Por ucho.info
Castelo de areia – Na manhã desta sexta-feira (11), a
Polícia Federal deflagrou o segundo capítulo da Operação Lava-Jato, cumprindo
mandado de busca e apreensão na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro. O alvo da
PF é a contratação, por parte da petroleira, das empresas Ecoglobal – Ambiental
Comércio e Serviços Ltda. e da Ecoglobal Overseas LCC. O contrato de locação de
equipamentos e fornecimento de serviços técnicos especializados, por ocasião da
assinatura, tinha o valor de R$ 443,8 milhões. A Polícia Federal cumpriu mandatos
de busca, apreensão, prisão e condução coercitiva em São Paulo, Campinas, Rio
de Janeiro, Macaé e Niterói.
A PF suspeita que na mesma época da assinatura do contrato
uma negociação tinha como foco a venda de 7% das cotas das empresas Ecoglobal
para um grupo que contava com a participação do doleiro Alberto Youssef, preso
em Curitiba. A transação se deu através da Quality Holding, de propriedade de
Youssef, e de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobras e
representado no negócio pela Sunset Global Participações. Do negócio, estimado
em R$ 18 milhões, participou uma terceira empresa, a Tino Real Participações.
Durante as investigações, a Polícia Federal identificou que
a cessão de cotas estava condicionada à conclusão do contrato da Petrobras com
a Ecoglobal. Uma carta-proposta, classificada como confidencial e assinada
pelos envolvidos no negócio, foi localizada pelos policiais.
Os investigadores apontam que o próprio negócio da cessão de
cotas é condicionado à efetivação do contrato da Ecoglobal com a Petrobrás. A
PF localizou carta-proposta confidencial subscrita pelos negociantes e datada
de 18 de setembro de 2013. A suspeita da PF está no fato de uma empresa, com
contrato no valor de R$ 443 milhões, decida vender 75% das cotas por apenas R$
18 milhões.
O desdobramento da Operação Lava-Jato explica o nervosismo
que se instalou no Palácio do Planalto diante da possibilidade de uma CPI
conseguir abrir a caixa de Pandora da Petrobras. Não por acaso, durante
conversa com Dilma, o ex-presidente Lula disse que era preciso inviabilizar a
criação da CPI da Petrobras, como quer a oposição.
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