O confronto, até agora, já matou mais de 800 palestinos. São
36 os soldados israelenses mortos, maior número de baixas desde a Guerra do
Líbano, em 2006. É lamentável? É. Faz-se necessário um cessar-fogo imediato?
Sim. E quem não permite que isso aconteça? O Hamas, que é, desde sempre, a
força agressora nesse conflito — pouco importa o que cada um de nós pense sobre
a questão israelo-palestina. Para um cessar-fogo, o Hamas exige o fim do
bloqueio a Gaza. Ora, isso é o que eles já pediam, usando essa reivindicação
como justificativa para jogar seus milhares de foguetes contra Israel. Se,
antes da reação militar, Israel não cedeu — no que fez muito bem —, por que
cederia agora?
Contabilidade de mortos não confere superioridade moral a
ninguém, especialmente quando um dos lados do conflito, como é sabido, recorre
a escudos humanos. Israel hesitou em dar início à ofensiva terrestre — e tratei
aqui desse assunto — porque é claro que o resultado seria terrível, dadas as
características demográficas de Gaza e a forma de luta escolhida pelo Hamas,
que não distingue civis de homens em guerra.
O governo brasileiro continua a produzir delinquências
políticas a respeito. Marco Aurélio Garcia, assessor especial da presidente
Dilma para assuntos internacionais, afirmou, por exemplo, que há um “genocídio”
em Gaza. É ideologia rombuda misturada a ignorância. Acusar os judeus, que
foram vítimas da tentativa de extermínio nazista — este, sim, genocida —, de
tal prática é só uma das formas de negar o Holocausto. Mas nada me surpreende
nessa gente.
Garcia, um prosélito vulgar de causas ruins, escreveu um
texto com ataques a Israel num desses panfletos de esquerda de que se serve o
governo. A política externa brasileira virou uma chanchada macabra. O
Itamaraty, como se sabe, emitiu uma nota em que condena explicitamente a ação
israelense, ignorando solenemente os ataques do Hamas. A chancelaria de Israel
afirmou que a opinião do governo brasileiro era irrelevante. Indagado a
respeito, Garcia diz que não responderia ao “sub do sub do sub”. A ignorância é
sempre arrogante.
Se há mesmo vozes dispostas a falar em nome da paz, a única
coisa sensata a fazer neste momento é apelar para que o Hamas aceite o
cessar-fogo para que se possa abrir um corredor humanitário em Gaza para
atender as vítimas. E termino com uma questão que pede uma resposta. O Hamas
jogava milhares de foguetes em Israel sob o pretexto de pedir o fim do bloqueio
a Gaza. Israel não cedia porque o grupo quer as fronteiras abertas para que
possa se armar com o propósito de atacar o país. A situação estava se tornando
insustentável, e uma nova incursão a Gaza seria fatal se os terroristas não
suspendessem seus ataques. O mundo ficou calado diante da escalada do Hamas.
Nesse contexto, o que restava a Israel senão se defender?
Os que se calaram antes diante da ação terrorista agora se
dizem chocados com o número de mortos? Isso não é piedade, mas cinismo.
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