Observando o que acontece com o PT fica-se a pensar na
possibilidade desse partido não ter construído sozinho suas estratégias para
alcançar o poder e lá permanecer. Afinal, parece não haver mentes brilhantes na
grei petista.
Tampouco Lula da Silva é um gênio do jogo político ou um
estadista como exageram alguns. Sem dúvida, foi escolhido pela cúpula petista e
algo acima por sua retórica verborrágica que faz dele um enganador
bem-sucedido. Além disso, Lula se ajustou hipoteticamente à ideologia marxista
como uma espécie de proletário. Ajudou sua origem simples e o fato de ter
passado rapidamente pelas lides metalúrgicas. Construiu-se, então, a imagem do
homem comum tão bem aceita pela massa por transmitir aquela agradável sensação
de identidade: ele é um de nós que chegou lá.
Habilmente a propaganda consumou o culto da personalidade
que ampliou o poder de enganação do “pobre operário”, contra o qual toda
crítica foi tomada como preconceito e heresia. Lula da Silva consagrou o
detestável politicamente correto que inibiu os que poderiam arranhar seu santo
nome.
Com medo de sua popularidade qualquer oposição, partidária
ou institucional, calou-se diante de seus desmandos, de suas gafes, de seu
linguajar chulo e insultante à língua portuguesa. E essa aceitação
incondicional, mais a propaganda de fazer inveja a Goebells deram aos
“mandarins” petistas e a Lula da Silva a força que parecia os tornar
invioláveis.
No entanto, se Lula foi hábil como orador de porta de
fábrica, perito como politiqueiro, nunca administrou o país. Seu negocio foi
jogar futebol, comer churrasco e fazer viagens dignas de um emir. Em suma, Lula
é um falsário e uma fraude construída não só pelo PT, mas por uma organização
internacional, o Foro de São Paulo, fundado em 1990 por Lula, Fidel Castro e
outros do figurino esquerdista. O objetivo do Foro é promover a integração da
América Latina e formar a Pátria Grande Comunista através de partidos,
entidades de classe, ONGs, movimentos sociais.
Na quarta tentativa o PT chegou ao poder mais alto da
República. Não foi preciso dar um tiro sequer. Lula vestiu Prada, mudou o
discurso, deslumbrou a hoje achincalhada classe média composta por
intelectuais, estudantes, professores, artistas, religiosos, profissionais
liberais, jornalistas, funcionários públicos que fizeram de sua ideologia uma
religião, do PT uma seita e sentiram-se guerreiros imortais da luta de classes.
Lula prometeu tirar os pobres da pobreza. Aos ricos garantiu mais lucros.
Ao tomar posse a nova classe dirigente deu continuidade à
politica macroeconômica do governo anterior, antes criticado de modo
estridente, inclusive, aos berros de fora FHC. Não foi dado calote no FMI nem
se rompeu com os Estados Unidos. Ao mesmo tempo, utilizou-se a política
econômica antes xingada de entreguista e neoliberal.
Por outro lado, avançou a centralização do PT que dominou o
Legislativo, o Judiciário e significativa parcela dos meios de comunicação. Na
mesma linha intervencionista e autoritária houve várias tentativas de censurar
a imprensa, como as Comissões de Redação, a criação da ANCINAV (Agência Nacional
de Cinema e Áudio Visual) e a instituição do CFJ (Conselho Federal de
Jornalismo). Agora o governo petista fala em regulação da mídia e Rousseff
apontou a necessidade de punir os “crimes” cometidos na Internet.
Mas se o Foro de São Paulo é comunista, como poderia dar
certo se esse sistema fracassou em todo mundo? Quer melhor exemplo do que o
fracasso econômico e social da Venezuela, Bolívia, Argentina? Quanto a Lula da
Silva, se surfou por 12 anos na demagogia encontrou o fim de todo malandro: foi
engolido por sua esperteza. Isso se deu quando ele elegeu o “poste” Rousseff.
Nos quatro anos em que continuou como presidente de fato, ele e sua criatura
que não consegue juntar uma frase com outra, detonaram a economia Brasileira,
enquanto a corrupção desenfreada atingia seu auge com o escândalo do petrolão.
O PT tenta resistir, fala em hegemonia do partido, propõe
tirar verbas da imprensa não domesticada, proclama-se inocente. Entretanto, não
há governo que resista quando a economia vai mal. Em pânico, os dirigentes
petistas percebem que até Lula da Silva não é mais o mesmo. Rousseff, a
incompetente, totalmente desacreditada é descartável e já foi substituída por
seu vice Michel Temer (PMDB), mas sem Lula o PT acaba, pois quem poderá
substituí-lo em 2018? Mercadante? Haddad? Marco Aurélio Garcia? Rui Falcão?
Impossível.
Então, quem sabe se por inspiração do Foro de São Paulo,
Lula da Silva já sonha com a criação de uma Frente Ampla, que esconderia o PT
desmoralizado e englobaria partidos de esquerda, ONGs, ditos movimentos
sociais, enfim, tudo que compõe a tranqueira esquerdista do Brasil. Os
candidatos não sairiam pelo PT, mas da Frente Ampla do Atraso. Uma ideia
engenhosa. Resta saber se vai dar certo.
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Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.
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