Lula, a cada pesquisa, perde um pouco do seu poder. Faz
parte do passado, não do futuro. Sua campanha para o petista Alexandre Padilha,
o ex-ministro da Saúde, na caravana por São Paulo tem dado resultado zero.
Padilha, envolvido no escândalo da Labogen, não decola. Agora Lula promete sair
pelo país para ajudar outros candidatos. A matéria abaixo é da Folha de São
Paulo.
Principal fiador político dos candidatos do PT, o
ex-presidente Lula já prepara o roteiro que fará pelo país a partir de maio, na
corrida pela reeleição da presidente Dilma Rousseff e pela vitória em disputas
estaduais. A cúpula petista trabalha para definir os Estados que receberão
visitas do ex-presidente. São três prioridades: aqueles de maior peso
eleitoral, redutos governados por petistas e onde há aliança pacificada com
siglas da base.
No primeiro grupo estão São Paulo e Minas Gerais, onde Lula
já vem participando de atos com jeito de campanha desde fevereiro --foi ao
palanque de Fernando Pimentel, em Minas, e a três cidades paulistas ao lado de
Alexandre Padilha. Também são considerados importantes para o partido os
redutos dos quatro governadores petistas: Bahia, Distrito Federal, Rio Grande
do Sul e Acre. Nos três últimos, o governador tentará a reeleição.
Outro Estado que estará no roteiro de Lula é Pernambuco,
terra natal do ex-presidente e do pré-candidato Eduardo Campos (PSB). O PT
local aposta na imagem de Lula para enfrentar a popularidade do ex-governador
Campos. "A participação dele e a ida de Dilma serão fundamentais ",
diz o senador Humberto Costa (PT-PE).
Ainda deverá pesar na escolha a presença de rivais, como
ocorreu nas eleições municipais de 2012. Naquele ano, ele fez questão de ir a
Salvador e a Manaus para tentar tirar votos de ACM Neto (DEM) e de Arthur
Virgílio (PSDB), nomes com quem teve rusgas em seu governo.
Agora, são esperadas as visitas ao Paraná, onde Gleisi
Hoffmann (PT) disputa contra o governador Beto Richa (PSDB), e a Goiás, onde a
chapa petista, ainda em definição, irá enfrentar o governador Marconi Perillo
(PSDB).
BASE DIVIDIDA
Os casos com mais de um candidato da base governista, como
Rio e Maranhão, ainda não foram definidos. Por enquanto, parte da cúpula
petista avalia que a ida de Lula a esses Estados causaria constrangimento a
aliados. "A presença do Lula será discutida na campanha. Tem Estados que
hoje precisam mais dele do que nós", diz o presidente estadual do PT-RJ,
Washington Quaquá.
Outra vertente defende que a preocupação de não melindrar
aliados cabe a Dilma, mas não a Lula. "Ela [Dilma] tem que fazer uma
leitura [sobre quais palanques visitar] a partir das convenções [dos partidos
da base], porque tem uma composição de alianças. O Lula não, é um quadro
partidário", afirma Ary Vannazi, presidente do PT-RS.
Algumas regras serão definidas para balizar o
roteiro de Lula. Uma já está combinada: ele não deverá ir a Estados onde houver
aliança do PT com o PSDB, DEM ou PPS. É o caso de Mato Grosso do Sul, onde está
em articulação aliança entre o senador Delcídio Amaral (PT), pré-candidato ao
governo, e o tucano deputado Reinaldo Azambuja, que pleiteia disputar o Senado
com apoio petista.
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