a empreiteira apelou aos préstimos do governador para resolver pendências que mantinha com o Funcef — fundo de pensão dos funcionários da CEF, comandado por petistas — e com o Ministério dos Transportes. Isso, por si, constitui crime ou indício de crime? É claro que não!

Empresas, assim como sindicatos de trabalhadores, podem apelar à autoridade política de um governador para que interceda em favor de um pleito seu — desde que tudo seja feito às claras, à luz do dia, fora de uma relação de troca. Ocorre…

Ocorre que não é isso o que sugerem os diálogos que vieram a público. As conversas apontam que a OAS pagou despesas de campanha de Nelson Pellegrino, candidato derrotado do PT à Prefeitura de Salvador em 2012. E Wagner, em razão da autoridade política que detinha, aparece no centro dessa articulação.

Na linguagem cifrada empregada pela turma, com bem pouca imaginação, diga-se, o chefão petista é chamado de “maestro”, numa alusão ao compositor alemão Richard Wagner, e de JW — o que não requer nenhum voo interpretativo. Nota à margem: Wagner, o compositor, era alemão e antissemita. Wagner, o agora ministro, é judeu. Não é senso de ironia de quem se mete em tramoia. É só ignorância mesmo.

Léo Pinheiro foi condenado em primeira instância a 16 anos de prisão. Especulou-se, inicialmente, que pudesse fazer delação premiada. Até agora, nada. Trata-se de um dos empresários mais próximos de Luiz Inácio Lula da Silva. A OAS reformou o tríplex de Lula no Guarujá e um sítio em Atibaia, feito ao gosto do Apedeuta, que, no entanto, está no nome de dois sócios de Lulinha, um de seus filhos.

Voltemos a Wagner. Há duas questões relevantes aí. É claro que o ministro mais importante da articulação política não pode estar empenhado em se defender. Na verdade, a ele caberia a defesa do governo. Em segundo lugar, evidencia-se, mais uma vez, que, com o PT, chegou ao paroxismo a transformação do estado e seus entes em mero guichê de demandas privadas, desde que os interessados paguem o preço da intermediação. Com o partido, o velho patrimonialismo assumiu a dimensão do assalto puro e simples.

É preciso ainda ter um pouco de memória. Em 2007, a Polícia Federal deflagrou a Operação Navalha, que colocou na cadeia 46 pessoas. O centro do escândalo era a empreiteira Gautama, da Bahia. Seu proprietário, Zuleido Veras, tinha uma carteira enorme de amigos poderosos. Entre eles, contavam-se, por exemplo, José Sarney, Renan Calheiros e, sim!, Jaques Wagner.

No dia 25 de novembro de 2006, Zuleido emprestou sua lancha, batizada de Clara — um espetáculo de US$ 1,5 milhão, com 52 pés e três suítes — ao então governador da Bahia. Sim, era Jaques Wagner. Ele resolveu oferecer um passeio pelas águas da Baía de Todos os Santos à então ministra da Casa Civil. Ela atendia pelo nome de Dilma Rousseff.


Seis meses depois, Zuleido estava na cadeia. E o PT vendeu a patacoada de que isso só havia acontecido porque o partido combatia a corrupção. Entenderam?