Por Percival Puggina
Lembram? Com o Papa no Brasil, militantes da falta de
vergonha encenaram representações obscenas usando imagens sacras e tentaram
invadir a área ocupada pela população que acorrera a Copacabana. Em Porto
Alegre, certo grupo de teatro resolveu simular uma bacanal no Parque
Farroupilha. Ante os olhos surpresos das famílias que desfrutavam do local,
mulheres e homens, deitados sobre a grama, se contorceram em representações de
sexo grupal e performances solo. Invasores da Câmara da capital gaúcha
pelaram-se e fizeram o diabo dentro do plenário.
No mês passado, ZH noticiou que em alguns locais de festas,
alegadamente incomodadas pelo calor reinante, mulheres tiram a roupa e elevam
em mais alguns graus a temperatura ambiente. A matéria informava que o
spogliarello era interpretado como atitude política (algo supostamente
relacionado com a libertação feminina) e que as dançarinas diziam-se
contrariadas quando algum audacioso ensaiava passar a mão nos seus
compartimentos. Nestes dias, circula na rede o vídeo de uma banda de mulheres
que se assumem como “Putinhas Aborteiras” e executam, com bocas sujas e gestos
desafinados, uma sucessão de abjeções supostamente musicais, tendo como mote a
pessoa do papa Francisco. Tudo sob o patrocínio da TVE, a televisão educativa
(!) da Fundação Cultural Piratini, que transmitiu o show.
Reflitamos sobre esse breve pot-pourri. A tolerância com o
contraditório, com a diversidade, é uma virtude das sociedades civilizadas. Mas
não é saudável a tolerância com quem, de modo arrogante, desrespeita os demais
mediante grosserias, vilania e múltiplas formas de corrupção. Tolerância
perante a arrogância desaforada de gente adulta não é civilidade. É frouxidão!
Quando o presidente da Fundação Piratini sai em defesa das Putinhas Aborteiras
e suas baixezas contra o Papa, afirmando que críticas “machistas e
chauvinistas” não serão toleradas, ele está nos ameaçando com quê? Eis aí um
bom exemplo de arrogância graúda, oficial, que insulta os pagadores de
impostos.
Faz muito sentido que a baixaria proclame seu caráter
político e que a política seja a baixaria que vemos. Uma e outra confirmam o
fato de que somos alvo de um projeto de poder cuja consolidação exige a
destruição de nossa cultura e de nossos valores. Por fim, e lateralmente,
lembro às mocinhas e, especialmente a seus papais e mamães de “mentes abertas”,
que todas devem ser respeitadas. E que um bom ponto de partida para isso está
na regra de prudência que recomenda respeitarem-se elas a si mesmas.
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