Por Alessandro Barreta Garcia
A esquerda raivosa parece não entender que a Lei de Anistia
é um instrumento político para pacificar o país diante de conflitos insolúveis.
Lembramos que a Lei de Anistia visou salvaguardar militares e terroristas.
Sob o ponto de vista histórico, os anos de 1960 foram bem
turbulentos, de um lado o marxismo-leninismo de caráter violento e totalitário,
e de outro a democracia americana. O Brasil estava no meio destas duas ideias,
uma perversa e a outra humanitária.
Jango era a figura principal nesse cenário, e historicamente
é possível relembrar passo a passo o empenho janguista a favor de uma reforma
de base, reforma na lei e na marra, bem como uma nítida aproximação de Jango
com o radical de esquerda, Leonel Brizola. O Brasil se encaminhava para um
golpe de esquerda aos moldes de Cuba.
Paralelamente a este contexto, diversos grupos treinavam na
China e em Cuba. Os enviados a China a mando do PC do B foram empregados na
guerrilha do Araguaia. No nordeste existiam a Ligas Camponesas sob a direção de
Francisco Julião e Brizola era responsável pelo Grupo dos 11.
Dentro das forças armadas é preciso lembrar a revolta dos
sargentos em 63. Motim dos marinheiros em 64 e o jantar em apoio ao presidente
oferecido pelos sargentos. Dessa forma, Jango se afastava dos militares, de uma
classe conservadora e católica, era o prenúncio do caos.
Com o futuro incerto, a última coisa que poderia acontecer
era um golpe comunista. Assim, uma intensa mobilização da sociedade civil se
encaminhava inequivocamente contra esse golpe de esquerda. Vários jornais se
expressavam a favor de uma intervenção militar. Toda essa agitação resumia-se
na Marcha da Família com Deus pela Liberdade. E assim foi. Em 31 de março de
1964 o Exército Brasileiro assume o comando do Brasil. Em editorial, o jornal
“O Globo de 2 de abril de 1964”, manifesta-se a favor da contrarrevolução.
Segundo o jornal, “Vive a Nação dias gloriosos...”.
A partir da contrarrevolução, o Congresso institucionaliza o
regime militar. Salta da 46ª potência para a 8ª potência econômica. Avança no
planejamento estratégico, na construção de estradas, em um parque industrial,
nas leis de trabalho, no mercado interno e serviços. Segundo Vélez Rodriguez (2014)
No que tange à economia, o Brasil transformou-se num país
industrializado. Consolidou-se a indústria petroleira e desenvolveu-se a
petroquímica, bem como a siderurgia e a fabricação de maquinaria pesada. A
engenharia deu um grande salto para a frente, com as obras públicas que
pipocaram pelos quatro cantos do território nacional (Vélez Rodriguez 2014).
Sendo assim, o ciclo militar ou a contrarrevolução pode ser
interpretado de forma clara, como um ciclo necessário para o impedimento de um
golpe de esquerda violento e assassino (todos os exemplos revolucionários de
esquerda provam esta tese). Foi importante para uma redemocratização a partir
de 1978 e completando-se na Lei de Anistia de 1979. Lembramos que o processo de
redemocratização brasileira foi conduzido por militares, quanto a nossa
esquerda, ela jamais lutou por democracia.
Meus parabéns ao militares de 31 de março de 1964, parabéns
pelos 50 anos de nossa contrarrevolução.
Fonte: A Verdade Sufocada / www.alessandrogarcia.org
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