Por Jornal do Senado
Marco Maia (D) fala ao lado de Vital do Rêgo (E) em reunião
da CPI mista Foto: Geraldo Magela
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Os integrantes da CPI Mista da Petrobras minimizaram ontem o
silêncio do depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Os
parlamentares argumentaram que as investigações da comissão não dependem das
informações prestadas pelo ex-diretor da estatal.
O presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB),
lamentou que Paulo Roberto Costa tenha se recusado a colaborar. Para não perder
os benefícios da delação premiada, ele não respondeu às perguntas sobre o
esquema de lavagem de dinheiro de contratos da Petrobras com empresas do
doleiro Alberto Youssef. Apesar de admitir a frustração com o silêncio do
ex-diretor, Vital argumentou que a CPI mista conta com os documentos já
enviados pela Justiça para investigar o esquema.
— É possível avançar porque os parlamentares estão
trabalhando em cima dos dados de centenas de documentos e de milhares de
sigilos que foram quebrados. Então, independentemente da delação, a CPI mista
pode trabalhar nesse curso, cruzando os dados — afirmou Vital.
O relator da comissão, deputado Marco Maia (PT-RS), também
minimizou o silêncio de Costa ao lembrar que o colegiado aprovou a convocação
de Meire Poza. A ex-contadora do doleiro Alberto Youssef confirmou a existência
do esquema e o pagamento de propina para políticos. Marco Maia lembrou que a
CPI mista ainda vai ouvir o doleiro.
— Já aprovamos a convocação da contadora junto com as
informações que ela prestou à Polícia Federal e ao Judiciário. Essas
informações e ouvir a contadora serão importantes para que possamos confrontar
com o depoimento do Youssef e, ali na frente, com a delação premiada do Paulo
Roberto Costa — disse o deputado.
Os depoimentos da contadora e do doleiro deverão ocorrer
após as eleições. A CPI mista vai insistir no recebimento da cópia da delação
premiada de Paulo Roberto Costa antes das duas oitivas.
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