Por Bruno Braga
Este 31 de Março marca os 50 anos da intervenção militar no
país. A “memória” cultural que circula para relembrar 1964, no entanto, é uma
falsificação. O que se lê, o que se vê, o que se ensina nas escolas e
universidades é predominantemente uma peça panfletária. Uma versão dos fatos
forjada pelos revolucionários, que depois de perderem o embate direto naquele
episódio recorreram a uma estratégia lenta e sorrateira para derrotar os seus
“inimigos”: a própria subversão cultural. O sucesso desta estratégia é comprovado
não só pelas conquistas eleitorais, mas sobretudo pelo domínio dos meios de
ação, com os quais os revolucionários se arrogam legitimados a consagrar a
história falsificada que eles mesmos fabricaram, proclamando-a através de uma
“Comissão da Verdade”. Nesta ficção, João Goulart é inegavelmente um dos
protagonistas. No final 2013, uma sessão solene no Congresso Nacional
estabeleceu a “devolução simbólica” do mandato de Jango. Pretendia-se corrigir
uma injustiça cometida. O ex-presidente fora vítima dos “golpistas” por
manifestar a intenção de promover “reformas de base” em favor do “povo”. Uma
atitude nobre, na qual os militares viram, de forma “paranoica”, uma “ameaça
comunista”.
Flávio Tavares, no entanto, narra algo que corrói
imediatamente a imagem insigne criada para vestir João Goulart. O que conta o
revolucionário – que hoje atua disfarçado de jornalista e escritor - faz do
“herói” um autêntico TRAIDOR da nação.
Em 1962 – isto é, durante o governo de João Goulart e,
portanto, em um sistema dito “democrático” - o Serviço de Repressão ao
Contrabando destruiu POR ACASO o plano das Ligas Camponesas de formar um campo
de treinamento no interior de Goiás.
Encontrou algumas armas e muitas, muitas bandeiras cubanas,
retratos e textos de discursos de Fidel Castro e do deputado pernambucano
Francisco Julião, manuais de instrução de combate, além dos planos de
implantação de outros futuros focos de sabotagem e uma minuciosa descrição dos
fundos financeiros enviados por Cuba para montar o acampamento e todo o esquema
de sublevação armada das Ligas Camponesas noutros pontos do país (ROLLEMBERG,
2001, p. 25).
Todo o material apreendido comprovava a incursão de Cuba no
Brasil. Fidel Castro – com o objetivo de fomentar a revolução
SOCIALISTA-COMUNISTA, e sustentado pela União Soviética – fornecia armas e
dinheiro, dava instruções e promovia a formação no combate de guerrilha com a
implantação de campos de treinamento com fazendas compradas em Goiás, Acre,
Bahia, Pernambuco, Maranhão, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul
(ROLLEMBERG, 2001, p. 24).
Diante da intervenção estrangeira armada, qual foi a atitude
de João Goulart, o Presidente da República? Tomou imediatamente a posição de
defender o território nacional? Não. Ele entregou toda a documentação para o
“inimigo”, para um ministro cubano!
O ministro cubano despediu-se de Jango e tomou um avião da
Varig para chegar ao México e, de lá, retornar a Havana. Nunca chegou, porém.
Antes de aterrizar na escala em Lima, no Peru, o Boeing caiu e morreram todos
os passageiros. A pasta de couro em que o ministro Zepada levava a documentação
foi encontrada entre os destroços e entregue à CIA norte-americana, que
divulgou os documentos num carnaval acusatório a Cuba pelas três Américas (apud
ROLLEMBERG, p. 26).
Jango descumpriu CRIMINOSAMENTE o dever de – como Presidente
da República – proteger o país e garantir a sua segurança interna (Cf. CF 1946,
art. 89, I, IV). Ele TRAIU a nação. Isto bastaria – independentemente de
qualquer outra atitude ou das relações espúrias que mantinha - para retirar-lhe
o mandato.
Mas a História transformou-se em instrumento de
autoglorificação. Não importa a pesquisa, a investigação, nem o estudo. O
objetivo é costurar uma narrativa que consagre a ascensão do poder revolucionário.
João Goulart é parte desta mitologia. Um personagem construído com a
espetacularização da exumação dos seus restos mortais: contratação de empresas
de eventos; peritos – entre eles um cubano - apresentados ao público como
elementos de ficção científica; a condução solene dos despojos, que não se sabe
sequer se são mesmo do ex-presidente, pois os “competentes” peritos erraram por
duas vezes a retirada deles. O ato final desta peça – a cerimônia no Congresso
Nacional que consagrou Jango “herói da nação” - tinha à frente a atual
Presidente da República. Dilma Rousseff. Ela, que participou de grupos
terroristas durante o Regime Militar com o propósito de fazer do Brasil um país
SOCIALISTA-COMUNISTA pela força das armas. Um desfecho disparatado que expõe a fraude
construída para recordar os 50 anos da intervenção militar no Brasil. Este 31
de Março marca um autêntico golpe – um golpe contra a História.
BIBLIOGRAFIA.
ROLLEMBERG, Denise.
“O apoio de Cuba à luta armada no Brasil”: o treinamento guerrilheiro. MAUAD:
Rio de Janeiro, 2001.
Fonte: A Verdade Sufocada
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