Por Augusto Nunes - VEJA
Para cumprir a promessa formulada no título ─ “Aprendendo a
discursar com Dilma Rousseff ─, o vídeo de
5:39, agrupou 10 palavrórios da presidente que criou um estranho
subdialeto para deixar claro que não consegue dizer coisa com coisa. Ela
tropeça na gramática e espanca o raciocínio lógico até quando está lendo o que
algum assessor escreveu. Encerrado o curso intensivo, também fica evidente que
é melhor ser surdo do que ouvir um improviso em dilmês.
O cortejo de assombros começa com Dilma ensinando a Barack
Obama que pasta de dente não tem nada a ver com dentifrício e termina com a
invenção do “decreto líquido”. Entre os dois espantos, o neurônio solitário
promove Manaus a capital da Amazônia, descobre no segundo parágrafo que está
lendo à tarde o discurso que foi escrito para o comício da noite, revela que a
Zona Franca evita o desmatamento, avisa que as árvores são plantadas pela
Natureza, inaugura uma ligação submarina entre o Brasil e a Europa, enxerga um
cachorro oculto por trás de toda criança e reconhece formalmente “a União
Europeia como sendo uma reserva dos maiores times de futebol”. Fora o resto.
Veja Dilma em ação. E seja compassivo com os
encarregados de traduzir para outros idiomas falatórios que nenhum brasileiro
com cérebro consegue decifrar.
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