SÃO PAULO (Reuters) - A projeção de economistas de
instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira este ano
mostrou deterioração pela 10ª semana seguida com piora da expectativa para a
indústria, enquanto o cenário para a inflação mostrou mais um pequeno alívio.
De acordo com a pesquisa Focus do Banco Central nesta
segunda-feira, a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em
2014 agora é de 0,86 por cento, contra 0,90 por cento na semana anterior. Em
2013, o PIB cresceu 2,5 por cento.
Um dos principais pesos sobre a economia é a indústria, cuja
perspectiva de retração piorou para 1,53 por cento, ante 1,15 por cento.
Em junho, a produção industrial brasileira recuou 1,4 por
cento, o quarto mês seguido de queda na pior série de perdas desde 2010,
conforme divulgado na semana passada.[nL2N0Q716G]
Sobre 2015, a projeção para o crescimento do PIB no Focus
permaneceu em 1,5 por cento, com a estimativa de expansão de 1,7 por cento na
indústria.
As expectativas de inflação, por outro lado, vêm perdendo
força há três semanas, e os agentes econômicos consultados no Focus agora
projetam a alta do IPCA em 2014 a 6,39 por cento, 0,02 ponto percentual a menos
do que na pesquisa anterior.
Com isso a projeção se afasta um pouco mais do teto da meta
do governo, de 4,5 por cento com margem de 2 pontos percentuais para mais ou
menos.
Depois de o IPCA ter superado o teto em 12 meses em junho
com alta de 6,52 por cento, os analistas esperam agora a divulgação dos números
de julho na sexta-feira.
Em relação ao ano que vem, a perspectiva mediana foi elevada
a 6,24 por cento, contra 6,21 por cento. Para os próximos 12 meses, houve
ajuste de 0,09 ponto percentual para cima, a 6,03 por cento.
Para o Top-5 de médio prazo, com as instituições que mais
acertam as projeções, houve manutenção da perspectiva de inflação a 6,39 por
cento em 2014 e 6,75 por cento em 2015.
O cenário para a política monetária, por sua vez, não sofreu
alterações, com a perspectiva de que a Selic encerre este ano nos atuais 11 por
cento e 2015 a 12 por cento.
Para os agentes consultados, novo ciclo de aperto monetário
será iniciado apenas em janeiro de 2015, com alta de 0,25 ponto percentual na
taxa básica de juros, sem mudanças em relação à pesquisa anterior.
Já o Top-5 de médio prazo manteve a projeção de que a taxa
básica de juros encerrará 2014 a 11 por cento, mas reduziu a perspectiva para o
ano que vem a 11,75 por cento, contra 12 por cento.
Na sexta-feira, a curva de juros futuros também precificava
a Selic a 11,75 por cento no final do ano que vem.
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