Não se trata de um evento trivial. Luiz Moura (PT-SP),
deputado estadual, foi surpreendido numa reunião na sede da Transcooper, uma
cooperativa de vans e micro-ônibus, de que ele é presidente de honra, em
companhia de 13 pessoas que, segundo a polícia, são ligadas ao PCC. Um
assaltante de banco foragido participava do convescote. Segundo a polícia, o
encontro tinha o objetivo de planejar novos incêndios contra ônibus na capital.
Os veículos atacados pertencem invariavelmente a empresas privadas, nunca às
tais cooperativas.
Moura integra o grupo político de Jilmar Tatto, deputado
federal licenciado (PT-SP) e secretário de Transportes da gestão Fernando
Haddad. O próprio Tatto é muito influente nisso que já foi chamado “transporte
clandestino”, tornou-se “alternativo” e acabou sendo oficializado. Hoje, as
cooperativas celebram contratos bilionários com a prefeitura.
Não há um só jornalista ou um só político de São Paulo que
ignorem o fato de que o PCC se imiscuiu na área de transportes por meio de
cooperativas. Em 2006, foi preso um sujeito chamado Luiz Carlos Efigênio
Pacheco, então presidente da Cooper-Pam. Conhecido como “Pandora”, o homem foi
acusado de financiar uma tentativa de resgate de presos de uma cadeia de Santo
André. Ele negou ligação com o crime organizado, mas disse que, por ordem de
Tatto, então secretário de Transportes da gestão Marta Suplicy, levou para a
sua cooperativa integrantes do PCC. O chefão petista repeliu as acusações. Só
não pode repelir a sua óbvia proximidade com as ditas cooperativas e o
incentivo que deu, ao longo de sua carreira, a essa, vá lá, “modalidade de
transporte”.
(…)
No PT, Moura já não é um qualquer. Na sua festança de
aniversário, a figura de destaque foi Alexandre Padilha, ex-ministro e
pré-candidato do PT ao governo de São Paulo. Discursou com entusiasmo. Se
Padilha vencer, Moura poderá ajudá-lo a cuidar da área de transportes, como
ajudou Marta Suplicy e Fernando Haddad. Está em sua honrada biografia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário