Dilma em campanha permanente pela reeleição gasta muito e
mal em propaganda.
Vem aí mais publicidade para tentar reverter a queda da sua
popularidade.
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Foi um escândalo quando, dias atrás, saiu o número da
publicidade do Governo Federal, que bateu recorde em 2013: foram torrados R$
2,3 bilhões. Dilma anunciou as suas politicagens mais do que a Ambev divulgou
as marcas das cervejas que produz. Como tudo é ruim no governo do PT, até a
propaganda foi inútil. Agora Dilma exige que os ministros falem, sempre, nos
programas de governo, em seus discursos e contatos com a imprensa. A matéria
abaixo é do Estadão.
Com a popularidade em queda, o patrimônio de
"gerente" corroído e sob ameaça de uma CPI da Petrobrás, a presidente
Dilma Rousseff determinou aos ministros que adotem a estratégia da
multiplicação das marcas do governo. A ordem é para que todos os auxiliares,
sempre que fizerem discursos públicos, citem programas sociais como Mais
Médicos, Pronatec, Prouni, Brasil Sem Miséria e Minha Casa, Minha Vida.
O roteiro de reação deve ser seguido mesmo se o tema da
cerimônia não estiver relacionado a esses assuntos e os ministros forem de
outras áreas. Pressionada por eleitores que exigem mudanças, como revelou a
última pesquisa Ibope divulgada anteontem, Dilma quer destacar que muitos dos
programas mencionados hoje por seus adversários são conquistas da administração
do PT e representam "só um começo".
Uma campanha publicitária sobre o Mais Médicos entrará no ar
na próxima semana. Para rebater as críticas da oposição de que o governo Dilma
investe no "trabalho escravo" de médicos cubanos, a propaganda na TV
mostrará como o programa, com cerca de 14 mil novos profissionais, tem mudado a
vida dos mais pobres, principalmente no interior. A meta é que, até a Copa do
Mundo, o plano dê assistência a 49 milhões de pessoas.
"O principal cabo eleitoral do seu governo é você
mesma", disse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em conversa com
Dilma, no início do mês. "Os ministros têm que divulgar as ações do
governo, dar respostas mais rápidas e traduzir todos esses números para a vida
real. Ninguém sabe o que é PIB. A pessoa quer saber o que pode comprar no
supermercado, se a vida melhorou ou não."
Dilma começou a pôr em prática os conselhos de Lula, mas a
pesquisa Ibope acendeu a luz amarela no Palácio do Planalto. Embora o senador
Aécio Neves (PSDB) e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB),
pré-candidatos ao Planalto, não tenham capitalizado a insatisfação com o
governo do PT, Dilma caiu em todos os cenários. A presidente ainda venceria no
primeiro turno, se a eleição fosse hoje, mas a desaprovação a seu modo de
governar subiu de 43%, em março, para 48% neste mês.
Reduto. Além disso, a pesquisa captou um desejo crescente de
mudança. O índice de brasileiros que querem alterações profundas no governo
chegou a 68% em abril, segundo o levantamento. O descontentamento com o governo
Dilma aumentou muito entre os jovens e também entre tradicionais eleitores do
PT, como beneficiários do Bolsa Família. A avaliação negativa da gestão, feita
por pessoas que moram na periferia, subiu 11 pontos, passando de 27% no mês
passado para 38% agora. São índices próximos ao que Dilma obteve no período
posterior aos protestos de junho do ano passado.
O "inferno astral" do governo é atribuído, nos
bastidores do PT, a turbulências na economia, com o aumento da inflação, e à
"desconstrução" da imagem da Petrobrás, abalada por denúncias de
corrupção e sob ameaça de uma CPI no Congresso.
"A oposição continua sendo hipócrita. Nem o mais
ingênuo dos políticos vai acreditar que uma CPI transcorrerá de forma técnica e
sem contaminação política, principalmente começando em abril ou maio, com prazo
de 180 dias, para acabar no período eleitoral", afirmou ao Estado o
ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini.
No Planalto, Berzoini já começou a seguir a recomendação de
Dilma para multiplicar as marcas do governo. "Essa é uma eleição para
fazer um debate profundo do que foi o Brasil no passado e do que o Brasil é
hoje em termos de desemprego, renda, salário mínimo, Minha Casa Minha Vida,
Prouni e Bolsa Família", insistiu ele.
Para Eduardo Campos, a estratégia indica que o PT vai
apostar no "terrorismo eleitoral", acusando a oposição de querer
acabar com programas sociais. "Eles sabem que sabemos fazer. Não podemos
ficar sem alternativas nesse debate do presente e do passado", argumentou
o ex-governador, ao formalizar a ex-ministra Marina Silva como vice de sua chapa.
"O problema não é o Brasil; é o governo que está
aí", afirmou Aécio no programa de TV do PSDB, exibido na quinta-feira. O
tucano abriu ofensiva contra o PT ao dizer que o governo "não reconhece
que a inflação está saindo do controle".
Economia. Além das previsões de menor crescimento feitas
recentemente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e também pelo Banco
Central, os juros básicos estão hoje em 11% ao ano, acima do patamar de quando
Dilma assumiu o governo, e há risco de racionamento de energia.
A "agenda positiva" da presidente até
a Copa, porém, prevê "vacinas" contra as más notícias da economia,
com discursos sob medida para estancar a queda de sua popularidade entre
eleitores de várias faixas de renda.
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