As eleições presidenciais da Argentina são muito complicadas
para a cabeça de um brasileiro. São em verdade três eleições. No domingo
passado, foi disputada a primeira, que foram as primárias. O voto era
obrigatório, e o objetivo era o de eliminar os candidatos nanicos. Com a
limpeza da área, os mais votados disputam o primeiro turno presidencial, em 25
de outubro. O sucessor de Cristina Kirchner poderá sair dessa votação. Mas é
preciso que ele tenha 45 por cento dos votos, ou então uma vantagem de dez
pontos sobre o segundo colocado. Se isso não acontecer, os dois finalistas vão
para o segundo turno. Mas vejamos a votação de domingo.
O candidato da presidente Cristina chegou em primeiro lugar.
É Daniel Scioli, que ficou com 38 por cento. Ele é governador da Província de
Buenos Aires, e defende tudo aquilo que o atual governo está fazendo, como o
controle do câmbio e a intransigência na negociação com os credores
internacionais. Uma questão empacada há anos. Em segundo lugar está Maurício
Macri. É um liberal de centro direita e prefeito da cidade de Buenos Aires. Ele
chegou 14 pontos atrás de Scioli, mas não perdeu as esperanças, porque pode
liderar o eleitorado que é contra o peronismo. Pois o peronismo é esse saco de
gatos político, criado por Juan Domingos Perón, que foi por duas vezes
presidente e que morreu em 1974. Cristina e o falecido marido dela, o também
presidente Neston Kirchner, são também peronistas.
Pois bem, o peronismo tem um forte candidato dissidente,
Sérgio Massa, que chegou em terceiro lugar. E que pode se levantar, atirando
pedras sobre a Cristina. Vocês então me perguntariam: quem pode ganhar a
eleição presidencial na Argentina? E eu então responderia: não tenho a mínima
ideia. A única coisa que eu sei é que os adversários da presidente tiveram,
juntos, bem mais votos que o candidato dela. Mas daqui até outubro muita coisa
pode mudar. É assim que o mundo gira.
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