Na VEJA.com:

Em duas edições, VEJA
revelou uma série de mordomias de Dirceu e Delúbio Soares na Papuda. Dirceu
passa a maior parte do dia no interior de uma biblioteca onde poucos detentos
têm autorização para entrar. Lá, ele gasta o tempo em animadas conversas,
especialmente com seus companheiros do mensalão, e lê em ritmo frenético para
transformar os livros em redações, o que lhe pode garantir dias a menos na
cadeia. O ex-ministro só interrompe as sessões de leitura para receber visitas
– incluindo um podólogo –, muitas delas fora do horário regulamentar e sem
registro oficial algum, e para fazer suas refeições, especialmente preparadas
para ele e os comparsas.
Já o ex-tesoureiro petista detém forte influência no Centro
de Progressão Penitenciária. Os benefícios, considerados irregulares pelo
Ministério Público do Distrito Federal, incluem até refeições especiais, como
feijoada aos finais de semana, o que é proibido para todo o restante da
população carcerária. Outro exemplo da influência de Delúbio dentro do CPP
ocorreu quando o petista teve sua carteira roubada. Ele chamou o chefe de
plantão, que determinou que ninguém deixasse a ala do centro de detenção até
que a carteira, os documentos e os 200 reais em dinheiro fossem encontrados.
Comandada pelo PT, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara
realizou uma diligência até a Papuda com o objetivo de negar a existência de
benefícios aos condenados no julgamento do mensalão e, dessa forma, evitar
sanções aos mensaleiros. A intenção era pressionar pela liberação do trabalho
externo para Dirceu, mas o tiro saiu pela culatra: os deputados encontraram
Dirceu assistindo um jogo de futebol em TV de plasma e conferiram que sua cela
é maior e mais equipada que a dos demais detentos – possui micro-ondas,
chuveiro quente e uma cama melhor.
Dirceu está sendo investigado pela Justiça por ter usado um
celular dentro da cadeia do secretário da Indústria, Comércio e Mineração do
governo da Bahia, James Correia, no dia 6 de janeiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário