Porta fechada – Neste ano, o programa do governo federal
“Mais Médicos” não recrutará profissionais cubanos e estrangeiros. De acordo
com o Ministério da Saúde, todas as vagas que haviam sido abertas para
ampliação do programa foram preenchidas por médicos brasileiros, formados no
Brasil e no exterior. “A tendência é que não precisemos fazer novos convênios”,
revelou o ministro da Saúde, Arthur Chioro, ao apresentar os resultados da
seleção de médicos brasileiros formados no exterior.
Até o momento, o programa teve a maior parte da sua mão de
obra preenchida por médicos recrutados por meio do acordo de cooperação firmado
com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), mostrando um resultado bem
diferente dos anos anteriores. Dos 14.462 profissionais que atuam na
iniciativa, a maioria é formada por profissionais contratados pelo convênio:
11.429 médicos. Outros 1.846 são formados no Brasil e 1.187 têm diplomas
obtidos no exterior.
Pela lei, a contratação de profissionais é feita em ciclos.
A preferência é dada para médicos com diploma obtido no Brasil. Em seguida,
vagas remanescentes são oferecidas para brasileiros que se formaram no
exterior. Na terceira fase, vêm os estrangeiros com interesse em ingressar no
programa e, por último, profissionais recrutados por meio do convênio firmado
com a Opas.
Objetivando atrair os médicos formados no Brasil, em 2015 o
governo passou a ofertar um bônus para a residência médica. Depois de um ano participando
do programa, profissionais passam a ter direito a 10% a mais na nota da prova,
o que atrai bastante os profissionais da área visto que a concorrência para os
cursos é alta.
O governo e associações médicas também fizeram uma trégua.
Vale lembrar que entidades de classe faziam críticas severas ao programa,
quando foi lançado, em 2013, por considerá-lo ineficaz e, principalmente,
porque ele dispensava a exigência da validação do diploma para profissionais
graduados no exterior. Desde o fim de 2014, Chioro passou a fazer um esforço
para a reaproximação com as entidades.
Com a expansão do Mais Médicos, o programa passou a contar
com 18.240 profissionais, alocados em 4.058 municípios e 34 Distritos
Sanitários Especiais Indígenas. Na última rodada de contratações, para
profissionais brasileiros formados no exterior, foram escolhidos 387 médicos.
“A partir de agora, faremos reposições trimestrais”, revelou
o ministro da Saúde. Não há previsão para este ano para uma nova expansão do
número de vagas ou de municípios contemplados pelo programa. “Atingimos a meta
que havia sido estabelecida”, finalizou.
Em março, Chioro foi ao Congresso para pedir apoio contra um
decreto legislativo proposto pelo PSDB que previa o fim do convênio com Cuba.
Na época, Chioro ressaltou que isso poderia causar “o fim do programa Mais
Médicos”.
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