Por Jornal do Brasil
Representantes do governo federal e de centrais sindicais
fizeram um desagravo à presidente Dilma Rousseff (PT), nesta quinta-feira,
durante a festa do Dia do Trabalhador promovida pela Central Única dos
Trabalhadores. Eles reagiram às críticas do presidente da Força Sindical, Paulo
Pereira, que, mais cedo, na festa da entidade, pediu à plateia uma “banana” à
presidente.
Presente também ao evento da Força, o ministro do Trabalho e
Emprego, Manoel Dias, disse lamentar as declarações de Paulinho da Força, que,
hoje fundador e presidente do Partido da Solidariedade, já esteve na base de
apoio a Dilma, no Congresso, quando ainda era filiado ao PDT.
Nesta quinta-feira, além de Dias e do ministro-chefe da
Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, o dirigente
sindical recebeu no palanque da central os dois principais adversários de Dilma
nas eleições de outubro, o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) e o governador
licenciado de Pernambuco Eduardo Campos (PSB).
“É lamentável (o gesto de Paulinho), porque a democracia é a
mais bela das práticas da convivência humana. A gente pode até divergir, porque
as centrais são plurais, não são partidos políticos, mas lá (na Força Sindical)
acho que exageraram”, avaliou o ministro, que classificou:
“Isso demonstra um pouco de desespero também. As críticas
feitas à presidente são as de que não temos pleno emprego e de que a inflação
está tomando conta da economia, quando é tudo ao contrário –o Brasil vive o
pleno emprego e é bom lembrar que o mundo está em crise”, disse.
Dias também contestou as críticas do presidente da Força
Sindical e dos dois adversários político-eleitorais da petista em relação à
crise política na Petrobras, alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) prestes a ter nomeados seus integrantes.
“Qual é a autoridade do PSDB para falar em Petrobras? Nós
temos autoridade. A minha geração foi para cadeia, pessoas morreram,
construímos aquilo que é um símbolo da soberania federal, da empresa que tem
tecnologia que nenhum país tem e é uma das maiores empresas do mundo. Se ela
tem erros, a própria presidente diz que não compactua com eles, como mau feito;
tem que punir. E nunca se puniu tanto quanto agora, porque antes ninguém
verificava nada, não levantava nada”, defendeu.
CUT: "levaram o lobo para tomar conta do
galinheiro"
Para o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, a festa
da Força Sindical “não foi uma manifestação de trabalhadores, mas um evento
induzido para constranger a presidente Dilma e fazer palanque para candidatos
da direita que estavam lá”.
“Muito me admira uma central sindical que defende os
trabalhadores levar o lobo para tomar conta do galinheiro, fazendo referência a
Aécio Neves como candidato dos trabalhadores”, criticou Freitas, que concluiu:
“isso é vender os interesses dos trabalhadores. Mas o Paulinho está habituado a
fazer isso, e ele faz sempre”, alfinetou.
Aliada da CUT na festa do 1º de maio, a Central dos
Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) também expressou apoio à
presidente ao rechaçar a postura de Paulinho da Força.
“Temos o direito de reivindicar, mas respeito é bom e todo
mundo gosta. Lamentavelmente, ele se equivocou e perdeu uma oportunidade de
ficar calado –compete agora lutar, em não fazer proselitismo político”, avaliou
o presidente da CTB, Adílson Araújo.
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